1- O ano de 2023 termina hoje e deixa um rasto de destruição e morte resultantes das guerras espalhadas pelo mundo, merecendo destaque aquelas que têm teatros de guerra no Oriente Médio, entre Israel e a Palestina, e na Europa, entre a Ucrânia e a Rússia, esta liderada por Putin, um servidor do KGB. As mortes em combate parecem um retorno à antiguidade e são geralmente motivadas pele ânsia de poder e domínio de uns sobre os outros.
2- A ânsia de poder leva à desumanidade a qualquer preço, e no caso dos regimes democráticos, ao seu enfraquecimento e à apelação de poderes totalitários. Estamos num período em que se desenha um novo modelo de sociedade ao nível mundial e regional, e o ano de 2024 que nasce a um de Janeiro trará grandes surpresas a quem anda despercebido no que toca à realidade da actual conjuntura.
3- As mudanças que se avizinham, desde logo, as que vão emergir das eleições de 2024 começando pelas que respeitam à União Europeia, aos Estados Unidos da América, e a Portugal assim como aos Açores, vão ter repercussões na vida das pessoas que estão pouco ou nada preparadas par o impacto que elas terão.
4- Em 2024 vai ser forçoso abrir-se um debate para discutir no país e na Região o estado da Democracia e como tem ela de ser repensada, para responder aos novos totalitarismos tiranos que vendem o futuro embrulhado numa ilusão, mas que se expande devido às debilidades resultantes das desigualdades, das injustiças e da incapacidade das instituições em se adaptarem, de forma rápida, para responderem às necessidades e ao mal que a falta de resposta cria nas pessoas e na sociedade em geral.
5- Tudo isso é o resultado da democracia estar debilitada e sem rumo, por falta de quem seja capaz de mostrar que os ditames dos regimes democráticos actuais assentam em muita teoria e pouco ou nenhuma prática.
6- O que importa não é o saber nem a qualidade das pessoas, o que é bom é a mediocridade e a forma de “influenciar” a opinião pública e as instituições sem se pensar qual é o custo e o beneficio daquilo que se propõe como inovação e como o mais adequado para responder a uma democracia que navega num estilo liberal absoluto que, sem se aperceberem, equivale a uma “uma ditadura disfarçada, encapotada” pugnando por princípios que estão preparados para servirem poucos e deixar muitos pelo caminho, deambulando pelas periferias sem rumo e sem uma luz que os guie.
7- Há pouco tempo, aquando da COP28 que se realizou no Dubai, que é o maior produtor de Petróleo, o Papa Francisco enviou uma mensagem dizendo que esperava que o encontro fosse um ponto de viragem, uma ocasião histórica que permitisse “restaurar a credibilidade política Internacional”, e pedia para que “se assumam de vez compromissos eficazes e duradouros”. E logo se pergunta se é corajoso dizer isto assim, num documento da Igreja! Trata-se, sem dúvida, de uma posição firme de um Papa que, não podemos esquecer, que é também um chefe de Estado.
8- Neste findar de ano e início de outro, o Jornal “Correio dos Açores” colocou um conjunto de questões a diversas individualidades sobre O QUE SE ESPERA PARA O ANO DE 2024, elencando, desde logo, a reforma do Estado e o que é preciso fazer para que se acredite no Estado, e que reformas devem ser pensadas na Saúde, na Educação, na Cultura, na Justiça, no Sector Social, na Política de Impostos, na valorização do Sector Económico, na Investigação, assim como vêem estas eleições regionais e nacionais, e que políticas devem ser adoptadas por cada Parlamento para que os governos possam responder aos desafios com que a sociedade está confrontada.
9- Como não podia deixar de ser, também foi colocada a pergunta: O que deve ser feito para pôr termo em 2024 às guerras em Israel e na Ucrânia? As respostas, às quais me cabe agradecer a todos os convidados que prontamente se disponibilizaram para participar com o que pensam para futuro, neste início de 2024 foram um ensaio que devemos prosseguir, ouvido com regularidade quem tem opinião e saber sobre o futuro dos Açores.
Américo Natalino de Viveiros