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Mais de uma dúzia de produtores vão cultivar cânhamo em São Miguel,Terceira, Santa Maria, Flores e Corvo

Depois de três edições da CannAzores – Fórum Transatlântico de Cânhamo e Canábis, em S. Miguel, e duas edições da CannaPortugal – Expo Internacional, em Lisboa, em parceria com o Governo Regional e outros parceiros regionais, nacionais e internacionais, os Açores preparam-se para dar início ao cultivo do cânhamo no próximo mês de Abril em Sta. Maria, S. Miguel, Terceira, Pico e Flores. É mais de uma dúzia de produtores, agricultores, proprietários de terrenos que vão integrar o grupo pioneiro do cultivo do cânhamo, devidamente autorizado pela DGAV, Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária.
Porque se trata de uma cultura emergente nos Açores, é necessário esclarecer os interessados sobre as particularidades das sementes, cultivo, preparação dos terrenos, benefícios e suas múltiplas aplicações nas áreas agro-alimentar, sustentabilidade, saúde e qualidade de vida.

Conhecer a planta
e o seu estado de arte

Cumprindo o objectivo de dar a conhecer a planta e o estado da arte da mesma, no dia 23 de Fevereiro, nas instalações dos Serviços Agrícolas da Terceira, os formadores e consultores da Confraria Internacional Cannabis Portugal, Graça Castanho e Hugo Monteiro, reuniram-se com um grupo de 40 pessoas, provenientes de várias áreas de intervenção, nomeadamente departamentos governamentais, poder local, associações agrícolas, empresas, indústrias, estudantes, área da saúde, construção civil, alimentar, etc.
“Para além da desmistificação da planta do cânhamo (cientificamente denominada Cannabis Sativa L, com baixos níveis de THC, ou seja, substância psicotrópica praticamente inexistente), exploramos o seu potencial industrial para a humanidade e para o planeta, porquanto constitui matéria prima para têxteis; alimentação humana e veterinária; construção civil; biocombustível; bioplástico; cosméticos; produtos de higiene; celulose para papel; cordas, medicamentos, etc.”, foi deliberado.

“O cânhamo não constitui
qualquer perigo…,”
afirma Graça Castanho

“Deixamos bem claro que o cânhamo não constitui qualquer perigo para a saúde pública ou pessoal. Pelo contrário, para a ONU, União Europeia, FMI, Banco Mundial, Organização Mundial da Saúde, etc. o cânhamo é um superalimento, rico em ómegas, gorduras saudáveis, minerais e proteínas vegetais. É também uma super-fibra, ao ter as fibras mais resistentes do planeta, e uma super-planta, porquanto é a resposta sustentável para um número cada vez maior de problemas que o planeta e a humanidade enfrentam. Recordamos, ainda, que, no Catálogo Comum de Variedades de Espécies Agrícolas, o cânhamo é uma hortícola com elevadíssimo potencial ao nível da agricultura, uma vez que o seu cultivo regenera, despolui e bonifica os solos, limpa a água, exige pouca água, pesticidas e herbicidas, e é o maior captador de CO2 da natureza. Por tudo isto, é a planta certa para alternar culturas e revitalizar os solos.”

Cânhamo tem
capacidade de descontaminar os solos

Sobre esta especificidade, Graça Castanho, docente universitária, Presidente da Assembleia da Confraria Internacional Canábis Portugal e fundadora da CannAzores e CannaPortugal lembrou os presentes que “a Confraria irá apresentar às entidades competentes um plano de descontaminação dos terrenos das Lajes com recurso ao cultivo do cânhamo, aliás prática bem-sucedida noutras calamidades ambientais, nomeadamente em Chernobyl. Demonstra a ciência que a planta do cânhamo tem a capacidade de descontaminar os solos e despoluir as águas, de forma ecológica e totalmente sustentável, libertando metais pesados, material radioativo e outros produtos altamente nocivos à saúde animal e humana. No caso da Terceira, o cultivo do cânhamo poderá fazer toda a diferença na vida comunitária e ambiental da ilha”.
O evento foi de entrada livre e contou com o apoio do Governo Regional, desde a primeira hora um parceiro comprometido com o desenvolvimento deste sector crucial, o qual, recorde-se, tem sido, noutros países, uma das principais respostas para o desemprego; abandono de terras; processos migratórios; empobrecimento ou poluição de solos; e recessão económica.

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