Os Açores são a região do país com a maior taxa de risco de pobreza nos desempregados (62.3%), outros inactivos (46.9%) e empregados (16.4%), na comparação com Portugal continental e Madeira em 2022.
Os dados são de um estudo do Instituto Nacional da Estatística (INE), com o título “Inquérito às Condições de Vida e Rendimento” (ICOR). Neste estudo, a Madeira lidera o risco de taxa de pobreza nos reformados (19.5%), com mais de 1.4% do que os Açores (18,1%).
Nas outras condições de trabalho na taxa de risco de pobreza, a Madeira está com 57.7% ao nível dos desempregados, 43.4% para os outros inactivos e 15.7% para os empregados, enquanto Portugal continental está com 45.8% para os desempregados, 30.3% para os outros inactivos, 15.3% para os reformados e 9.7% para os empregados.
Os resultados registados nos Açores ao nível da taxa de risco de pobreza são superiores ao da média nacional ao nível dos desempregados (46.7%); outros inactivos (31.2%); reformados (15.4%) e empregados (10%).
A taxa de risco da pobreza é a proporção da população cujo rendimento equivalente se encontra abaixo da linha de pobreza definida como 60% do rendimento mediano por adulto equivalente.
Em relação à diferença da escolaridade na taxa de pobreza, mais de um terço das pessoas com a escolaridade máxima no ensino básico encontrava-se nos Açores, em 2022, em risco de pobreza (34%), enquanto a diferença da incidência da pobreza entre não ter ou ter um nível de escolaridade superior ao ensino básico era maior, também, na Região (10.3%).
Os resultados são também mais acentuados ao nível da taxa de intensidade da pobreza, que permite avaliar em que medida o rendimento monetário disponível mediano dos pobres (pessoas que vivem em agregados com rendimentos monetários líquidos anuais por adulto equivalente inferiores ao limiar de pobreza) se aproxima ou afasta do limiar de pobreza, constituindo um indicador da insuficiência de recursos da população em risco de pobreza. De toda a população de Portugal com idade igual ou superior aos 18 anos, em 2022, 17% das pessoas estavam em risco de pobreza.
O estudo surge no dia em que o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) anunciou um novo aumento no desemprego em Portugal, pela sétima vez consecutiva, registando 355 mil desempregados, mais de 17 mil pessoas face ao mês anterior. Nos Açores o número de desempregados aumentou de 739 em Dezembro do ano passado para 1.093, em Janeiro, um aumento de 354 desempregados. Filipe Torres