O Chefe Estado-Maior-General das Forças Armadas, General José Nunes da Fonseca, afirmou ontem, em Ponta Delgada, que o Comando Operacional dos Açores “é um pilar imprescindível na hierarquia operacional do Estado Maior General das Forças Armadas”.
Compete ao COA, afirmou, “as responsabilidades de planeamento, de treino operacional conjunto e de emprego operacional das forças e meios da componente operacional do sistema de forças atribuídos e sedeados na Região e também de outras forças que lhe sejam disponibilizadas”.
O Comando Operacional dos Açores “relaciona-se directamente com o Comando Conjunto para as operações militares em termos de activação ou atribuição de forças. Exerce em paralelo a autoridade de coordenação com os comandos de zona marítima, militar e aérea dos Açores,” disse.
No seu entender, ao Comando Operacional “cumpre especificamente elaborar, actualizar, supervisionar e executar os planos de defesa militar, de contingência a nível regional e de activação dos níveis de crise. Para além, claro está, de lhe competir os comandos das missões, operações e exercícios militares na respectiva área de responsabilidade”.
Com este objectivo, o COA “deve manter um continuado e actualizado conhecimento situacional de prontidão e do empenhamento de forças e meios da componente operacional do sistema de forças sedeados ou destacadas para a Região. Que é garantido através da partilha, em rede, com os comandos de zona da informação dos sistemas de comando e controlo de cada ramo específico”.
Mas o Comandante Operacional dos Açores, no entender do General José Nunes da Fonseca, “assume também papel fundamental na resposta atempada, precisa e oportuna das forças armadas às enumeras solicitações que lhes são frequentemente colocadas pelas instituições com que se relacionam”.
O Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas enalteceu o trabalho do Tenente General Morgado Baptista enquanto Comandante Operacional dos Açores, considerando-o um “justíssimo merecedor de elogio público. O seu desempenho revestiu-se incondicionalmente de amplo sentido de missão, inquestionável dedicação, extremo rigor e adequada supervisão. Assim o demonstrou nomeadamente durante o apoio das forças armadas à recente crise sismo-vulcânica ocorrida na ilha de São Jorge”, disse.
“Prova inegável do reconhecimento às Forças Armadas no arquipélago constitui a recente atribuição ao Comando Operacional dos Açores da Insígnia Autonómica de Valor”, facto que, no entender do General José Nunes da Fonseca, “em muito orgulha toda a instituição militar e que a impele a prosseguir na mesma medida”.
O Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas referiu-se, depois, ao novo Comandante Operacional dos Açores, Tenente General Gonçalves Soares que deve “cumprir o dever de estar presente e corresponder ao que as mulheres e os homens subordinados são capazes interiorizar, almejar, propor e executar. Dever de saber agir e reagir no actuar contexto de rápidas mutações, fortemente marcado por imprevisibilidade e violência, mas também por inovação e desenvolvimento tecnológico”.
Dever, também, prosseguiu, “de procurar suplantar com denodo os constrangimentos existentes, quer em pessoal quer em recursos materiais e financeiros invariavelmente finitos e limitados que implicam atenção, sagacidade e método para o ajustamento diligente dos recursos disponíveis às missões atribuídas”.
O Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas incentivou o Comando Operacional dos Açores a “incrementar a cooperação regional, dinamizar as capacidades conjuntas e prioritárias, agilizar o apoio militar a emergências civis e promover a modernização dos processos, sistemas e tecnologias”.
Referindo-se ainda ao Tenente General Gonçalves Soares, mostrou-se convencido de que “não regateará esforços, com espírito dinamizador e inovador no sentido de conduzir o Comando Operacional dos Açores, a partir de hoje sob a sua liderança de topo, a novos e mais exigentes patamares de proficiências e de concretização em prol de pessoas úteis, preparadas, motivadas e realizadas”.
Concluiu que os sucessos do Comando Operacional dos Açores “serão determinantes para a afirmação da Região Autónoma dos Açores e para o reforço do prestígio da armada do Exército e da Força Aérea portuguesa, sempre em honra deste nobre país que se chama Portugal”.
O novo Comandante Operacional dos Açores, Tenente General Gonçalves Soares foi chefe da repartição de cooperação e alianças militares no gabinete do general do Estado Maior do Exército, inspector do comando das forças terrestres e chefe de repartição do pessoal militar na direcção e inspecção Recursos Humanos.
Com funções de docência, foi instrutor na escola prática de Infantaria no regimento de comandos, chefe de secção, instrução e táctica no regimento de comandos.
Acresce na sua experiência profissional, o cargo de adjunto do gabinete do Tenente General, Vice-chefe do Estado Maior do Exército e Presidente do Concelho da área do Estrangeiro.
Medalha de Ouro para o Tenente
General Morgado Baptista
O até agora Comandante Operacional dos Açores, Tenente General Morgado Baptista, recebeu, durante a cerimónia, a Medalha de Ouro pelos serviços prestados nos Açores durante a sua missão de dois anos, por despacho do Presidente da República e por proposta do Representante da República.
As medalhas e ouro, prata e cobre destinam-se a galardoar serviços de carácter militar “relevantes e extraordinários ou actos notáveis de qualquer natureza ligados à função militar de que resulte, em qualquer dos casos, honra e ilustre para a pátria ou para a própria instituição”.
O Tenente General Luís António Morgado Baptista recebeu a Medalha de Ouro pela forma “brilhante” com que exerceu as suas funções como Comandante Operacional dos Açores. Na altura foram enaltecidas as suas “excepcionais qualidades e virtudes militares, de sólida formação moral e uma divulgaria conhecida capacidade de relacionamento interpessoal”.
O Tenente General Luís António Morgado Baptista “pautou a sua conduta por excepcionais doses de carácter, inquestionável lealdade, extrema dedicação, espírito de ambiência e permanente disponibilidade para o serviço, respondendo de forma altamente prestigiante às complexas actividades inerentes ao exercício local”.
Foi realçada a forma “como sempre procurou combinar esforços com as autoridades regionais através da ligação próxima que manteve com o Governo Regional dos Açores e com os presidentes dos diversos municípios da Região Autónoma dos Açores, bem como com o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, permitindo criar canais de comunicação e promover a confiança mútua, contribuindo decididamente para o cumprimento da missão das Forças Armadas”.
No Plano Operacional, foi salientada a forma “muito dedicada e competente como liderou o planeamento e a coordenação do emprego dos demais das Forças Armadas com os diversos apoios que estas prestaram no arquipélago dos Açores”.
O Tenente General Morgado Baptista foi acreditado como um oficial General de “elevada carreira que pautou a sua actuação pela afirmação constante de elevados dotes de carácter em que se revela a inquestionável lealdade, o elevado espírito de sacrifício, a extrema dedicação e coragem moral.”
Frederico Figueiredo