O indigitado Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, afirmou que interpreta o resultado eleitoral de 4 de Fevereiro como “uma responsabilidade e a indigitação do Representante da República como “um desafio”.
“Como democrata, cidadão e sentido de responsabilidade, assumirei este desafio em nome do interesse dos Açores e em nome da democracia e, sobretudo, do respeito da soberania do nosso povo”, afirmou.
Considerou que “este desafio é, sobretudo, um compromisso de responsabilidade democrática, da importância da estabilidade política e da governabilidade dos Açores nos próximos quatro anos, tendo em conta não só a tendência que sempre quis assumir como referencial de estabilidade para o cumprimento dos mandatos, a minha capacidade de diálogo e do sentido de responsabilidade de ouvir todos”.
Assumiu, mais do que uma vez, que vai “reforçar” a sua disponibilidade para o diálogo, uma das palavras que mais se ouviu na sua intervenção. Isso porque interpreta “a legitimidade democrática inequívoca do resultado eleitoral que nos deu a vitória, mas também reconhecendo que, sem maioria absoluta, importa garantir um reforço deste diálogo, sendo que também já com o saber de experiência adquirida”.
“O diálogo será, por isso, o meu lema como já foi. Vou reforçá-lo. Também interpreto esta necessidade um reforço. Serei eu e não outro membro do Governo a liderar a negociação, as conversações, os necessários entendimentos, para, desde logo, na sua anualidade, os planos e orçamentos que correspondem também a oportunidades de todos poderem rever-se em documentos de investimento e de defesa do interesse dos Açores,” disse.
Quis deixar uma nota de “modéstia política, modéstia democrática, mas, sobretudo, com profunda convicção de que a governabilidade dos Açores é essencial, que a minha governabilidade será assumida na integralidade e confio que todos também assumirão a sua própria responsabilidade, pela estabilidade que é significado de governabilidade nos Açores num contexto nacional, europeu, e também regional muito difícil. E que os próximos tempos recomendam, desde logo, esta concertação. Não excluirei como sempre, também, para além do quadro parlamentar, o que é a sociedade viva, os parceiros sociais e a vivência directa que sempre tive e gosto e ter com as pessoas em concreto”, completou.
Questionado sobre o que os açorianos podem esperar da formação deste novo Governo, recordou as palavras que tem proferido de que terá “uma governação de continuidade, ter um projecto político de continuidade que, aliás, senti que teve, desde logo, uma legitimação através do resultado eleitoral, uma vitória inequívoca”.
Admitiu que fará “ajustamentos” do Governo que levará ao Representante da República. “Não farei, porque não foi este o legado nem o mandato que interpreto que recebi do povo, reformas que ponham tudo em causa”, salientou.
“Pelo contrário, tenho que consolidar na estabilidade das políticas públicas, no funcionamento das instituições, exactamente esta doação, esta consolidação que sempre defendi: A importância de garantirmos estabilidade”, realçou.
Afirmou que, após assumir as funções de Presidente de Governo haverá “tempo e oportunidade e lugar para o diálogo.Falarei com todos sem exclusão e, portanto, será este o meu dever, é esta a minha responsabilidade que assumirei com modéstia democrática mas também com profunda convicção do interesse dos Açores”.
“O que conta para mim é que sou líder de um projecto de coligação governativa PSD/CDS/PPM e é com base nisso e não com proporcionalidades e aritméticas que eu defenderei o interesse dos Açores, da governabilidade e do sentido de responsabilidade com modéstia democrática”, sublinhou.
“Serei receptivo a todas as observações, faz parte da pluralidade democrática. Há um procedimento que eu assumo respeitosamente pela via institucional e que me levou a comportar-me como me comportei, até porque entendo que este exercício também tinha que ser feito na base da boa interpretação do que foi a soberana observação do povo, como disse alias na campanha eleitoral,” salientou.
“Farei tudo o mais rapidamente possível”, prometeu José Manuel Bolieiro.