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Comerciantes desejam que o ano novo seja pelo menos igual a 2023

A nossa reportagem saiu ontem à rua para falar com alguns dos comerciantes de Ponta Delgada, nestes dias que antecedem a passagem de ano, do próximo Domingo. E o desejo de todos é que 2024 seja, pelo menos, igual a 2023 que agora termina.

Como tudo na vida, nem todos se mostraram dispostos a falar, mas como sempre, há sempre alguém que queira dar a sua opinião acerca do ano que está prestes a terminar e o próximo que será bissexto, porque terá 366 dias em vez dos 365 dias habituais.

Gil M. Teixeira & Irmão, Lda., vai mudar de espaço

Curiosidades à parte, na Rua Açoreano Oriental, Ana Paiva, da loja Gil M. Teixeira & Irmão, Lda., começou por dizer, que “globalmente, 2023 correu bem, foi um ano de recuperação da pandemia. Durante o ano tivemos muito turismo, mas é natural, que nesta altura do ano o turismo diminua. Comparativamente ao ano passado, tivemos mais turistas em 2022, do que nesta altura do ano. Talvez tenha a ver com a redução de voos da Ryanair para os Açores”.
A loja Gil M. Teixeira & Irmão, Lda., esteve muitos anos na Rua dos Mercadores, está na Rua Açoreano Oriental, mas em breve vai estar noutra artéria de Ponta Delgada. “Vamos mudar de espaço e de localização, porque iremos estar na Rua do Melo, que faz canto com a Rua do Brum, mas tenho boas perspectivas para 2024, porque vamos continuar a fazer a nossa caminhada. Aquilo, que o cliente nos pede será sempre aquilo, que iremos vender, desde postais, artes decorativas, louças, sementes, tabuleiros ou artigos religiosos. Ou seja, vamos sempre adquirindo uma grande panóplia de artigos para podermos satisfazer os clientes”.

“Se 2024 for igual a 2023 já não será mau”

Um pouco mais a norte da cidade de Ponta Delgada, António Silva, da Barbearia Porto, na Rua Carvalho Araújo, continua old scholl até na sua boa disposição.
António Silva é o barbeiro mais antigo a trabalhar em Ponta Delgada. Natural da cidade invicta do Porto está cá há 43 anos. “Durante o ano sempre tive muita gente, porque sou um barbeiro antigo. Aprendi esta profissão com um tio meu, quando tinha apenas nove anos de idade. Não cortava, mas já ensaboava barbas, que era aquilo, que se fazia antigamente. Aqui, quando cheguei, também fazia-se muitas barbas, só que depois é que parou um bocado. Faço barbas, mas poucas, porque também já vou fazer 80 anos”.
Nesta sempre agradável conversa com António Silva, o nosso entrevistado até não tem muito a falar mal do ano, que está a chegar ao fim, em termos profissionais. “Tivemos muitos turistas este ano e todos saem daqui satisfeitos, são bons clientes e até acham barato. O que estou a notar neste momento, é que está a aparecer muita gente nova, que dizem que os outros são caros e aqui é mais barato”.
António Silva queria levar muitos mais anos a fazer o que gosta, mas “se 2024 for igual a 2023 já não será mau”.

“Viver um dia de cada vez”

De regresso a uma zona mais a sul de Ponta Delgada e numa das ruas mais movimentadas da cidade, conversamos com Lídia Sousa, da Tabacaria Mundial.
Para a nossa interlocutora, a vida está muito instável hoje em dia e as pessoas vivem numa incerteza constante. No entanto, “este ano até foi mau, mas não pode é haver muita comparação com os outros anos, porque acho que as pessoas têm de aprender a viver um dia de cada vez e não pensar muito naquilo que era antes, porque nada vai voltar a ser aquilo que já foi. A vida das pessoas está a mudar constantemente, a nível de trabalho, a nível financeiro e está muito instável hoje em dia. As pessoas vivem numa incerteza constante, porque não se sabe como vai ser o dia de amanhã. Chegamos até aqui, estamos vivos, estamos bem e é o que importa”.
Já em relação a 2024, se for igual a este já não será mau, apesar de duvidar. “Duvido, que venha a ser igual, porque o custo de vida está a disparar e os aumentos anunciados, se concretizarem-se, as pessoas vão ter de mudar de vida e de hábitos. A alimentação está muito cara, que é um bem essencial, a habitação, os créditos, os empréstimos aos bancos estão a subir, que são outros instrumentos fundamentais para as famílias, porque as pessoas precisam de morar em algum sítio e precisam de pagar água, luz, gás, que também são bens essenciais, e esses bens estão muito caros e muito acima da média, por isso duvido que 2024 venha a ser igual a 2023. Sem falar, na instabilidade política em que vivemos, porque acho, que três actos eleitorais num só ano é demasiado, porque as pessoas não têm tempo para digerir tudo isto. Acima de tudo, haja muita saúde, em 2024, para que possamos trabalhar”.

Marco Sousa

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