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Recados com Amor…

Meus Queridos! Quinta-feira, a Assembleia Legislativa dos Açores iniciou os trabalhos da nova legislatura depois de terem sido verificados os poderes dos deputados que compõem o novo Parlamento. Seguiu-se a eleição dos membros da Mesa, depois de ter havido um consenso entre os Partidos da coligação PSD/CDS, PPM e do PS, permitindo desse modo a eleição do Presidente Luís Garcia, e dos dois Vice-presidentes, cabendo ao PSD a eleição de Joaquim Machado, Deputado do Partido Social Democrata pelo círculo eleitoral de São Miguel, e João Vasco Costa, Deputado do Partido Socialista eleito pelo círculo eleitoral de Santa Maria,… para ocupar os cargos de secretários da Mesa a escolha recaiu na Deputada Nídia Inácio, Deputada do Partido Social Democrata pela ilha Terceira, e Lubélio Mendonça, Deputado do Partido Socialista eleito pelo circulo da ilha do Corvo… A Assembleia contou depois com o protesto dos deputados do Chega, que não conseguiram que o Deputado José Pacheco, conseguisse aquilo que queria, que era ser eleito para uma das duas vice-presidências da Assembleia Legislativa da Região mas, coitado,… dos 57 deputados regionais José Pacheco recebeu 50 votos contra a sua candidatura…

Meus Queridos! Ainda a propósito do rescaldo das eleições de 4 de Fevereiro, foi notório o facto do ainda Presidente do PS/A, Vasco Cordeiro não ter assumido as funções que vinha desempenhando de líder do seu Grupo Parlamentar, passando a responsabilidade ao Deputado João Castro eleito pelo Faial, abrindo desse modo a porta de saída quanto à liderança do PS/A, que terá a realização do seu congresso antes das eleições de Junho para o Parlamento Europeu… A minha prima Maria da Praia diz que, pelo que vai colhendo nas hostes do Partido Socialista, a coisa não vai bem… porque não há ainda quem se queira abalançar a liderar o partido que tem muitas feridas por sarar… e quanto ao futuro do ainda líder Vasco Cordeiro… muitos apontam que o tirocínio que ele fez nos anos que tem estado como Presidente das Regiões Ultraperiféricas… aguçou-lhe o gosto pela Europa e certamente o “fato” de Deputado Europeu pelos Açores vem mesmo a calhar… O que muitos perguntam agora é quem se chega à frente para liderar o PS, que durante os próximos tempos vai perder eleitorado como acontece com quem perde duas vezes seguidas o Governo… Vamos esperar para ver, embora ainda não se conheça o “rombo” que a saída de Vasco Cordeiro vai ter no partido numa altura tão simbólica como o cinquentenário que está à porta do 25 de Abril de 1974….

Ricos: A minha comadre Ernestina tem uma irmã que vive há muitos anos na América, mas tem continuamente os Açores no coração. A Mary do Santo Cristo mandou-lhe um vídeo do Youtube que um americano publicou sobre a visita que ele realizou à vila de Rabo de Peixe, fruto da curiosidade que lhe provocou a série da Netflix “Turn of the tide”, que em português tomou o nome de “Rabo de Peixe”. A irmã da minha comadre Ernestina ficou com os cabelos em pé com o que viu no vídeo, pois a conspurcação da orla marítima da vila de Rabo de Peixe parecia um cenário terceiro-mundista que envergonha qualquer açoriano, razão pela qual ela lhe mandou pela internet o vídeo pela internet para mostrar o desleixo das autoridades quanto à limpeza que é devida da orla costeira. Quando eu tiver tempo, passarei em casa da Ernestina para ver no seu computador aquele filme de horror, já que o meu velhinho telélé não recebe mensagens de vídeos. Mas desde já uma coisa é certa: quando as autoridades apregoam que a vila será inundada de turistas, no seguimento daquela série… e não se preocupam em mandar cuidar do ambiente, limpando de forma frequente as zonas costeiras… é uma grande falta de esmero para com a vila e para com a população… sem falar na fotografia que os visitantes levarão consigo… é caso para dizer pela amostra… “vou ali que meu tio pisou-se”.

