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“Vinde e vede” é o conselho da irmã Olinda Nhampossa que diz que a vida religiosa “não é fechada”

Ir para o convento assustou-a no princípio. A ideia de ficar fechada, mesmo sem vocação, não deixava de a preocupar, na partida de casa rumo ao convento, que ficava a cerca de 500 quilómetros.
“Foi a primeira viagem de avião que fiz” refere Olinda Nhamposso, a Irmã Olinda como é conhecida na Terceira, especialmente como catequista. Alegre e “festeira” como se diz nos Açores.
“Tivemos receio (ela e a prima, companheira de viagem) porque ir para o convento era ir para lá e ficar lá fechadas. E se não é este o meu caminho?, perguntávamos com alguma apreensão. Alguém vos há de orientar, dizia-nos o sacerdote responsável pela nossa ida” conta a religiosa que professou na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, juntamente com uma prima e mais quatro raparigas que entraram na mesma altura no Convento. O projecto AMO, para crianças vulneráveis e desprotegidas, em Moçambique foi a sua primeira grande paixão.
“Tive a sorte de encontrar gente que me iluminou. As minhas colegas de formação foram fundamentais; eram vivas alegres, com desejo de assimilar tudo, movidas pelo sonho de poder colocar a nossa vida ao serviço dos outros, dos mais necessitados. Era muito entusiasmante” refere.
“A minha mestra estava sempre a dizer-me para tentar ver para além daquilo que os nossos olhos alcançam, colocando-me sempre ao serviço da vontade de Deus e isso ficou-me sempre”, diz ainda.
“Neste caminho, procurei ir sempre vendo… É engraçado porque o evangelho de boas-vindas foi `Vinde e vede’ e este tem sido sempre o meu lema e, por isso, fui e fiquei para ver…”.
” Parece que cada vez que vou vendo e vou vivendo vou encontrando sempre razões para alimentar a minha fé a minha vocação, razões para ficar e sinto-me muito realizada” refere esta religiosa que é catequista em São Mateus, na ilha Terceira, onde a sua preocupação é também ensinar os adolescentes a “ver” através da oração, a conhecer e a gostar de Jesus.
“Começamos sempre a catequese a rezar, mas não a repetir apenas uma oração. Procuro sempre adaptá-la ao momento concreto para que eles a sintam como sua; por vezes até os convido a fazerem uma oração espontânea em que eles tragam alguma coisa das suas vidas”, adianta.
“Por vezes é difícil porque vê-se que já não têm o hábito de rezar em casa, em família” lamenta.
Hoje (ontem), em Angra e em Ponta Delgada, celebram-se duas vigílias de oração pela vida consagrada.
“Rezar a Esperança” é o tema da Semana da Vida Consagrada que termina no Domingo e está em sintonia com o Ano da Oração que decorre ao longo de 2024 como preparação para o Jubileu de 2025 sob o lema “Peregrinos de Esperança”.
Esta iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em coordenação com a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) e a Conferência Nacional dos Institutos Seculares de Portugal (CNISP) pretende ser “um tempo de oração e de reflexão sobre a vida consagrada”, realça uma nota enviada à Agência Ecclesia e às Dioceses.
A Semana do Consagrado tem algumas propostas quotidianas de oração. A organização propõe um esquema simples de lectio divina para cada dia da Semana do Consagrado, entre 26 de Janeiro e hoje: começando pela invocação do Espírito, segue-se a leitura e sucessiva meditação, que desembocam na oração a Deus e na contemplação activa do dia-a-dia.
Várias iniciativas decorrem nas dioceses com a celebração do Dia Mundial da Vida Consagrada na Festa da Apresentação do Senhor, hoje.
IA

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