Parece que sim! Muito provavelmente iremos ter novas eleições para a Assembleia Legislativa Regional! Quando? Não se sabe; mas, para mim, deveriam ser no próximo mês de março em simultâneo com as legislativas para a Assembleia da República. Poupava-se em tudo, nomeadamente, dinheiro e esforço.
Os motivos para esta situação já são conhecidos da população destas ilhas.
Em primeiro lugar temos a recusa do PS, dito Açôres, em viabilizar o orçamento que a coligação irá apresentar na Assembleia Legislativa Regional. Depois, temos os constantes disparates do CHEGA que abordarei mais adiante.
Em minha opinião, para um partido do arco da governação, como é o caso do PS/A, esta recusa, e no caso de haver novas eleições, poderá ficar ainda mais penalizado e eleger menos do que os 23 deputados como agora tem.
Julgo que o melhor caminho, para o bem dos Açôres, seria o PS/A ser um verdadeiro Partido Socialista dos Açôres na verdadeira acepção da palavra e assumir o compromisso de viabilizar (não se trata de ser muleta) o governo da coligação porque ganhou as eleições. Depois, fazer a sua “travessia no deserto” e, daqui a quatro anos, apresentar-se ao eleitorado de cara lavada e peito aberto por ter defendido os interesses do povo açoriano, nomeadamente, na facilitação do governo da coligação assegurar a realização dos compromissos nas várias áreas que a Região tem com a União Europeia.
Deste modo, o PS/A demarcava-se da posição tomada pelo seu novo Secretário Geral que, em termos de honestidade política não serve de exemplo seja a quem fôr, tendo em conta os seus antecedentes políticos, especialmente no caso da indemnização à ex-Presidente do Conselho de Administração da TAP.
De resto, o Partido Socialista Português, actualmente, não pode ser considerado um exemplo de virtudes, tais como rectidão e honestidade, atendendo ao que aconteceu a este partido em termos de corrupção e desonestidades políticas de vários dos seus membros, situações que até levaram à demissão do Primeiro Ministro de Portugal. Para além disto, o PS/Açôres demonstraria ter a autonomia que diz defender.
No que ao partido que dá pelo nome CHEGA diz respeito, devo dizer que a verdade não tem côr política; o que o chefe local daquela estrutura partidária diz, quanto a mim só tem um mérito e que é o de ter a coragem de dizer coisas que outros também sabem, mas não dizem.
De resto, não vejo naquele senhor, em termos políticos, nada que possa interessar aos Açôres. Isto porque não apresenta soluções para os variadíssimos problemas que temos; limita-se única e simplesmente a reclamar.
Como exemplo desta falta de “bagagem política” todos vimos que a campanha eleitoral nos Açôres foi liderada pelo seu chefe nacional, como grande comunicador que é. Isto porque sabe que, quem cá tem, não levaria a “carta à Garcia” como diz o nosso povo.
Foi curioso notar que, na campanha que o CHEGA promoveu, não me apercebi de ter aparecido a bandeira dos Açôres, o que me leva a pensar de que para eles, militantes do CHEGA, a autonomia é coisa que pouco interessa.
Julgo que, os “CHEGADOS”, nos Açôres são mais partidários da “canga” do que da liberdade. Pelo que me parece, eles são primeiro portugueses (mesmo portugueses de segunda, não interessa) e só depois é que são açorianos.
Palavra de honra que me custa ver tanta submissão! Esta submissão faz-me lembrar que, no meu tempo de menino e moço, havia uns discos vinílicos de 33 rotações, cujo rótulo era o de um cão a ouvir música duma grafonola. No rótulo havia a inscrição HIS MASTER’S VOICE, ou seja, A VOZ DO DONO.
Claro que, com gente desta, a autonomia corre graves riscos e não estou vendo possibilidades de fazer um novo 6 de Junho.
Só é pena que ainda haja quem se sujeite a tais condições de subserviência.
E depois ainda se dizem “servidores do povo”.
Tudo treta!!
P.S. 1 – Já tinha escrito o presente trabalho quando verifiquei nos Jornais do passado domingo que não estava sozinho neste meu raciocínio. Ainda bem.
P.S. 2 – Texto escrito pela antiga grafia.
11FEV2024
Carlos Rezendes Cabral