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Dos Ginetes: Cantar em Dia de Reis

No passado Sábado, dia 6, graças à iniciativa do nosso Pároco Pe. Nuno Maiato, e em colaboração com a Junta de Freguesia de Ginetes, vivemos um momento muito bonito precisamente na Igreja de Feteiras, participando num pequeno momento musical intitulado de “Cantar aos Reis”
Obrigado ao Pe. Maiato por despertar a nossa gente que colaborou de forma voluntária e em número que nos deixou a todos surpreendidos. Sabe que existe um longo caminho a percorrer e de pequenos passos e gestos se alcançam lentamente objectivos surpreendentes. Espero que consiga muitos entre nós, com a sua sempre boa disposição, paciência e um inconfundível sorriso que tanto necessitamos numa Igreja que julgamos por vezes demasiado triste.
É verdade que este tempo de Natal já foi um de “visitas” com as tradicionais folias populares, alimentadas com o calor da amizade e também com a tradicional “mijinha do Menino” fabricada artesanalmente na maioria das famílias, mas com a chegada dos novos tempos, novas leis, e até dizem para bem da saúde de todos nós, cederam parte da sua importância ao brandy, ao whisky, e demais iguarias que além do preço exorbitante deixam um vazio na boca também nada aconselháveis para a saúde, mas com a agravante de aumentar o sentimento de saudade de um passado pobrezinho mas paradoxalmente feliz para a maioria das famílias destas terras pequenas que foram berços onde se criaram grandes arquivos de Cultura que estão em vias de quase totalmente desaparecerem. São nestes meios pequenos, do povo das aldeias como eram conhecidos e muitas vezes considerados de “atrasados” no passado que se encontram ainda vivas muitas tradições ao contrário da imagem que tentam transmitir aqueles que deveriam proporcionar condições para que tal não se apague da memória, mas que aqui marcam presença ocasionalmente apenas para a realização de interesses pessoais. Penso que um dia já ninguém se recordará de nós, do que fomos, do que fizemos e talvez mesmo do que agora somos apesar da facilidade que as novas tecnologias proporcionaram para a memória sempre recordar.
Foi com grande surpresa e alegria que assisti a uma grande participação no Dia de Reis das gentes da minha terra ao convite do Pe. Nuno Maiato, para este bonito momento de “cantares” na Igreja de Santa Luzia de Feteiras, onde também é o responsável.
Dois cânticos tradicionais simples e bem conhecidos de todos os participantes, com letra adaptada por Terezinha Pimentel, neste género considerada uma referência nesta terra, conseguiu encontrar inspiração para que a família dos Ginetes estivesse muito bem representada. Talvez poucos ou nenhuns o reconheceram, mas lá estava presente na Igreja de Santa Luzia de Feteiras, um ilustre filho daquela terra e meu antigo colega no Seminário de Angra nos anos sessenta do século passado, músico e maestro distinto conhecido nos Açores e em outros locais, que me não compete desvendar, exclamar a alta voz várias vezes no final da actuação do nosso Grupo “Bravo… Bravo”.
É verdade que lhe manifestei o meu orgulho pois nos últimos anos culturalmente a nossa terra tão rica em tradições tem estado um pouco apagada. O talento aqui está, necessitamos todos de um grande “empurrão” para seguir em frente pois apesar das várias dificuldades ainda somos, como tantas vezes alguém que por aqui passou dizia: “o bom povo dos Ginetes”. Não deixemos perder a maior riqueza que possuímos e pertence a todos, ricos ou pobres, que é a cultura da nossa terra.
Não posso de forma alguma deixar de mencionar a actuação de outros grupos que estiveram presentes, pois todos contribuíram para que vivêssemos momentos muito especiais nessa maravilhosa igreja de Santa Luzia.
Além da colaboração que nos foi dada pela Junta de Freguesia de Ginetes quero igualmente mencionar a Junta de Freguesia de Feteiras que de outra forma contribuiu para que viéssemos dessa vizinha terra todos alegres e com vontade de no próximo ano lá voltar, pois como prometia o Pe. Nuno Maiato “não há duas sem três” por isso provavelmente lá estaremos apesar de não estarmos presentes na primeira. Creio que é algo que deve de ficar marcado no livro das nossas tradições.

FALECEU O JOSÉ DUARTE
Onze anos mais velho do que eu, mas sempre que o chamava por sr. José me dizia: “Olha lá amigo, o senhor está no Céu” trata-me por José. Dificilmente eu o fazia, mas tinha que ser. Homem de carácter forte muitas vezes discordámos, mas nunca tal afectou a nossa amizade como aliás sucede com outros amigos que bastante estimo, uns que já partiram outros como eu ainda têm a sorte de por cá viver.
Os meus sinceros sentidos pêsames para toda a sua família neste momento de dor que só o tempo suavizará. “Até um dia José Duarte”.
Segundo me informaram, apesar de cá viver, do dia 1 de Outubro até à presente data já foram 10 os filhos desta terra que partiram para sempre. Momento oportuno para meditar que por cá nada é nosso e que aqui estamos todos de passagem.

Alberto Ponte

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