O mercado imobiliário é, provavelmente, de entre os investimentos de risco moderado e de taxa variável, aquele que a maior parte das pessoas tem interesse em investir. Isto deve-se não só ao facto de ser um mercado extremamente seguro devido à sua constante valorização, mas também pela sua componente emocional, já que a maior parte de nós tem como sonho comprar casa própria.
De facto, é difícil conhecer alguém que tenha investido no mercado imobiliário e tenha perdido dinheiro. Não é à toa que grande parte dos milionários investem neste mercado. É um mercado que tendencialmente está em alta (com uma rentabilidade média de 10% ao ano), fora casos excecionais, como foi, por exemplo, a crise do subprime em 2008.
A crise imobiliária de 2008 foi marco histórico na economia global e teve a sua origem na bolha especulativa no sector imobiliário nos Estados Unidos da América. Durante anos, os preços dos imóveis inflacionaram dramaticamente, alimentados por empréstimos hipotecários de alto risco, conhecidos como subprime, concedidos a compradores com baixa capacidade de pagamento. Este cenário de crédito fácil e de fraca regulamentação propiciou um aumento insustentável no mercado imobiliário. Contudo, com o crescimento dos incumprimentos e das execuções hipotecárias, os preços dos imóveis desmoronaram, arrastando consigo instituições financeiras e afetando a economia global. Este colapso não só resultou numa profunda recessão, mas também mudou fundamentalmente as práticas de empréstimos e a perceção do risco no investimento imobiliário. Para quem tem interesse neste tema, vale muito a pena ver o filme “The big short” (“A Queda de Wall Street”, em português).
A verdade é que mesmo quem tinha ativos imobiliários nesta época e viu perder grande parte do seu património, também é verdade que bastava não ter vendido as suas casas durante alguns anos para que a sua avaliação disparasse para mais do dobro face ao preço antes da queda.
Para além disso, mesmo com as recentes subidas das taxas de juro no ano passado, quando se começou a falar numa possibilidade de baixa do mercado, hoje podemos constatar que houve uma queda das transações de bens imóveis, quer em número quer em valor total, mas a tendência de subida dos preços das casas manteve-se. Isto deveu-se a uma razão muito simples, a procura de casas continua ainda a superar a oferta.
Disto isto, o mercado imobiliário é um mercado historicamente seguro e com tendência de subida, muito utilizado por todo o mundo como reserva de valor.
Na minha opinião, se queres comprar casa não deves esperar pelas taxas baixarem para entrares neste mercado, pois assim que isso acontecer, todos os grandes investidores vão “saltar como leões”, o que fará com que o preço das casas volte a subir numa proporção muito maior que a poupança resultante da baixa de juro. O meu conselho para ti é que nunca deixes de procurar um bom negócio, estando certo de que eles existem, mesmo quando o mercado está em alta. Basta pensares que há sempre pessoas que morrem e que se divorciam, seguindo-se normalmente a estes eventos uma necessidade de venda dos bens com grande rapidez, baixando, por isso, o preço. Também não esperes pela casa perfeita (até porque ela não existe), compra antes uma que gostes mais ou menos, só para poder entrar neste jogo dos ricos e poderes usá-la como uma moeda de troca na compra de uma casa melhor no futuro!
Emanuel Teves