“É preciso encontrar um equilíbrio entre a pesca e a protecção do meio ambiente, sem se cair no exagero de aumentar as reservas marinhas protegidas na Região, deixando os pescadores sem locais para pescar”.
Este foi um dos temas abordados ontem pelo CHEGA, durante uma reunião com a Cooperativa Porto de Abrigo, em São Miguel, onde se falou da “importância das reservas marinhas até para proteger os próprios pescadores, que até são os primeiros a concordar com a necessidade de se proteger o nosso mar”. A questão é que “não podemos cair em exageros”, salientou José Pacheco.
“As reservas marinhas são importantes, porque protegem o pescador, protegem o pescado e protegem o meio ambiente, mas tem de haver um equilíbrio. E quando não há esse equilíbrio, os pescadores deixam de poder pescar e, depois, só nos resta as pedras da calçada à nossa mesa”, referiu o cabeça-de-lista do CHEGA pelo círculo eleitoral de São Miguel às próximas eleições legislativas regionais de 4 de Fevereiro.
“O Governo Regional quer deixar a indústria extractiva e passar à indústria contemplativa, o que quer dizer que se quer acabar com a pesca para se passar a olhar para o mar. Não é isso que o CHEGA defende e temos sido dos poucos partidos a contrariar esta intenção de aumentar as áreas marinhas protegidas”, acrescentou.
“Além de quererem limitar ainda mais a pesca na Região, há ainda a questão da desvalorização do pescado que tem vindo a acontecer nos últimos anos”. José Pacheco deu o exemplo do chicharro que, “em 2010, era pago em lota a 1,50€ o quilo, enquanto em 2023 passou a valer apenas 1euro por cada quilo. Querem fechar o nosso mar com mais reservas, mas há escassez de peixe, há as quotas que têm de ser cumpridas, há os excessos e até pescado que pode ir para o lixo. Com tudo isto, quem fica a perder são os pescadores. Esta situação não pode continuar porque estamos a acabar com a pesca nos Açores”, disse José Pacheco.
Na reunião com o Presidente da Cooperativa Porto de Abrigo, Paulo Sousa, foi também abordada a questão das baixas reformas dos pescadores que, “após uma dura vida de trabalho, têm de sobreviver com poucas dezenas de euros de reforma.”