- O NATAL de 2023 é já do passado e o novo ano já vai a caminho da segunda semana. Mas as queixas continuam quase as mesmas, a começar pelo custo de vida que aumentou ou vai aumentar lá para o fim de Janeiro.
Os sentimentos de ternura, proximidade e de gratidão que tanto nos alegram e nos acalentam no NATAL, começam a esfumar-se e as guerras continuam na sua brutal crueza sem que haja luz de esforço de diálogo e de concertação pela paz , sem bombas e drones destruidores a voarem pelos céus da tragédia e da destruição e desgraça! São milhões gastos ao minuto sem dó nem piedade à custa dos impostos de todos os povos e de cada uma das economias do mundo, sem nenhum retorno a não ser o aumento da riqueza de uns tantos do mundo. Um desastre que não sintonizamos a sério porque estamos longe e a meio do Atlântico! - Na política o panorama não é nada animador principalmente em Lisboa e arredores onde tudo se decide nos palácios e palacetes, nos corredores, cafés e restaurantes, triturando líderes e candidatos e membros dos executivos já afastados mas sempre com o olho na cadeira do poder! O ambiente dos corredores e bastidores dos dois principais partidos portugueses está a fervilhar não apenas na escolha de candidatos mas sobretudo porque se degladiam os candidatos a líder com a vantagem de António Costa continuar a percorrer o país e a disfarçar-se de capacete na cabeça como se ainda estivesse em plenas funções, não fosse ele um Primeiro Ministro demitido, ajudando deste modo o seu partido, porque entende que está em “período de recato” e só a 15 se irá sentar na cadeira do seu gabinete do Palácio de São Bento, em pleno recato! E ninguém vê nem ouve!
- Nos Açores a situação é mais calma, até porque não há mudança de líderes partidários e as listas já foram entregues no tribunal com muitos candidatos repetidos e com recurso a autarcas em funções e que lá continuarão com a única excepção da Presidente da Câmara da Lagoa, Cristina Calisto, que optou por dedicar-se a tempo inteiro ao Parlamento açoriano, como deputada ( a ser eleita em Fevereiro ), ao lado de Vasco Cordeiro, ela que é uma forte candidata à sua sucessão! Mesmo que o perfil de uns poucos candidatos, nas diversas listas, não seja do agrado geral, certo é que o eleitorado vota essencialmente no partido, no seu líder e com base no programa que apresenta. As coligações ajudam essencialmente na soma total dos votos, já que por um se ganha e por um se perde. Quando a coligação é alargada, as coisas complicam-se principalmente em relação aos pequenos porque estão sempre com o olho no poder e na exigência do seu eleitorado, procurando ir além da chinela, como diziam os antigos, criando instabilidade como se verificou entre nós! Pode que o povo açoriano, nas urnas, faça o escrutínio, separando as águas!
- Voltaram as chuvas em abundância que, nalguns concelhos, tornaram a deixar sérios avisos aos que exercem o poder, seja em que patamar for. Só que desta vez não foram apenas as enxurradas e o lamaçal imenso, as inundações sem esgotamento suficiente nem o devido e seguro encaminhamento das águas! O exemplo mais flagrante e preocupante aconteceu na antiga estrada regional do Nordeste, por onde circulam os residentes no seu dia a dia, no troço entre a ribeira da Mulher, em Algarvia e a Feteira Grande, freguesia de Santana, precisamente na zona onde há alguns anos foi atirado um autocarro com crianças para a profunda ribanceira, causando a morte do motorista e de uma delas, causando enorme consternação à população do concelho! Agora foi o desprendimento de um enorme penedo da rampa, que só não caiu naquela mesma estrada por milagre, tendo o Serviço de Estradas cortado o trânsito, tratando de seguida da remoção do penedo! Mas não é apenas aquele troço de estrada regional que oferece perigo idêntico, como é o caso do lanço entre a Vila do Nordeste e a Lomba da Fazenda, este pertencendo à SCUT, outro na ribeira Despe-te-que suas, em Algarvia, para só nos referirmos aos mais evidentes e perigosos! Julgo serem obras prioritárias e urgentes para execução dos próximos governos.
- Novo ano. Em 2023 a Coligação açoriana liderada por Bolieiro caiu e as eleições foram marcadas para 4 de Fevereiro. Foram publicados tantos livros que se torna difícil eleger o melhor ou o livro do ano. A figura do ano é sem sombra de dúvidas o nosso bispo. D. Armando Domingues, que faz um ano que chegou à Diocese e que já a percorreu como pastor, deixando sempre uma palavra de alento e de esperança. Como autarca elege-se Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara da Ribeira Grande, pela sua vasta obra em todo o concelho. No campo desportivo foram vários os galardoados que muito prestigiam os Açores nas mais diversas modalidades.
Para 2024 espera-se desde logo que as eleições regionais decorram com o maior civismo e participação e que os resultados possam criar maior estabilidade na governação da nossa Região Autónoma. Que o Porto destruído das Lajes das Flores seja finalmente concluído que bem o merecem os florentinos. Que os que têm capacidade de decisão o façam com equilíbrio e ponderação, com tolerância e humildade, com seriedade e visão do futuro, respeitando sempre as verdadeiras prioridades de cada concelho e de cada terra! Que a Saúde consiga baixar as listas de espera e que continue a trabalhar pela qualidade dos cuidados aos pacientes e o governo alargue o seu financiamento a este setor, determinante na vida dos cidadãos.
E que haja paz onde a guerra deflagra sem dó nem piedade!
Um bom ano para todos os nossos leitores.
Eduardo de Medeiros