O líder regional do PS/Açores, Vasco Cordeiro, afirmou que os resultados das eleições regionais de Domingo “são claros e evidentes na demonstração de que a minha candidatura não alcançou o sucesso que eu me propus, desejava e acredito que todos os que se mobilizaram para esta campanha eleitoral também o desejavam”.
Com 35,91% dos votos, o PS/Açores elegeu 23 deputados, ficando sem espaço para qualquer acordo de Governo à esquerda.
“Fiquei, assim, aquém dos resultados eleitorais que havia fixado como objectivo para estas eleições. E é importante que abrindo agora uma nova fase, temos muito trabalho pela frente mas temos, sobretudo, e julgo que esta campanha eleitoral foi bem a prova disso, uma equipa de homens e mulheres profundamente mobilizados para a defesa dos valores do PS e entre estes valores assume particular relevância a defesa da nossa autonomia, a defesa da nossa terra, a defesa das açorianas e dos açorianos”, palavras de Vasco Cordeiro.
Questionado sobre se deixaria a liderança do PS/A, Vasco Cordeiro respondeu que se “mantém no PS” e que “todas as decisões e reflexões que houver para tomar sobre esta matéria, serão feitas no tempo e local próprio.”
Perguntado sobre se entendia que os açorianos já não querem Vasco Cordeiro?, o líder do PS/Açores respondeu que “o PS não teve o número de votos que necessitava” e que “toda a reflexão e todas as decisões serão feitas no tempo e local próprio”.
Sobre a questão de o PS/A viabilizar o Governo da coligação PSD/CDS/PP, Vasco Cordeiro afirmou que este é um assunto que se verá a seu tempo. A coligação venceu estas eleições e há, certamente, agora todo um trabalho que se desenvolverá nos próximos dias.”
Perante a insistência dos jornalistas se estaria disponível para viabilizar o Governo de coligação, Vasco Cordeiro respondeu: “Os senhores têm uma tendência para meter o carro à frente dos bois que eu não partilho. Esta é uma noite eleitoral. Os resultados são o que são. A coligação venceu, há a possibilidade de uma maioria de direita, coisa que nunca foi rejeitada pelo líder da coligação. Portanto, nos próximos dias, haverá espaço para este debate.”
Vasco Cordeiro não deu, portanto, qualquer resposta sobre se viabilizará ou não um governo de maioria relativa da Coligação aquando da votação do programa de governo e do Plano e Orçamento, deixando em aberto a possibilidade de negociações com o líder da Coligação, José Manuel Bolieiro.
Saudação a Carlos César
O líder do PS/Açores começou por referir que os açorianos exerceram o seu direito de voto “de forma ordeira, de forma que dignifica a nossa democracia.”
Deixou uma “saudação especial” ao mandatário regional desta candidatura, o Presidente Carlos César, “pelo seu apoio, pelo seu incentivo, pela sua presença que foram uma constante ao longo desta campanha eleitoral, como tem sido aliás em todos os combates que o Partido Socialista tem encetado”.
Afirmou também que “a disponibilidade para servir a causa da democracia, a disponibilidade e a coragem para se submeter ao juízo dos nossos concidadãos é algo surpreendentemente pouco valorizado e neste momento quero enaltecer e reconhecer os homens e as mulheres que a isso se predispuseram”.
Deixou também uma saudação “a todos os militantes do PS, a todos aqueles que com funções dirigentes ou apenas como militantes de base se empenharam nesta campanha eleitoral, na defesa de um projecto de futuro para ao Açores e por esta circunstância são e serão sempre credores do meu reconhecimento e da minha gratidão”. Disse que teve oportunidade de fazer um contacto telefónico com o Dr. José Manuel Bolieiro, “felicitando-o pela vitória da coligação nestas eleições e pedindo-lhe, naturalmente, que transmitisse aos restantes líderes dos partidos que compõem esta coligação as felicitações”.