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José Manuel Bolieiro reconhece que impasse sobre a decisão do novo aeroporto de Lisboa“prejudica muito” os Açores

O Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, considerou na Quarta-feira, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que o impasse em torno da localização do novo aeroporto de Lisboa “prejudica muito” os Açores e a experiência do viajante para o arquipélago.
O adiar de uma decisão “penaliza o destino final”, no caso os Açores, “e condiciona muito o grau de previsibilidade, de estabilidade e até da reputação portuguesa relativamente à previsibilidade de chegar e cumprir horários”, declarou o governante.
José Manuel Bolieiro falava na CNN Summit, conferência integrada na edição deste ano da BTL, que decorre em Lisboa e que tem os Açores como destino nacional convidado.
Na ocasião, e entrevistado pelo jornalista Anselmo Crespo, o Presidente do Governo lembrou que o turismo pode contribuir para o combate à pobreza.
Tal combate, precisou, faz-se “através do trabalho e da qualificação profissional, não através da subsidiação”.
E prosseguiu: “O turismo permite a criação de mais emprego, melhor remuneração, melhor literacia”.
Como desafios para o sector, José Manuel Bolieiro destacou o “combate à sazonalidade”, transversal ao todo nacional, mas também chamou a atenção para a “dispersão” do território açoriano, as nove ilhas, um desafio para os “fluxos turísticos”, admitiu. Na BTL estão presentes os 19 municípios da Região e dezenas de empresas açorianas, que foram visitadas pelo Presidente do Governo no primeiro dia do evento.
Recorde-se que, em 2023, os Açores bateram todos os recordes no sector do turismo, com os alojamentos turísticos a registarem cerca de 3,8 milhões de dormidas e de 1,2 milhões de hóspedes.
Os últimos dados divulgados pelo Serviço Regional de Estatística (SREA) indicam que, no último ano, “o total de dormidas foi de 3,8 milhões, representando um acréscimo face ao ano anterior de 15,1%. Relativamente aos hóspedes, o número total foi de 1,2 milhões, valor superior em 14,8% relativamente ao ano 2022. Neste ano, a estada média situou-se nos 3,18 dias”.
Gerou um valor recorde de 157,8 milhões de euros em proveitos nos estabelecimentos hoteleiros, marcando 2023 como o primeiro ano de sempre a superar os 150 milhões de euros de proveitos totais na hotelaria dos Açores.
O último ano foi, para o turismo açoriano, não apenas o ano de todos os recordes, como também aquele em a Região recebeu alguns dos mais importantes prémios mundiais do sector – a começar pelo galardão de “Melhor Destino Mundial de Turismo de Aventura”, atribuído pela World Travel Awards.
O desempenho turístico da Região e os vários galardões e prémios internacionais demonstram a evolução positiva do turismo dos Açores, os elevados níveis de qualidade oferecidos no destino e o reconhecimento internacional que a região conquistou num dos mais competitivos setores da economia mundial.

Berta Cabral considera “fundamental trabalhar,
de forma sustentada e na redução da sazonalidade”

A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, disse ontem, em Lisboa, que, em 2024, o Governo dos Açores vai apostar forte nos mercados da Europa, Estados Unidos da América e Canadá, para desenvolver ainda mais o sector turístico – lembrando que o destino Açores é de excelência e qualidade, não de massas.
Berta Cabral falava em entrevista à CNN Talks, subordinada ao tema “Turismo dos Açores, Perspectivas e Desafios”, que se realizou no âmbito da Bolsa de Turismo (BTL), que decorre até 3 de Março na FIL e que tem os Açores como destino nacional convidado.
A governante reafirmou a contínua aposta no mercado nacional, que é o principal mercado emissor dos Açores, e referiu que 2023 foi um ano “extremamente positivo” para o turismo nos Açores.
“Superámos os melhores registos de desempenho, fomos eleitos como o ‘Melhor Destino de Turismo de Aventura do Mundo’ e conseguimos o ‘Nível IV Prata’ na certificação como ‘Destino Sustentável’. Além disso, 2023 marcou a entrada em vigor do nosso novo Plano Estratégico e de Marketing para o Turismo dos Açores 2030, que nos dá uma perspectiva fresca para o desenvolvimento turístico e uma nova força competitiva para os próximos anos”, realçou.
Berta Cabral sublinhou, no entanto, a necessidade de continuar a trabalhar e a acompanhar o mercado, além de prosseguir com o investimento na “qualificação do produto e dos recursos, além de que é fundamental trabalhar, de forma sustentada e determinada, na redução da sazonalidade”.
“Somos um destino turístico sustentável em franco crescimento, que oferece a quem nos visita não apenas a natureza propriamente dita como também a natureza humana. A nossa grande ambição é que os Açores sejam, cada vez mais, uma referência do turismo de natureza, primando pela excelência das experiências em terra e no mar, mas também na valorização da nossa natureza humana, ou seja da nossa identidade”, adiantou.
A Secretária Regional referiu-se, ainda, à primeira Rede Integrada de Actividades de Natureza e Aventura, que conjugará diversas actividades, como os trilhos pedestres, birdwatching, cycling e canyoning, adiantando que está já em preparação a implementação de novas rotas de pedestrianismo que proporcionarão experiências únicas e levarão os visitantes a mais locais das ilhas açorianas.
Berta Cabral afirmou que ter turismo todo o ano em todas as ilhas “é uma missão definida com convicção, que representa progresso e prosperidade em toda a Região”.
“Em todas as ilhas dos Açores há ainda uma grande margem para crescer e que em nenhuma delas há qualquer indício de massificação ou insustentabilidade turística”, acentuou.
A Secretária Regional da tutela disse, ainda, que os Açores têm grande potencial de crescimento no sector do turismo, um sector que impacta transversalmente em toda a economia, e manifestou-se confiante relativamente a 2024.

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