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“A época passada não foi um fracasso porque ganhamos todas as outras competições”

 Não diria fracasso até porque ganhamos todas as outras competições em que estávamos envolvidas. É verdade que o campeonato é o nosso principal objectivo, no entanto não podemos esquecer que tivemos uma época com algumas lesões o que dificultou bastante o planeamento traçado. Porém, conseguimos tirar coisas muito positivas, constatamos que as jogadoras que cá estão não viraram costas, mostraram como se luta na adversidade, e como se perde com dignidade, sim porque é preciso saber perder, e muitas ainda não tinham tido essa experiência, mas sobretudo porque estão ainda mais determinadas para a próxima época. Isto revela que não estão no CDSC só porque ganham campeonatos.

Foi uma época atribulada na fase final, isto no que diz respeito ao treinador. Pode explicar o que aconteceu?
Quanto a essa situação, não foi nossa intenção terminar dessa forma, ficamos sem equipa técnica para assegurar o final da época, mas à que respeitar decisões. Agradeço o contributo do treinador Sérgio Pacheco e do adjunto Joseph.
O mais importante é que as jogadoras tiveram a capacidade de dar a volta por cima e foram ultrapassando esse e outros obstáculos complicados. Nessa fase estávamos a disputar a Taça de São Miguel, e aproveito para agradecer ao treinador Pedro Botelho, da equipa A, dos seniores masculinos e ao treinador adjunto Tiago Aguiar, que prontamente mostraram a sua disponibilidade para nos virem ajudar, o que foi muito importante para nós, e evidencia a união neste clube. Logo a seguir tivemos um jogo determinante para a Taça de São Miguel, com a equipa que já se tinha sagrado campeã. Ganhamos por 7-1, com isso quero dizer que o trabalho da equipa técnica foi bastante útil e que temos valor no nosso plantel.

Que outros obstáculos encontraram, como referiu?
Muitos adiamentos de jogos por causa das competições nacionais. Nós já estivemos nos nacionais e foi adoptado procedimento diferente respeitando todos. Esta época, tivemos paragens na competição de mais de um mês.
Tudo isto complicou naturalmente a nossa tarefa mas também a tarefa das equipas que estavam a competir cá, não foi apenas o Santa Clara, todos os outros clubes foram prejudicados, e o mais grave é que aconteceu nos dois escalões, seniores e juniores.

Como já está noticiado, já têm nova equipa técnica para a equipa sénior. Que perspectiva tem?
O treinador José Freitas foi a minha primeira opção. Fiz uma análise profunda e cuidada. Senti e sinto que nós necessitamos novamente de um treinador com as características dele, quando cá esteve teve muito sucesso, mas a decisão não é suportada apenas no sucesso foi, como disse, sobretudo nas suas características, na sua competência e experiência. A Direcção esteve de acordo, o que me deixou bastante agradada. Mais feliz ainda pelo treinador ter aceitado, pois tinha vários convites. Sinto-me muito satisfeita por existirem treinadores que optam pelo futsal feminino, como é o caso, evidencia a qualidade que este desporto apresenta.
O treinador José Freitas, acompanhado pelo seu adjunto Bruno Medeiros (mais conhecido por Kaká), compõem a equipa técnica que nos transmite a confiança indispensável para atingir os nossos objectivos, temos tudo para que o trabalho tenha sucesso.

Sabemos agora que está ligada a dois escalões, seniores e também juniores. Já têm colhido frutos? Quais as principais vantagens e desvantagens?
Uma boa questão. Ainda é cedo para que haja um reflexo acentuado deste trabalho, o objectivo passa pela continuidade com qualidade e isso só a médio e longo prazo, mas sim já colhemos frutos… sobretudo porque estamos a formar e inclusive já recorremos a este escalão para fazer face a ausências forçadas das jogadoras seniores.
O objectivo da formação passa pelas jogadoras integrarem a equipa de seniores, desde que trabalhem para isso e apresentem a evolução necessária para alcançar essa etapa, mas sempre tive noção que a maioria não ficaria na ilha, por causa da formação académica. Infelizmente, a nossa universidade não tem uma grande parte dos cursos que são procurados.
Portanto o futuro não passará apenas por aí, mas iremos estar atentos.
Algumas jogadoras juniores já estiveram nas seniores tendo sido chamadas face à sua qualidade e, claramente, que nenhuma dessas decisões são da minha competência. Devem desfrutar ao máximo das oportunidades que têm.

