Nunca foi tão necessária tal pedagogia democrática.
Segundo dados recentes os jovens entre os 18 os 25 anos, carentes de perspectiva e memória históricas, são os que, via redes sociais, estão a ser mais seduzidos, pelo discurso populista da renascida onda neonazi, com ramificações em Portugal e com bom acolhimento nos Açores.
AfD – Alternative für Deustschland, aí está e em força.
Trata-se de um partido político da extrema – direita alemã com elevado número de membros neonazis, que não escondem o seu mentor Adolfo Hitler, que em 1933 se tornou Chanceler da Alemanha, depois de afastar os seus parceiros de coligação.
Tino Chrupalla é o seu actual líder, que tem vindo a manter “troca de ideias,” com o seu homólogo português, ambos em ascensão nos respectivos países
Quinta coluna avança.
Orbán, Le Pen, Abascal, Bolsonaro, Salvini, Milei, Chrupalla, Trump e outros… São os protagonistas.
E eles passadeiras vermelhas estendem…a Putin que se congratula.
Zelensky e a sua Ucrânia são as vítimas.
Se faltar apoios prometidos à Ucrânia e a frente leste claudicar, dentro de cinco anos o czar Putin e os seus exércitos imperiais desfilam em Varsóvia ou em Riga.
Na tribuna de honra lá estarão os seus lacaios, com Trump e Le Pen como convidados de honra.
A Nato definha.
Finlândia resiste na sua frente de 1000 Kms.
A Alemanha ainda continua a preparar-se para a dissuasão.
O Reino Unido resiste na sua inexpugnável “ilha”. Tinha ido na “conversa trumpista”.
A Turquia de Erdogan negoceia.
A ameaça nuclear paira.
Cenário utópico, catastrófico?
Sem lideranças fortes. A Europa tem vindo a vacilar.
Faltam, personalidades como Churchill, Adenauer, De Gaulle, Delors…
O homem da “América Primeiro”, sempre disse ao que vinha. Não enganou ninguém. Poderá voltar à Casa Branca.
Na cabeça do Senhor Trump, estão neurónios projectados para os negócios, porque foi para isso que foi formatado.
Quanto custa? Quanto ganho com isso? É assim o Donald.
Outra crítica que fazem ao Trump, é que é imprevisível, “muda de conversa como quem muda de camisa”.
Marca d’ água do populismo.
Democracia, novos desafios, novas lutas…2024 será um ano de imprevisibilidades, de incertezas e de mentiras.
Tal como em 1933. O Discurso nazi era apaziguador, utilizando vezes sem conta a palavra paz.
Como a memória histórica nos transmite, quão incertas, imprevistas e mentirosas eram semelhantes palavras.
Sempre à palavra Democracia, estiveram associadas palavras tais como, Igualdade, Confiança, Liberdade, Fraternidade…
Ficou célebre a frase atribuída no século XIX ao Presidente Lincoln dos Estados Unidos, que definiu eloquentemente Democracia como sendo “aquele governo do povo, para o povo e pelo povo”.
Quão longe estão os seus herdeiros republicanos do século XXI.
Ao longo dos tempos tem sido à Democracia, que lideres mundiais de visão e inteligência política, a ela recorreram para a resolução de tremendos conflitos, guerras e revoluções.
Regimes ditatoriais, que pareciam eternos, os quais fazendo das inevitabilidades bandeiras, iriam durar séculos.
Destinos efémeros. Acabaram em tragédias humanas, de consequências inimagináveis.
Terminando os seus protagonistas por tombarem, às “vozes” lúcidas dos democratas.
Entre elas destaca-se a de um primeiro – ministro britânico conservador, que corajosamente levou, não só o seu povo, como os de outras nações democráticas à vitória sobre “as bestas”.
Que protagonizaram, ia o século XX a meio, uma das maiores catástrofes mundiais que há memória.
Com o colapso de algumas autocracias e a vitória das democracias liberais, voltamos a constatar que afinal a história se repete, e os “demónios” voltam a estar de volta, aproveitando a tolerância e os erros das democracias.
Os nacionalismos aí estão e em força, travestidos de capitalismo libertário, com o que, os primeiros têm de mais desumano, a ditadura e o totalitarismo, e o segundo tem de mais cruel e desigual, a ganância e o egoísmo.
Ou quando os extremismos se conjugam para gerarem o maior inimigo da Democracia, que a história alguma vez registou, pelo que tem de contraditório e hipócrita.
O ressurgimento dos populismos de extrema – direita, protagonizados por líderes a soldo duma elite milionária muito poderosa, é uma realidade.
Mas apresentando-se com um discurso contra o sistema e as elites, tão do agrado das pessoas comuns e trabalhadoras, essas sim com razões para lutarem contra essas elites.
Tal o medo e o desespero em que vivem.
Aproveitando a liberdade que os regimes democráticos lhes concedem, não se coíbem de recorrer às notícias falsas e à mentira.
Enquanto garantem aos “aos donos disto tudo”, redução de impostos e a privatização de sectores vitais, prometem melhores salários para os trabalhadores e aos reformados aumento das suas pensões.
Embora em contextos históricos diferentes, muitas semelhanças existem com os discursos produzidos em 1933 na Alemanha e admirados em muitos países europeus, incluindo Portugal.
António Benjamim