Os momentos eleitorais, quaisquer que sejam as suas origens, toda a sua acção se não tiver um verdadeiro substrato de realismo político, onde impere uma mensagem positiva, real e clara sem quaisquer falsidades, acerca daquilo que possam ser propostas futuras de realizações exequíveis e a favor das necessidades das populações com evidentes resultados no desenvolvimento social e económico, podem transformar-se num pesadelo, se a forma como são apresentadas, não for saturante para os eleitores e com consequências na desacreditação e desmobilização destes.
Assim, se as propostas não forem verdadeiras, podem de verdade, transformar-se em verdadeiros arraiais políticos, folguedos ou desfiles de circunstância, que terminam no dia seguinte, num pesadelo que também favorece a abstenção, ao qual, a maioria dos partidos políticos esquece, ou não é capaz de entender.
Tal questão, conforme alguns ecos audíveis, começa a evidenciar uma realidade negativa, quer a nível regional ou nacional, em fases pré-eleitorais dum passado recente, mas ainda recorrente.
Sem se voltar às origens das causas que levaram a antecipação das eleições regionais e nacionais, contudo, já foram notórias algumas mensagens transpostas pelos principais lideres partidários sobretudo do arco do poder, daquilo que possa antever-se e nada pareça mudar perante os discursos de algumas lideranças nas suas linhas de ação política, quando mais realçam passados, sem se preocuparem com o presente e futuro.
Hoje, já cansa o ataque político mútuo, entre aquilo que se fez ou não fez de melhor no passado, como forma diferenciada de dar relevância ao acessório, em detrimento do essencial.
Se o acessório é passado, em nosso entender, deve ser o essencial a configurar-se coma realidade de todo o presente e futuro, para responder às necessidades de realização das pessoas, pois os tempos já mudaram há muito.
A realização das pessoas, deve assim assentar em tudo aquilo que possam ser medidas de progresso social e económico e em suma, programas sérios de medidas de realização de políticas reais, para o presente e futuro, indo ao encontro das maiores necessidades das populações.
Quer as campanhas eleitorais, quer os programas das propostas eleitorais dos partidos políticos, podem e devem sofrer, uma volta completa para verdades concretizáveis, expurgadas de falsidades e de chavões, para logo no primeiro dia de governação, se tornar insignificante nalgumas concretizações, servindo somente para invocações ocasionais nas arenas políticas.
Nesse âmbito, para além dos diálogos políticos ou debates de qualquer frente a frente, deve primar-se pela credibilidade, capacidade e imagem dos candidatados para quaisquer lugares de destino, sejam eles de futuros deputados ou governantes.
Nesse sentido, começa a ser demais evidente nalguns partidos políticos, o desvirtuamento da qualidade desejável de alguns candidatos, seja perante a qualidade ou exíguas provas dadas em responsabilidades anteriores de execução política quando sejam repetentes, seja porque os olhos da ambição desmedida de alguns outros novos, são de duvidosa qualidade, perante as prestações tidas noutros âmbitos.
Também, a questão de ambições mais jovens ou não, dentro da mesma linha, existe o cartão da juventude partidária, mas que não deve nem pode continuar sendo condição “sine qua non” para ser tido como um bom candidato a qualquer cargo político, seja de deputado ou governante, ou ainda, apenas para responder aos tão falados “Jobs for the boys and girls”
O mesmo pode dizer-se, acerca de qualquer candidato, que somente por razoes de conveniência politica ocasional, ou por opinar nalgumas circunstâncias, seja suficiente para a ser tido, como uma mais-valia, a qualquer cargo político, sem que ainda, tenha demonstrado a aptidão qualitativa para o cargo.
E já se ouvem alguns ecos, de que tudo isso poderá, vir a alimentar ilusões partidárias de mais valias, em futuros resultados eleitorais.
Contudo, sempre entendemos e assim continuaremos, que vale sempre a pena, como BOM E POSITIVO VOTAR, mesmo que seja para se discordar daquilo que não se deseja para o futuro, e o melhor seja preferido numa escolha democrática. E bem assim, ficar-se com a consciência plenamente tranquila, qualquer que seja o resultado final.
A.J. Gaspar da Silva