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Entre o agora e o recuo estão os cidadãos

Consta que desde o dia 5 de fevereiro a saída de correspondência por parte do Governo tem sido de grande volume. As empresas estão a receber ofícios de resposta cujos pedidos foram efetuados em novembro, dezembro e janeiro. Alguns responsáveis políticos recusaram-se a responder (comprometer) antes das eleições. As empresas viram a sua vida suspensa durante 3 meses.
A expectativa do resultado eleitoral era o de virar a página e retomar o dia após 23 de novembro, ganhasse quem ganhasse.
E agora? é a pergunta que se impõe à AD e ao Chega. Isto porque o PS, numa votação por unanimidade e aclamação, decidiu votar contra o programa de governo a apresentar pela AD.No meu artigo da semana passada, intitulado “O PS/Açores é o garante de uma estabilidade governativa democrática “, manifestei a minha opinião sobre um acordo de regime do PS com a AD durante 4 anos e um novo ciclo no PS/Açores.
Eleição após eleição assistem-se às dificuldades dos líderes partidários em lidarem com as suas palavras, quando o resultado não lhes é favorável.
Miguel Albuquerque, antes do dia eleitoral, disse que só governava com maioria absoluta. Após os resultados mudou a frase para maioria parlamentar.
José Manuel Bolieiro, perante a reprovação do plano e orçamento de 2024, referiu que iria apresentar um segundo orçamento o mais célere possível. Sete dias depois defendia eleições antecipadas.
Os líderes partidários parecem ter uma difícil relação com a verdade.
E agora e quem recua?
Até dia 12 de fevereiro – em política convém datar as posições – José Manuel Bolieiro diz querer conversar com todos, mas que o Governo será formado pela AD (PSD/CDS e PPM); José Pacheco, refere que só entra na sala com o PSD e exige estar no governo para viabilizar um governo da AD. A talho de foice Luis Montenegro diz que o Chega terá que fazer o teste do algodão no dia da aprovação dos documentos que, taticamente, será após 10 de março, e que até esta data não há negociações – em tempos de carnaval Luis Montenegro mascarou-se de José Bolieiro?
A posição do PS é conhecida, mas esta é, no mínimo, contraditória e perigosa. Contraditória face às suas posições de continuidade das políticas assumidas pela AD (tarifa Açores, redução dos impostos, apoios aos idosos, (…). Destoou a visão para os Açores, é certo) caso tivesse ganho as eleições; perigosa, pela hecatombe democrática se o Chega integrar o governo. Vasco Cordeiro apelou ao voto para evitar um governo com a extrema direita. Será justo que a responsabilidade, a acontecer esta hecatombe democrática, recaía sobre o PS? a justeza ou não desta posição é menorizada pelo enorme património do PS.
A aparente relação difícil com a verdade por parte dos líderes partidários é substituída pelas relações de conveniência da circunstância atual. José Ortega y Gasset escreveu que “o homem é o homem e a sua circunstância” e é o que vivemos nos Açores por estes dias. Os homens, leia-se os líderes partidários, são as suas circunstâncias e o arrastamento pelas posições do partido a nível nacional.
Entre novembro de 2023 e a segunda quinzena de março as empresas e famílias terão que esperar pelos jogos táticos dos partidos. Quem recuará, a AD ou o Chega? ou em setembro voltaremos a eleições?

Sónia Nicolau

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