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“Preciso de viajar da mesma maneira que preciso do ar para respirar”

Helena Oliveira, professora da Escola Secundária Domingos Rebelo,
revela-se uma apaixonada pela modalidade de Trekking.

O Trelling é uma palavra de origem sul-africana que significa seguir um trilho ou o chamado percurso pedestre e fazê-lo a pé.
Helena Oliveira, que releva que “viajar não é um luxo é uma necessidade”, tem no seu currículo o “Tour do Monte Branco”, “Tour do Monte Rosa”, “Travessia das Dolomitas”, “Subida ao Triglav”, “Rota Santuário dos Anapurnas”, “Subida ao Monte Fuji”, “Subida ao Kilimanjaro”, “Cordilheira Branca”, “4 Montanhas mais altas de Marrocos – 4 mil metros”, “Ascensões Picos da Europa”, “Caminho Inca” e “Tibete”
Helena Oliveira foi convidada da tertúlia do Programa Desporto Açores, exibido todas as Segundas-feiras, das 20h00 às 22h00, sempre com convidados diferentes.
O Programa Desporto Açores é da autoria Pedro Drumond Sousa, e é transmitido, através de várias plataformas digitais, para diversas rádios da Região, para o território nacional e para a diáspora, nomeadamente Estados Unidos da América e Canadá.

Quando termina uma viagem
já tem outra alinhava

A frase ‘viajar não é um luxo é uma necessidade’, não é da sua autoria, mas é aquilo que sente, porque diz, que precisa de viajar da mesma maneira que precisa do ar para respirar. Aliás, quando termina uma viagem, já tem “outra alinhavada, portanto, tenho sempre uma viagem à minha espera”.
Essas viagens são sempre ligadas a caminhadas que começou há cerca de 15 anos. Muito antes, há 20 anos, Helena Oliveira um dia decidiu, deixar o sofá e de fumar, o que lhe deu a sensação de bem-estar, porque passou a ter capacidade física. “Passei a estar bem fisicamente, deixei de fumar e substitui o fumo pelo exercício. Não foi fácil, mas foi das maiores conquistas e a partir do momento que decidi deixar de fumar, nunca mais peguei num cigarro, substituindo-o pela natureza, pela caminhada e pelo cimo da montanha, e por esse bem-estar e a verdade é que foi uma caminhada”.

Do Tibete para o Nepal

A experiência no Tibete foi diferente do habitual, porque a China ocupa aquela Região, mas mesmo na montanha “tínhamos de mostrar passaportes, e apontava-nos as armas com a advertência de não podermos tirar fotografias de determinados sítios e até mesmo aos militares.
Para além de passarmos a conhecer o terreno estivemos em contacto com a natureza, mas também com os povos e com as culturas. Foi um cenário quase de um filme, quando tivemos de atravessar a fronteira do Tibete para o Nepal, com militares de ambos os lados, e tem também essa componente de termos contacto com outras realidades e ao mesmo tempo, perspectivarmos a nossa vida, nomeadamente aquilo que valorizamos e o que os outros têm. É uma aprendizagem, porque não é só subir montanhas e andar uma semana a fazer uma travessia, mas é também um contacto que se tem, principalmente nesses países mais remotos, como foi o Nepal, o norte da Índia, para onde fugiram muitos tibetanos”.
E porque esteve no Tibete teve o privilégio de assistir a uma cerimónia do Dalai-Lama, que “não fazia parte do programa”, onde de repente viu-se “rodeada por milhares de pessoas, não só tibetanos, mas de outras pessoas de várias religiões, porque foi um encontro de líderes espirituais, de gente muito humana, que nos fazem sentir paz e foi, realmente, uma experiência fantástica”.

Faz quilómetros a pé todos os dias

Para cada viagem que faz, tenta sempre manter a boa forma física ou melhorá-la. Por exemplo, na escola existem elevadores, mas ao fim de oito anos nunca pôs lá os pés, ou seja, sobe ou desce as escadas e desta forma faz quilómetros a pé, porque também vai a pé para a escola ou quando vai para o Pesqueiro, porque toma banho de mar diariamente. “São pequenas coisas, que depois também fazem a diferença”.
O seu contacto com o mar “é só para relaxar e sentir o bem-estar”. Vai também ao ginásio e faz Pilates, tentando “nunca exagerar”, porque por vezes, “ao fim-de-semana, surgem caminhadas de 30 quilómetros ou mais. Não é nada que esteja no horário, mas tento sempre fazer qualquer coisa”.
Ainda sobre o Trekking, Helena Oliveira diz que “é a modalidade que lhe dá energia, motivação” e tudo aquilo que lhe faz bem, com benefícios físicos, porque “são muitos quilómetros a subir ou a descer montanhas, principalmente quando se faz qualquer Tour, como o «Tour do Monte Branco» ou o «Tour do Monte Rosa», onde estive durante uma semana, a subir e a descer montanhas, durante cerca de 7 a 8 horas por dia, sempre com paisagens maravilhosas”.
Durante nove dias, dos quais 7 são de caminhada, percorre-se os trilhos que levam os participantes a conhecer o Monte Rosa.
O seu pico mais alto, pico Dufour, com quatro mil seiscentos e trinta e quatro metros, fazem com que esta montanha seja a segunda mais alta dos Alpes e a montanha mais alta da Suíça.

Cuidadoso planeamento

Nalgumas travessias, como foi, por exemplo, a «Travessia das Dolomitas» ou o «Tour do Monte Branco», o planeamento não é feito ao acaso. São caminhadas que demoram, normalmente, cerca de 10 dias, refugiamo-nos nalguns abrigos, onde temos o pequeno-almoço e o jantar, e depois só precisamos de levar qualquer coisa para o dia. Aí levamos de casa, os frutos secos, as frutas desitratadas, ou se conseguirmos, pedimos ainda que nos façam uma sandes, porque temos que ter sempre algo de reserva, porque pode não haver”.
A “Travessia das Dolomitas” é uma aventura que dura sete dias, onde se atravessa o maciço das Dolomitas nos Alpes Italianos.
“Quando foi a «Subida ao Triglav», não digo que passamos fome, mas foi uma semana, os refúgios na Eslovénia não eram nada fartos, onde tudo era tudo muito contado, não só ao pequeno-almoço, como no jantar, e tínhamos mesmo que ter extras. No caminho não encontrávamos nada, éramos nós e pedras, subidas e descidas, então tínhamos que nos abastecer, se encontrássemos algum refúgio e aquilo que transportávamos na mochila para quando precisássemos de comer”.

Segue-se a travessia do “Alta na Mongólia”

O último desafio de Helena Oliveira foi ter de aguentar -34 graus, na Lapónia, província histórica da Suécia, realizando actividades ao ar livre com -20 graus. “Aqui, o frio era tanto, que as nossas sobrancelhas e as pestanas congelaram”.
A próxima aventura será a travessia do “Altai na Mongólia”, que já está agendada para o mês de Agosto.
Helena Oliveira já está nos Açores há muitos anos, tem toda a sua família em Braga e aqui só tem a sua filha. No tempo, recorda, que “as pessoas emigravam mais para a Suíça ou para França”.
Com este testemunho, Helena Oliveira espera conseguir “motivar alguém para começar a caminhar, mas também para se encontrar e para estar bem com a vida”.

Marco Sousa

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