A nossa entrevistada é proprietária do viveiro Pérolas da Vila, situado na Rua da Boavista n.º 37, em Rabo de Peixe.
Maria Moniz, de 44 anos de idade, é empresária por conta própria há três anos, embora seja vendedora de plantas há mais tempo, há quatro anos.
A nossa entrevistada é proprietária do viveiro Pérolas da Vila, situado na Rua da Boavista n.º 37, em Rabo de Peixe.
No viveiro Pérolas da Vila, de Filo Moniz, como é mais conhecida, produz imensas plantas suculentas, “todas elas criadas ao ar livre”.
As plantas suculentas são plantas de fácil cultivo, necessitando de pouca rega e possuem grande capacidade de adaptação a diferentes ambientes. Existem inúmeras espécies, de diferentes tamanhos, cores e formatos.
Sobre as Pérolas da Vila, Filo Moniz, ressalva, que as suas “plantas são pérolas, que são da vila de Rabo de Peixe”.
Plantas para todos os gostos
Para além das plantas suculentas, também são ali produzidas plantas de interior, de exterior ou de jardim.
Muitas plantas suculentas são reproduzidas pelas mãos de Filo Moniz, que usa estacas de “folhas, mas tudo depende da espécie da planta”.
Antúrios e orquídeas têm também muita procura, negócio que até tem corrido bem. “Graças a Deus, que o negócio tem corrido bem”. A estação de Inverno é uma época baixa e Filo Moniz não tem ajudas: “Comecei este negócio do zero, sozinha e assim permaneço, porque não disponho de disponibilidade financeira para contratar alguém e depois não ter dinheiro para pagar. Para poder beneficiar de qualquer ajuda, teria de ter já um colaborador aqui há um ano, com descontos para a Segurança Social e só a partir daí é que poderia ter alguma ajuda, mas não consigo e é injusto”, lamenta. “Quem começa do zero devia ser mais apoiado pelo Governo, mas não somos”, acrescenta.
Antúrios são plantas fascinantes e conhecidas pelas suas flores exuberantes.
As orquídeas apresentam muitíssimas e variadas formas, cores e tamanhos.
Cuidados extremos
Esta é uma actividade que requer muita dedicação, atenção, paciência e conhecimento. “Começo muito cedo a trabalhar, das 07h00 às 20h00, por norma, quase todos os dias. No Verão, tenho dias de trabalhar 16 horas e até vou para casa às 23h00, Sábados, Domingos e feriados. Só no ano passado, a partir de Novembro é que decidi ficar em casa aos Domingos”.
No viveiro Pérolas da Vila há um espaço onde Filo Moniz cuida das plantas interiores, que requerem também muita atenção e cuidados básicos, “como rega adequada, cuidado com as folhas e fornecimento de nutrientes com produtos adequados.”
“As plantas vêm do fornecedor muito pequenas, mas depois tenho de mudar os vasos, quando é preciso fazer os transplantes e depois vou cuidando delas”.
Filo Moniz só vende o que produz no local e a maior parte dos seus clientes “são das freguesias dos Arrifes, Relva e do concelho do Nordeste”.
Segredos? “Os preços são convidativos e todas as minhas plantas suculentas são cultivadas ao ar livre, através da sua fotossíntese, pois é através dela que elas produzem seu próprio alimento e até crescem melhor”, valida.
Incentivada pela amiga Sónia Medeiros
Filo Moniz é natural da freguesia das Calhetas mas sempre viveu na vila de Rabo de Peixe. Na altura da pandemia da Covid-19 trabalhava na Junta de Freguesia de Rabo de Peixe, através de programas ocupacionais acabando por ficar depois desempregada. Nessa altura, recorda, tinha muitas plantas e uma amiga, Sónia Medeiros, incentivou-a a vender plantas. De início teve receio, mas experimentou e teve sucesso, de tal maneira que hoje em dia é o seu meio de subsistência.
Filo Moniz tem a sua página na rede social Facebook. Chegou a ter a página Pérolas da Vila, mas as pessoas já se habituaram a espreitar a sua página pessoal (Filo Moniz), que é onde tem as maiores novidades daquilo que produz.
Fora da esfera do trabalho, Filo Moniz tem quatro filhos e dois enteados, mas nenhum deles mostra vontade de abraçar o trabalho da mãe. “Essa é a vida que a minha mãe escolheu”, justificam. “De qualquer maneira, todos eles trabalham e quase todos têm algo pós-laboral”.
Em termos de perspectivas para o futuro, quer continuar como está, porque acredita, que “devagar se vai ao longe”. Investir na expansão do negócio é outros dos objectivos que gostaria de alcançar. “Espero e mereço, porque trabalho para isso, que isto venha a acontecer”, finalizou.
Marco Sousa