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Oficina de Adriano Medeiros tem tido dificuldade em encontrar mão-de-obra qualificada

A Adriauto Reparações está na Rua José das Neves Ferreira, n.º 16, junto ao terminal de cargas da SATA. Esta oficina de reparações de Adriano Medeiros, de 58 anos de idade, está ali há quase 12 anos.

Segundo o nosso entrevistado, “o negócio tem corrido bem”. No entanto, no início nem tudo foi um mar de rosas. “Quando para aqui viemos, em 2012, o mundo enfrentava uma crise económica, que se estendeu desde 2010 até 2013. Na altura, recordo que tinha vindo do Canadá, experimentar uma nova vida e por cá fiquei”.
Mecânica, pintura, reparação de chapa e reboque são serviços da Adriauto Reparações, geridos por Adriano Medeiros, onde está também a sua mulher, que toma conta da contabilidade.
O serviço de reboque funciona particularmente, mas mais através de algumas seguradoras, que oferecem, ou não, assistência em viagem.

Serviço de reboque

Para o serviço de reboque, Adriano Medeiros diz, que “em média é chamado umas seis ou sete vezes por dia”, e para isso “tem de largar o serviço que está a fazer na oficina, para acudir às ocorrências”, que tanto pode ser na área do concelho de Ponta Delgada como noutros concelhos da ilha. No Verão, isso acontece com maior frequência, por causa do turismo”, acrescentou.
Adriano Medeiros chegou a ter a ajuda do filho, que entretanto decidiu experimentar outra vida, nas Bermudas. “Isto aqui, apesar de haver tanto trabalho e não haver mão-de-obra, os preços têm de ser praticados de acordo com o mercado. Por outro lado, não posso aumentar a mão-de-obra para poder pagar o ordenado que o colaborador quer. Por isso, é que muita gente tenta a sua sorte no estrangeiro, como fez o meu filho”.

Falta de mão-de-obra qualificada

Actualmente sem qualquer colaborador, Adriano Medeiros necessita de ter pelo menos mais um ou dois elementos na oficina. No entanto, lamenta não haver mão-de-obra qualificada. “Como qualquer outra profissão, esta é uma área que requer formação. Aqui têm chegado jovens que dizem que querem aprender mecânica, mas também querem receber o ordenado mínimo e depois também temos de pagar o seguro, o subsídio de alimentação e mais alguma coisa. Não é assim, isto requer formação e não podemos pagar a um aprendiz, que precisa de um ano ou dois, para aprender, para que depois possa começar a produzir alguma coisa, e as oficinas não podem fazer isso. Se aparecer alguém com formação já começa a produzir e começamos a facturar, mas isso não tem acontecido”.
Mais disse, que tem falado com várias pessoas no Centro de Emprego de Ponta Delgada, sobre esta situação, “mas parece que não entendem que esta é uma área que requer gente qualificada”.
O nosso interlocutor disse, do mesmo modo, que já teve dois candidatos do Centro de Emprego de Ponta Delgada, que quando souberam para o que iam, recusaram a proposta de oferta de emprego.

Pouca formação de mecânica
nas escolas profissionais

Nas escolas profissionais, “de quando em vez surge alguma formação de mecânica, e não é todos os anos, onde depois concorrem mais de 50 candidatos, e só aceitam 19, como aconteceu com o meu filho, que depois teve de escolher ir para pintura, mas entretanto esteve dois anos à espera de poder concorrer para o curso de mecânica”.
“A maior parte das oficinas estão capacitadas para dar formação, mas para que isso viesse a acontecer, o Governo poderia apoiar na formação, durante um determinado tempo”, justificou.

Cada vez menos ligado aos ralis

Adriano Medeiros continua ligado aos ralis, apenas como um passatempo, incentivado por alguns aficionados e amigos dos desportos motorizados de quatro rodas. No entanto, e tal como aconteceu o ano passado, cada vez menos. “Cada vez menos, porque se não tenho ninguém para trabalhar também não tenho ninguém para ficar no meu lugar, o negócio é o meu sustento e temos de olhar para as coisas que são mais importantes”.
No ano passado, Adriano Medeiros fez apenas duas aparições nos ralis, com o Peugeot 206 GTI, nomeadamente o Azores Rallye e mais uma prova na ilha Terceira.
No momento, realidade é simples de descrever: a mulher trata da contabilidade e Adriano Medeiros vai tentando dar conta do recado, nos trabalhos da oficina e com os serviços de reboque. Os serviços de reparação auto, só por marcação, e se for algum serviço mais complicado, os clientes são avisados que vai demorar.
Sem colaboradores, Adriano Medeiros tenta motivar o filho a regressar, mas “não está motivado… mas está receptivo”.

Marco Sousa

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