Ricos! Fiquei menente ao saber que vários agricultores sentiram-se enganados pela manifestação que começou em Ponta Delgada e terminou em Sant’Ana… pedindo a demissão do Presidente da Associação Agrícola de S. Miguel, Jorge Rita,… A minha amiga Gertrudes sabe que são vários os agricultores que se sentiram enganados quanto aos objectivos da manifestação de há dias atrás… e pedem por isso desculpa por terem exigido a demissão de Jorge Rita… Esse pedido foi feito por escrito por três conhecidos agricultores, João Liberal Couto, Fábio Moniz e Rúben Oliveira,… dizendo que, relativamente à manifestação do passado dia 8 de Fevereiro, “fomos enganados!”…. “A manifestação, combinada em reunião no dia 5 de Fevereiro num salão sito na freguesia de S. Vicente Ferreira, focava-se no desagrado pela consecutiva baixa do preço do leite e pedindo ajuda da sua parte para um próximo manifesto, mas nunca pedindo a sua demissão, como foi dito pelo Sr. Fernando Luís Mota e respectivos apoiantes!”… e na carta que os autores autorizaram a sua divulgação acrescentam: “Afirmamos que muitos lavradores, agricultores e prestadores de serviços foram usados como aquisição de apoiantes para esta farsa de quererem obter o seu lugar”…. Os autores “pedem desculpa pelo sucedido”… e cá por mim, que sou pouco entendida nessas coisas de manifestações, entendo que os autores da carta que enviaram a Jorge Rita foi um gesto que dificilmente se encontra hoje em dia! Merece por isso o nosso aplauso…

Meus Queridos! Entretanto, a Associação Agrícola de São Miguel, para clarificar toda a embrulhada que foi gerada pela dita manifestação, decidiu, e bem, emitir um esclarecimento dirigido aos associados, onde diz que, na sequência das informações falsas que tem vindo a ser divulgadas, cumpre esclarecer que no acordo de parceria estratégica 2023- 2028, assinado pela Federação Agrícola dos Açores (FFA), não está previsto que até 2030 sejam tomadas as seguintes medidas: Fim do gasóleo agrícola, que metade dos herbicidas, fungicidas e insecticidas não podem ser usados, que um quarto das terras estejam em agricultura biológicas, a redução da utilização de adubos em 20%, a proibição de usar metade dos medicamentos animais. A Associação Agrícola de São Miguel acrescenta que para que não restam dúvidas, disponibiliza o documento na íntegra, que foi rubricado e assinado pelas partes. Embora como disse seja uma leiga nessas coisas… sou da opinião que nada melhor do que por o preto no branco como fizeram os três lavradores e a Associação Agrícola de São Miguel … mas o que é preciso, é que a lavoura não se deixe “envenenar” pelos interesses radicais de alguns partidos que estão de “papo cheio” por terem tido mais uns votos que os tornaram donos das pessoas e arautos de verdades que depois de provadas se mostram envenenadas… Ricos, é preciso ter cuidado com o povo que não é ignorante, como alguns gostam de fazer crer!

Ricos! Neste tempo em que vivemos há coisas do “arco da velha”e convêm conhece-las para evitar que elas se repitam noutros lugares e circunstancias… A minha amiga Josefina enviou-me uma notícia que leu num jornal nacional que é inacreditável que aconteça neste tempo… e que aconteceu com uma família que vive em Castelo de Paiva e foi obrigada a sepultar um ente querido duas vezes, no espaço de uma semana, devido a um erro da Junta de Freguesia, que lhe atribuiu uma campa que já tinha dono…. O falecido que se chamava Marco Ferreira, tinha 37 anos e morreu a 28 de Janeiro e foi sepultado numa campa do cemitério três dias depois. “A campa que a Junta destinou para o enterro… tinha muitos acessórios… e os familiares acharam estranho e questionaram a Junta de freguesia que retorquiu que a campa aparecia livre nos registos informáticos”. O pior veio depois, quando já passados uns dias do enterro, a família foi informada que a campa afinal tinha outro dono e teriam que fazer a trasladação do corpo de Marco, isto é, uma semana depois, o defunto Marco Ferreira foi enterrado pela segunda vez e a Junta não pediu sequer desculpas à família que até “sugeriu à família que fizessem a trasladação de noite para não ser obrigado a comunicar o caso à GNR… e no dia do novo enterro apareceu no cemitério e disse à mãe do falecido “Já está…. O luto já pode acabar…. Há cada uma que só merece ser resolvido à “chapada”… Isto é de ficar menente com o que se passa em muitas Juntas de Freguesia e só me lembra usar o título que usava o conhecido Advogado José da Silva Fraga, na rubrica regular que tinha no jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio, e que era: “ Os Açores não estão defendidos” o que aplicando-se a esta questão é dizemos: “ O povo não está defendido”… da má gestão pública!

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