O Chega/Açores reforçou ontem que os produtos de excelência açorianos, principalmente os produtos lácteos, “não podem continuar a ser desvalorizados com a conivência e cumplicidade do Governo Regional e das indústrias”.
No final de uma reunião com a Direcção da Associação Agrícola de São Miguel, o cabeça de lista do Chega pelo círculo de São Miguel às próximas eleições legislativas regionais, José Pacheco, referiu o “problema gravíssimo” do baixo preço do leite pago à produção, “a que se junta a desvalorização dos produtos nas prateleiras dos supermercados”.
“Os nossos produtos de excelência não podem estar nos supermercados como produtos de linha branca. Isso é um erro. O Governo Regional tem responsabilidade – porque dá os subsídios – e as indústrias têm forte responsabilidade, uma vez que apenas pensam no lucro imediato”, denunciou o também candidato do Chega pelo círculo de compensação.
Para inverter esta desvalorização dos produtos lácteos de excelência, dando também maior disponibilidade financeira aos produtores de leite, o Chega defende que “se pague mais” pelo litro de leite ao produtor. “Paguem mais pelos nossos produtos e vão ter garantidamente melhores resultados no futuro. Se estão apenas a pensar no lucro imediato, estão a desvalorizar os bons produtos açorianos. Isso é um crime que não pode continuar e não podemos ter como cúmplice o Governo Regional, que apoia, dá subsídios e desvaloriza os nossos produtos”, referiu José Pacheco.
Neste sentido, o candidato do Chega às próximas eleições regionais disse ainda que “a lavoura deu uma grande lição aos empresários. Começou a pagar melhor a quem trabalha, para ter mão-de-obra de qualidade. Não podemos cair no ridículo de importar mão-de-obra para pagar a pessoas de outros países o que não queremos pagar aos açorianos”, defendeu.
Durante a reunião com a Direcção da Associação Agrícola de São Miguel, presidida por Jorge Rita, foi ainda falada a necessidade de os pagamentos do Governo Regional aos agricultores “serem feitos atempadamente, para que não se criem maiores fragilidades” ao sector. Foi ainda explicada a intenção de se criar um “pacto de regime”, defendido pela Associação Agrícola e pela Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, no sentido de fortalecer instituições e salvaguardar a economia açoriana.