O Santa Clara tem neste campeonato da Segunda Liga de futebol o estatuto de candidato aos dois primeiros lugares, que permitem o acesso directo à Primeira Liga.
Ocupa a primeira posição, em parceira com o Nacional da Madeira, provavelmente a principal surpresa da prova, depois de na época passada, praticamente com os mesmos elementos, ter estado quase até ao final do campeonato como candidato… à descida.
Até agora, com 12 jornadas efectuadas, o Santa Clara tem cumprido com a classe dos elementos que compõem o grupo de trabalho. Não é por acaso que ainda não perdeu quer no campeonato, quer nas Taças de Portugal e da Liga, nesta competição eliminado pelo Tondela no desempate por pontapés desferidos da marca de penalti. Em 16 jogos, contando com os dois prolongamentos na Taça de Portugal, regista 9 vitórias, 7 empates, 0 derrotas, 23 golos marcados e 6 sofridos.
A partida de Domingo era frente a uma equipa que também veio da prova principal e que procura o regresso. O Marítimo da Madeira é a equipa com mais pontos arrecadados fora de casa (15 pontos, devido às 5 vitórias) e apenas 4 pontos no Funchal. O Santa Clara dispôs-se de forma acautelada, como sempre tem-no feito, com o rigor defensivo que tem caracterizado a postura nos jogos.
O golo de Gabriel Silva, aos 4 minutos, foi o mote para continuar a estar com os mesmos propósitos, embora a equipa madeirense passasse a ter mais posse de bola e, por conseguinte, maior atracção pela baliza defendida por Gabriel Batista. Aos 35m empatou o Marítimo por Lucas Silva, um ex-Mafra que tem sido o destaque no ataque marítimista com os 7 tentos concretizados. Só que o golo nasce de um erro clamoroso do árbitro assistente Rui Cidade. Era canto a favor do Santa Clara, mas foi transformado em pontapé de baliza. Enquanto os jogadores do clube micaelense reclamavam, a bola foi posta em jogo e de longe Zinaidine fez um passe permitindo que Lucas Silva se isolasse e marcasse.
Na segunda parte o Santa Clara transferiu para si o maior número de ataques, aumentando os remates para 11 (8 do Marítimo) e a posse de bola (56%), que se acentuou a partir do momento em que o experiente “capitão” da equipa, Zinaidine, foi expulso por ter visto o segundo “amarelo” por derrube a Gabriel Silva.
O 2-1 foi marcado por Pedro Pacheco, aos 73m. Na sequência de um livre lateral a bola foi desviada por um colega, rendo o guarda-redes iraniano defendido para o ar. Pensando que a bola tinha ido para fora desligou-se do lance. A bola desceu e o defesa “encarnado” fez o cabeceamento que valeram 3 pontos. O Santa Clara controlou a partida até ao final, que não teve qualquer jogada de perigo por parte da turma da Madeira. Uma segunda parte mais de contenção, contrastando com um primeiro tempo de elevado nível proporcionado pelas equipas.