Estes suplementos destinam-se a complementar o regime alimentar normal, não devem ser usados como substitutos de um regime alimentar diversificado e cuidado, a não ser por decisão médica, e é imperativo o recurso ao aconselhamento de um profissional de saúde. São fontes concentradas de determinadas substâncias de nutrientes ou outras (vitaminas, minerais, aminoácidos, ácidos gordos essenciais, fibras e várias plantas e extrato de plantas) e com efeito nutricional ou fisiológico.
A lei exige que na rotulagem se diga claramente que se trata de suplemento alimentar, deve constar o nome do responsável pelo produto, a lista de ingredientes, se contém uma fonte de fenilalanina (sempre que o produto contenha o aspartame como edulcorante). Recorde-se que a ingestão excessiva de vitaminas e minerais pode provocar efeitos adversos. O consumo destes suplementos levanta questões de segurança, entre eles a interação com medicamentos. Cabe ao doente informar em todas as circunstâncias o médico e/ou o farmacêutico sobre os medicamentos que toma e ter em consideração que os suplementos alimentares à base de plantas de vitaminas e minerais podem provocar interações com os medicamentos, é por isso que o farmacêutico deve dispor de informação sobre os chás ou outros “produtos naturais” que o doente esteja a tomar. Pode muito bem suceder que o produto esteja contraindicado na doença que a pessoa possui. Nada é inofensivo: o chá verde, que contém cafeína, consoante a quantidade presente, pode provocar reações adversas, como transtornos gastrointestinais e ansiedade; no caso da papaia ou do ananás, e mais uma vez dependendo da quantidade a tomar, pode haver necessidade de precaução no caso da toma de certos anticoagulantes.
Recolhemos numa informação dada pela DECO e intitulada “Suplementos alimentares e medicamentos: como evitar interações” informações muito úteis. A interação entre um suplemento alimentar à base de plantas e um medicamento manifesta-se tipicamente no plano farmacocinético, afeta a concentração do medicamento no sangue e a sua ação. E dão-se exemplos de suplementos populares que podem ter efeitos adversos com medicamentos: a vitamina D que interage com medicamentos como magnésio, cálcio e insulina e antidiabéticos orais; o chá verde interage com o medicamento para o tratamento do colesterol, com medicamentos destinados ao tratamento da disfunção erétil, cardiotónicos e antiarrítmicos; a vitamina E, que é tomada como suplemente alimentar por muitas pessoas, interage com a insulina, a ciclosporina, os antirretrovirais; o cálcio, utilizado para prevenir a osteoporose, interage com medicamentos, como por exemplo os destinados à artrite reumatoide ou os antibióticos; o hipericão interage com as ciclosporinas e os contracetivos orais; a toranja interage com mais de 85 medicamentos; o Ginkgo Biloba, disponível em medicamentos e suplementos alimentares, interage com medicamentos como a varfarina e outros anticoagulantes.
Para prevenir os efeitos adversos, nada como obter conselho do médico ou do farmacêutico: se há alimentos, bebidas ou suplementos alimentares que deve evitar com os medicamentos que toma; ler o folheto informativo do medicamento para identificar possíveis indicações de toma ou interações; tomar o medicamento com um copo de água; não misturar os medicamentos nos alimentos e em bebidas quentes; não tomar os medicamentos com bebidas alcoólicas.
Mário Beja Santos