Na Rua de São João abriu recentemente uma nova barbearia. O novo estabelecimento é do conhecido barbeiro Emanuel Silva, que começou na profissão quando era pescador na sua terra natal, na Ribeira Quente. Fora do trabalho, Emanuel Silva assume o papel de Quim Barbeiro, banda que anima as nossas festas populares.
Emanuel Silva, de 32 anos de idade é barbeiro há 16. Anteriormente, o nosso entrevistado tinha estado na Rua dos Mercadores, a trabalhar no Paulo Jorge Barber Shop, onde esteve três anos, depois de também ter estado cinco anos no estabelecimento de barbearia do Paulo Jorge Barbeiro, na Ladeira das Águas Quentes.
Entretanto, decidiu ter chegado a altura de abrir o seu espaço, o que aconteceu no passado dia 12 de Fevereiro, na Rua de São João, n.º 7, surgindo assim o seu novo projecto, a Barbearia Emanuel Silva.
“Desde que abri, não tenho parado, tem correspondido às expectativas”, relevou.
“A frequência de clientes tem se mantido constante, independentemente do dia”, acrescentou.
O atendimento funciona por marcação, por telefone ou através do serviço de mensagens curtas (SMS).
Na barbearia, “algumas senhoras, que acompanham seus companheiros, por vezes aproveitam para fazer um corte de cabelo também. Não acontece com frequência, mas acontece”.
Boa localização
Emanuel Silva tem os seus habituais clientes, mas a localização da barbearia privilegia o aparecimento de novos frequentadores. Afinal, estar bem situado é fundamental para atrair pessoas em busca de um corte de cabelo ou uma barba bem-feita.
Na sua opinião, “as barbearias voltaram a ser lugar de destaque para os homens, que cuidam da sua aparência, cada vez mais”.
Com um bom número de barbearias em Ponta Delgada, Emanuel Silva não se sente incomodado com esta realidade, porque diz, que “há espaço para todos e só não trabalha quem não quer”.
Natural da Ribeira Quente, Emanuel Silva estudou nas Furnas, e quando esteve no Exército tirou um curso de cozinha, que lhe deu equivalência ao 12.º ano de escolaridade. Assim, e durante algum tempo, nos seus tempos livres, chegou a ser barbeiro e colaborador do Hotel Terra Nostra, decidindo um dia abraçar só a profissão de barbeiro.
Emanuel Silva foi militar durante cinco anos, no Regimento de Guarnição n.º 2.
“Ser colaborador no Hotel Terra Nostra foi uma experiência enriquecedora, onde estive durante dois anos. Posteriormente, saí e fui trabalhar para a Paulo Jorge Barber Shop, na Ladeira das Águas Quentes”. Nessa altura, Emanuel Silva vinha todos os dias para Ponta Delgada para trabalhar e no final do dia regressava à Ribeira Quente. Esteve assim dois anos, mas agora vive em Ponta Delgada.
De pescador a barbeiro
Curiosamente, o bisavô de Emanuel Silva, Miguel Inácio de Lima, foi em tempos, um barbeiro popular na Ribeira Quente, assim como dois dos seus tios, Miguel Lima e José Pacheco de Lima.
O pai guardou muito material da barbearia do bisavô, que Emanuel Silva pretende expor mais tarde no seu estabelecimento de barbearia.
Surpreendentemente, Emanuel Silva começou nesta vida de barbeiro quando era, ao mesmo tempo, pescador e cortava os cabelos aos colegas e amigos no porto de pescas da Ribeira Quente.
Quando era pescador, a embarcação onde trabalhava ocupava-se da apanha de peixes de fundo, mas também lulas.
Quim Barbeiro
Fora da esfera do trabalho, Emanuel Silva assume o papel de Quim Barbeiro, banda popular de São Miguel, que surgiu primeiramente pelo companheirismo, cumplicidade e amizade entre três pessoas, que formam o grupo no âmbito de animar as nossas festas populares espalhadas por toda a ilha e pela diáspora. A banda ensaia uma vez por semana.
Emanuel Silva canta e toca acordeão, surgindo ainda o teclista David Rita e o baterista Brian Bandarra.
Segunda-feira, a Barbearia Emanuel Silva funciona das 14h00 às 18h00. Nos restantes dias da semana, o horário de funcionamento é das 09h30 às 20h00. Ao Sábado, das 08h30 às 17h00. Domingo é dia de folga.
Em termos de perspectivas para o futuro quer “continuar a trabalhar com a perspectiva de poder evoluir como barbeiro, até estão sempre a surgir novas tendências e estilos”.
Marco Sousa