O Santa Clara perdeu mais uma vez dois pontos perante uma equipa que luta para não baixar de Divisão. São 8 pontos que “voaram” com os empates ante formações que estão nas mesmas circunstâncias. Foram as igualdades a zero nos terrenos do Leixões, do Belenenses e, Sexta-feira, no campo neutro (Coimbra) do Lank Vilaverdense (de Vila Verde, perto de Braga, pelo que só assistiram 130 pessoas, 14 das quais apoiantes do Santa Clara), além do zero a zero, na ilha de São Miguel, ante o Penafiel.
Em competições muito equilibradas, os pontos esbanjados com equipas menos apetrechadas em todos os capítulos podem, por vezes, fazerem falta nas contas finais. Não haja ilusões com os 6 pontos de avanço em relação ao terceiro classificado, o Nacional, que não jogou em Matosinhos com o Leixões por falta de policiamento.
Há equipas que reformularam os grupos no recente período de inscrições e vão dar luta para atingirem as posições de subida directa e do play off com o antepenúltimo da Primeira Liga. São os casos do Marítimo, do Torreense e do Tondela.
A pensar no FC Porto?
A Segunda Liga é muito diferente porque a percentagem de incerteza em cada jogo é muito superior para as equipas que pretendem ascender de Divisão comparativamente com os eternos candidatos Benfica, Sporting e FC Porto.
O Santa Clara, com um plantel valioso para este escalão, já teve e terá mais um outro tropeção. Contudo, não pode ser tão passivo como o foi no jogo com o Lank. Faltaram a raça, a garra e o empenho de outros jogos.
Com o golo de Vinicius Júnior aos 14 minutos, o conjunto passou a gerir o jogo, pensando que os três pontos já estavam no bornal. Nos cérebros provavelmente “entrou” o desafio de amanhã com o FC Porto. Um jogo que pode colocar o Santa Clara e os atletas na história da Taça de Portugal, mesmo que o grau de probabilidade não seja elevado. Sendo um jogo onde os holofotes vão estar centrados num ou noutro jogador, que os podem catapultar para clubes nacionais e estrangeiros de escalões superiores, os atletas vão procurar que se confirmem as expectativas geradas.
Sendo importante esta participação na Taça de Portugal, o foco é a subida à Primeira Liga. Esta a razão do grande investimento feito pela SAD do Santa Clara, como comprovam os reforços de Janeiro.
Maior posse de bola
O Santa Clara teve no jogo de sexta-feira a maior posse de bola nos 20 jogos já efectuados para o campeonato: 68%. Aquele registo por vezes não significa ter mais e melhores oportunidades de golo. Foram 10 remates para cada lado, só que o guarda redes Gabriel Batista foi obrigado a mais defesas e mais difíceis do que o seu homónimo do lado contrário, apesar de Rogério ter evitado os 3 pontos para o clube açoriano ao defender o penálti apontado por Safira. Um penálti batido com pouca força, porque se o fosse a bola teria entrado.
Mas a pergunta impõe-se. Estando Bruno Almeida em campo porque não o fez, como aconteceu noutros jogos? No encontro com o Leixões as imagens dão para perceber que cedeu ao pedido de Safira. Em Coimbra não se sabe se já estava ou não pré definido. Rafael Martins também já converteu em golo um penálti, mas Bruno já havia sido substituído. Bruno remata forte e colocado, as razões para êxitos nas grandes penalidades.
Ai Serginho…
Após o empate, sofrido aos 60 minutos, com a concretização em golo do penálti apontado por André Soares, a castigar falta de Velasquez só vista pelo vídeo árbitro, a energia para marcar o segundo golo apareceu na recta final. Tarde, apesar de, mesmo sem ter realizado um jogo por aí além, teve o pênalti desperdiçado. Se tivesse ganho, a falta da raça imprescindível neste campeonato seria aqui referida. Desta vez a “estrelinha de campeão” não acompanhou a equipa.
A lesão que irá impedir Serginho de jogar até ao final da época, segundo as previsões face ao tipo de lesão (fractura do quinto metatarso), veio na pior altura. É um jogador com características diferentes, que liga o jogo e imprime um ritmo mais incisivo, mais virado para o ataque. Fez-se sentir a falta na Sexta-feira.