José Eduardo do Rego Constantino, 72 anos de idade, natural da Lomba da Maia, é hoje um gentlemen à moda antiga. Começou a trabalhar com 10 anos, a ganhar 40 escudos por mês, para sustentar a mãe e quatro irmãs porque o pai falecera quando tinha sete anos e não havia outro rendimento na família. Depois de completar a quarta classe, a sua vida foi uma luta diária, constante e permanente. Foi mandarete de famílias em Ponta Delgada e enviava o ordenado semanal para a mãe em carta que o condutor do autocarro levava para a mãe. Cartas que chagavam à Lomba da Maia com a mesma relevância das que vinham da América com dólares para os Açores. José Constantino não perdeu um dia de trabalho, nunca se esquivou a nenhuma tarefa. Foi sempre o empregado perfeito. Como diz, foi “doutorado na escola da vida”. A morte da esposa Ângela marcou-o profundamente. Hoje, como afirma, está a “tentar ser feliz com aquilo que tenho e com o que me falta”. E esta forma de estar tem muito a ver com as “grandes dificuldades” porque passou. Realça que as novas gerações “não são assim. Querem mais e mais, porque há mais…” Apesar de tudo porque passou, considera-se “um homem de sorte”. Aliás, como sublinha, “só posso dar graças a Deus por tudo o que tenho”.