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Maioria de estabilidade

O pedido formulado por José Manuel Bolieiro ao eleitorado, nas eleições regionais de Domingo próximo, é “uma maioria de estabilidade”. Parece-me sensato e corresponde à percepção das responsabilidades que impendem sobre o líder de uma coligação de governo, com a experiência de um mandato difícil, marcado por permanentes negociações e cedências dentro e fora da coligação, com os vários parceiros dos acordos de incidência parlamentar e interrompido bruscamente por atitudes inconsideradas de alguns dos mesmos, precisamente quando se avizinhavam os melhores tempos da governação, conforme previsto no Orçamento em má hora rejeitado pela Assembleia Legislativa Regional.
Uma maioria de estabilidade tem de ser uma maioria absoluta da coligação de governo existente e mantida, respeitando os compromissos sabiamente estabelecidos no início deste novo ciclo. José Manuel Bolieiro já a isso mesmo se referiu em intervenções feitas no decurso da campanha eleitoral. E afinal vai assim ao encontro das preferências do eleitorado, conforme demonstrou estudo de opinião bem recente. Note-se que o Presidente do Governo em funções lidera uma coligação de três partidos, o que só por si afasta qualquer receio de absolutismo de feição autoritária, que, com razão ou sem ela, é comum atribuir ás maiorias absolutas monopartidárias.
O grande desafio é pois fixar o eleitorado tradicional dos três partidos coligados e ampliar o atractivo da coligação para os descontentes com os outros partidos concorrentes, os abstencionistas e os votantes pela primeira vez. Em boa verdade, forçoso é reconhecer que não se trata de tarefa fácil! E no entanto é isso mesmo que é preciso fazer!
Acontece, porém, para dificultar o justo objectivo de proporcionar ao Povo Açoriano a necessária e vantajosa estabilidade governativa, que uma parte dos descontentes está dentro do próprio PSD/Açores e isso não deve ser ignorado. Sempre houve aliás tensões e desconcertos dentro das hostes social-democratas. Era o que eu chamava, com bom humor, de “rezingões”. Mas na hora da verdade, bem explicadas as questões em causa, sempre se contou com o apoio deles e com o seu voto, mais ou menos entusiástico.
Ora, convém muito ir agora ao encontro dos descontentes com a coligação de governo e puxá-los para dentro, para o apoio que se torna vital. Se porventura acham que faltou liderança ao PSD/Açores nos primeiros tempos desta nova experiência, pois agora é visível que é Bolieiro quem manda e assim vai continuar. E se porventura a insatisfação se coloca na posição relativa da ilha de São Miguel na distribuição dos recursos e benefícios públicos ou na quebra dos factores de unidade regional açoriana com reaparecimento de tensões bairristas que se tinham por ultrapassadas, convém olhar melhor para o que consta do Orçamento lastimavelmente chumbado, onde já se corrigiam prioridades e se reforçava uma sólida visão de conjunto regional.
Aliás, que caminhos se abrem aos descontentes? A abstenção? O voto de castigo noutro partido? Consta-me que há quem esteja a considerar optar por alguma dessas vias. Daí o meu forte e empenhado apelo a que não façam isso, mas reconsiderem e dêem uma vez mais a sua confiança e o seu voto ao PSD/Açores e à coligação que lidera. Proceder de outro modo só agrava as condições de instabilidade governativa, as forçosas cedências, os sacrifícios de justas aspirações por elas impostos, tudo o que afinal nos tem custado tanto ao longo do mandato agora interrompido.
Os “laranjinhas” de sempre, insatisfeitos com a coligação, têm ao seu dispor o expediente de votarem no primeiro partido dela tapando com a mão os outros, conforme já li, recordando o conselho do então líder de um partido nas eleições presidenciais de 1986… E o mesmo vale também para os entusiastas dos outros partidos da coligação que não gostem do PSD/Açores… Isto é, evidentemente , um gracejo; mas o apelo a uma reconsideração e a um voto firme para uma “maioria de estabilidade” é sentido e bem desejaria que fosse também eficaz!
Aos descontentes de outros partidos, aos abstencionistas e aos novos eleitores peço que vejam bem os feitos do Governo liderado por José Manuel Bolieiro e contribuam agora, com o seu voto, para a continuação de uma experiência tão positiva, que está abrindo caminhos novos às nossas ilhas e às nossas gentes. Acertado o peso do passivo herdado, abrem-se agora possibilidades insuspeitadas de progresso e de bem-estar para todos. E nem é preciso alinhar no “prometório” habitual dos períodos eleitorais – nos tempos de hoje, que antigamente não era assim – porque os factos falam por si e a coligação de governo apresenta realizações e resultados incontroversos.
Os desafios são muitos e José Manuel Bolieiro não os tem ocultado, antes fala deles e apresenta soluções congruentes. Todos os Açorianos estão também desafiados a dar o seu contributo para juntos, construirmos o nosso futuro!

João Bosco Mota Amaral

(Por convicção pessoal, o Autor
não respeita o assim chamado
Acordo Ortográfico.)

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