O Asas do Mar – Instituto de Ornitologia Marinha dos Açores, organizou em 2023 a terceira edição do concurso internacional de fotografia “Aves Marinhas da Macaronésia”. Recebeu um total de 104 inscrições de 26 participantes adultos e de 6 participantes na categoria Jovem Fotógrafo. “Ficámos muito satisfeitos por ver imagens tiradas nos Açores, na Madeira e nas Ilhas Canárias, bem como no mar, no Oceano Atlântico. Gostaríamos de agradecer a todos os participantes pelo seu interesse nas aves marinhas da Macaronésia e por terem enviado as suas fotografias.”, Refere a organização.
O júri ficou impressionado com vários trabalhos e gostou especialmente de ver um aumento na variedade de espécies fotografadas e no número de imagens “no mar”, capturando o verdadeiro espírito das aves marinhas. Foi um verdadeiro prazer, mas ao mesmo tempo uma tarefa difícil, avaliar a diversidade de estilos que demonstram o profundo envolvimento pessoal dos fotógrafos. Para o Prémio Jovem Fotógrafo, Marc Albiac seleccionou uma imagem de uma cagarra (Calonectris borealis) tirada no mar, ao largo da ilha do Faial, por Maria Margarida Vieira. A vencedora comentou: “A cagarra está a correr sobre a água e parece estar a dançar como uma bailarina, o que lhe deu o nome ‘Danseuse de ballet,’ que em inglês significa Bailarina”.
O júri observou que ‘Danseuse de ballet’ “é um excelente exemplo de fotografia “no mar”, revelando um breve momento de acção no ambiente marinho. A cagarra é captada num ângulo excelente e os salpicos de água completam a história. Aplaudimos a jovem fotógrafa que conseguiu realizar esta fotografia desafiante!”, é dito.
A imagem de outro jovem fotógrafo também chamou a atenção do júri, tendo sido atribuída uma menção honrosa: “Garajau-comum a olhar para uma abelha”, tirada por Tiago Freitas, de 9 anos, no Porto de São Caetano, ilha do Pico, durante o mês de Outubro de 2022. O Tiago comentou: “Fui dar um passeio com o meu pai para fotografar andorinhas-do mar (garajaus). Ao longe, vimos várias aves nas rochas junto ao mar e lá fomos nós. Tivemos de passar por cima e entre as rochas de lava para conseguir uma boa fotografia, e encontrei estas duas aves. Consegui tirar esta fotografia em que elas parecem perguntar-se “o que é que está aqui uma abelha a fazer?” Acho que ficaram surpreendidos por a abelha estar tão perto delas”.
Na categoria de maiores de 18 anos, o vencedor deste ano é Rui Dias Pereira com a sua imagem de uma cagarra-de-barrete (Ardenna gravis) a voar em direcção ao fotógrafo em mar calmo. O júri ficou impressionado com esta imagem tecnicamente bem executada que resume o que é um concurso de fotografia de aves marinhas. A imagem capta o voo dinâmico de uma espécie verdadeiramente pelágica e a sombra da ave na água acrescenta um elemento extra de interesse.
O vencedor comentou: “Esta imagem foi tirada durante uma viagem pelágica entre a Terceira e a Graciosa. Mostra uma cagarra-de-barrete a voar perto da água, aproveitando a diferença de temperatura entre a água e o ar para planar durante muito tempo.”
O segundo lugar foi atribuído a uma fotografia de uma gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis atlantis) que acabou de apanhar um pequeno peixe, com um golfinho em segundo plano. Daniel Cejudo tirou esta fotografia no Inverno de 2022 ao largo da costa oeste de Tenerife e comentou: “Havia uma abundância de peixe trombeta no arquipélago e muitos animais, incluindo as gaivotas-de-patas-amarelas, aproveitaram a oportunidade para apanhar a sua ração, acompanhando os golfinhos roazes”.
Os juízes gostaram da acção interessante captada nesta fotografia, que mostra a interacção entre três espécies marinhas. Conta uma história, que é um elemento importante da fotografia de natureza. A focagem nítida no olho da gaivota é ideal e as gotas de água são um bónus adicional.
O terceiro lugar foi atribuído ex-aequo a Maria Margarida Viera, vencedora do Prémio Jovem Fotógrafo, com a imagem ‘Danceuse de ballet’ e a Ana Mendonça com a imagem “Cagarra-de-barrete a levantar voo”. Esta “é mais uma excelente fotografia no mar, que capta a bela ação de uma cagarra de-barrete a levantar voo. Os azuis subtis e o fundo suave focam a atenção do observador, convidando-o a observar os detalhes desta bonita ave marinha”, refere o júri..
Duas outras imagens chamaram a atenção do júri, a saber: Menção honrosa para ‘A hora da liberdade Campanha SOS’, tirada por Catarina Brasil. Esta i imagem conta a importante história de conservação da campanha SOS Cagarro. É uma composição muito bem executada, incluindo múltiplos elementos que contribuem para a história: a carrinha, as caixas, o Pico em segundo plano e um cagarro pronto a ser libertado em primeiro plano; Menção honrosa II para ‘Interação entre a cagarra e os cetáceos’, apresentada por Joana Anastácio. Esta imagem de vista mais ampla coloca a cagarra a voar no seu ambiente marinho e capta muito bem a interação entre aves e mamíferos marinhos. Grande acção, cores e história.
Na categoria escolha dos associados, o grande vencedor foi Daniel Cejudo com a imagem ‘Gaivota-de-patas-amarelas com golfinho roaz’.
O júri da edição de 2023 do concurso fotográfico da Asas do Mar “Aves Marinhas da Macaronésia” foi o seguinte:Categoria de adultos: Kirstin Jones, Paulo Henrique Silva e Bart Vercruysse; Categoria Jovem Fotógrafo: Marc Albiac; Escolha do Associado: Todos os associados da Asas do Mar