O treinador do escalão júnior continuará. Significa que estão satisfeitos?
Sim! O treinador Luís Farias já é da casa, esta é a terceira época nas juniores, tem feito um bom trabalho, sei que ele está feliz neste escalão e evidentemente que eu também, daí a sua continuidade. A ele juntar-se-á o Francisco Pereira que irá assumir as funções de treinador adjunto, completando a equipa técnica que, acreditamos, cumprirá a missão que lhes é confiada.

Como se perde o campeonato (escalão júnior) apenas com um golo sofrido?
Realmente não é comum, e para além disso, marcamos mais golos do que todas as equipas juntas, refiro isso para dizer que temos um plantel com muita qualidade, revelam muito crer e espírito de sacrifício, com margem de crescimento.
Respondendo concretamente à questão, não tivemos a sorte do nosso lado. Só encontro essa justificação.
E neste escalão também ganhamos à equipa campeã por 5-0, resultado bem expressivo, isto na Taça de São Miguel.
A nossa equipa podia perfeitamente ter sido campeã, mas a sorte também faz parte e o adversário ganhou bem.

É difícil trabalhar num escalão de formação?
A dificuldade não é estar no escalão de formação, mas sim dedicar-me a dois escalões e tentar sempre estar, o máximo possível, a 100 % em ambos, felizmente tenho conseguido isso. Relativamente à gestão, planeamento e restantes procedimentos a actuação é muito semelhante. Quando se tem jogadoras com muita vontade de aprender, e dedicadas, como é o caso, tudo fica mais fácil.

O que retira de positivo em ambos os escalões e o que a tem motivado, principalmente esta época onde os objectivos não foram cumpridos na totalidade e com um calendário imprevisível?
Retiro algumas coisas positivas de ambos escalões, a principal foi o crescimento na adversidade. As jogadoras mantiveram o foco e nunca viraram costas a nada, apesar de estarem desgastadas em relação à calendarização. Isso para mim foi muito importante, pois em determinada altura ter algo para as motivar não era fácil, treinar e não competir foi efectivamente muito prejudicial. Elas foram exemplares.
Partilho aqui algo que já não ‘vivia’ há bastante tempo: tive um golo dedicado pela jogadora Carolina Moniz (escalão sénior), e pela jogadora Rita Aguiar (escalão júnior), para mim são gestos muito valiosos, quando são feitos naturalmente, que foi o caso. Foi numa fase já desgastante, confesso que repôs energias, sobretudo porque é demonstrativo do ambiente que se vive no seio da equipa. Mas, a maior motivação é, sem dúvida, tentar pisar palcos de níveis superiores, este grupo merece, este clube tem de estar em patamares de primeira.

Depois de algum tempo, o futsal feminino sénior entra novamente na Taça de Portugal, sabendo que existe um grande desnível competitivo, sobretudo com as equipas insulares. Que reflexos pode ter e que objectivos traçam para esta prova?
 “O reflexo só pode ser positivo, competir com equipas de topo é aliciante e traz-nos experiência, além da motivação extra que é estar na prova rainha. Deixo aqui um agradecimento especial à Direcção que nos proporciona estar a competir ao mais alto nível. Os objectivos passam por ir mais além das eliminatórias que alcançamos anteriormente, mas isso também vai depender do que o sorteio ditar. Estamos felizes e confiantes. Estaremos seguramente bem preparados”.

Como gostaria de terminar esta entrevista?
Agradecendo a toda a Direcção do clube pelo apoio. Agradecer a todos os familiares das jogadoras e do staff pois têm um papel importante, aos nossos adeptos, eles são incansáveis, são os melhores. Agradecendo também aos nossos sócios que têm valorizado muito esta modalidade, o meu obrigada a todos.
Sinto verdadeiramente um orgulho enorme por representar esta gigante instituição, tenho a sorte e o privilégio de trabalhar no “meu clube” de coração. Por fim, deixo uma palavra de esperança, sei que teremos muitas alegrias a partilhar com todos, em breve.

M.S.

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