No passado dia 6 de Fevereiro o Marítimo Sport Clube comemorou 90 anos de existência. Um longo percurso com um currículo muito mais positivo do que negativo. Como em todas as colectividades desportivas, passou por períodos menos bons, mas o palmarés do contributo para o desporto da ilha de São Miguel e dos Açores é vasto e recheado de êxitos.
Não vivi a génese e os primórdios do clube, mas conheça-a através da história que Rogério Oliveira nos vai contando (como o fez recentemente). Cresci a assistir aos grandes jogos do Marítimo no campo Jácome Correia, sempre acompanhados por uma enorme e aguerrida falange de apoio.
Quando iniciei as lides jornalísticas conheci dirigentes que pugnaram pelo engrandecimento do clube, como José Dias Vieira, Manuel Castelo, Luís Algarvio e Rui Pacheco, seguindo-se, mais recentemente, Liberal Carreiro, Óscar Rocha, David Vieira. Juvenal Martins é o actual líder do clube da Calheta, hoje a passar por um período de menos fulgor no futebol no escalão sénior. Louve-se a resiliência de manter em actividade aquele escalão, apesar de um ou outro percalço, numa altura em que as dificuldades são mais do que muitas aos níveis financeiros e de atletas. Vale o contributo de alguns jogadores experientes, como atestam os 30 anos como média de idades no plantel actual de 26 atletas.
Do Marítimo saíram jogadores de elevada qualidade, que ainda são referências do clube.
Os escalões de formação do Marítimo vivem os problemas de outros clubes, devido à falha de compromisso quando os praticantes atingem 15/16 anos de idade. Há uma louvável preocupação de retirar os jovens das ruas e proporcionar-lhes uma ocupação desportiva.
O Marítimo SC foi campeão dos Açores de Sub-15 (Iniciados) em 2000/01 e em 2006/07, com participação nacional, o mesmo acontecendo com a equipa de Sub-17 (juvenis), quando foi campeã regional em 2007/08.
A última conquista do futebol sénior como campeão da ilha de São Miguel foi em 2008/09. Antes, os títulos ocorreram em 1941/42, 1953/54, 1972/73, 1973/74 e 1997/98. Por duas vezes competiu na série Açores do “nacional” da Terceira Divisão.
É o único dos cinco clubes tradicionais de Ponta Delgada que mantém o hóquei em patins. Um salto enorme quando entrou na Terceira Divisão nacional e na Segunda Divisão.
O ciclismo é outra modalidade em acção, tendo, recentemente, interrompido com o andebol, onde se sagrou campeão de ilha e dos Açores.
Esta a minha singela homenagem a um dos mais populares clubes da ilha e dos Açores.
FUTSAL AINDA LONGE: Como tem sucedido nos últimos anos, decorreu o torneio nacional de futsal ao nível das selecções associativas de Sub-15 masculino.
A selecção da Associação de Futebol de Ponta Delgada voltou a ter um rendimento negativo perante equipas de regiões com a mesma dimensão.
Começou por perder com a selecção da AF Horta (2-3), que foi a melhor das três açorianas. Composta por 10 jogadores de três clubes da ilha do Pico (com um ou outro vindo do futebol), um da ilha das Flores e outro da ilha do Corvo, com competição muito mais frágil pelo inferior número de jogos relativamente ao que ocorre na ilha de São Miguel, a equipa da AFH revelou que o trabalho nos clubes e a qualidade dos jogadores conduzem-os a um caminho melhor do que se verifica nas ilhas de São Miguel e da Terceira.
A selecção da AF Angra foi a principal decepção do torneio entre os concorrentes açorianos. Saiu com quatro derrotas. De dominadora pela qualidade das selecções no âmbito regional, os Sub-15 desceram de nível.
A selecção da AF Angra foi incluída no grupo B, perdendo, sucessivamente com Castelo Branco (2-7), Évora (3-7), Viseu (5-8) e Aveiro (3-7), sofrendo 29 golos e marcando somente 13.
A equipa da AFH, depois de vencer a AFPD, ganhou a Viana do Castelo (7-1) e a Beja (9-1), perdendo um só jogo, com Vila Real (7-2).
A AFPD ganhou somente a Viana do Castelo (4-1), saindo derrotada ante Horta (2-3), Bragança (6-7) e Beja (5-6). Foram derrotas tangenciais, mas foram derrotas.
A equipa demonstra falta de qualidade, que não é compensada com o empenho que se exige.
Há, contudo, a assinalar o progresso nos trabalhos de preparação da selecção. O treinador principal Delfim Pereira conseguiu um plano de treinos que se aproxima do ideal. Desde 8 de Janeiro até 8 de Fevereiro realizou 10 treinos, duas vezes por semana, (segundas e quintas), a maioria num pavilhão (escola da Ribeira Grande) sem as medidas ideias e com precárias condições para uma selecção.
Desde que Mário Miranda assumiu as funções associativas com a responsabilidade do futsal, em coordenação com a equipa técnica, coordenador técnico e o vice Emanuel Ferreira, tem havido a preocupação de alterar o estado confortável das coisas. Levará tempo. Não é fácil face a vícios instalados. Agora, há que melhorar as condições físicas para a a evolução que se pretende.
José Silva