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‘Ají’ é o novo restaurante de almoços casuais quevai coabitar com os jantares requintados do Õtaka

O ‘Ají by Ôtaka’ é o novo restaurante de almoços que vai partilhar o mesmo espaço do Õtaka, um dos mais requisitados espaços de ‘fine dining’ em Ponta Delgada. Com uma carta diferente e uma versão mais descontraída dos sabores, a cozinha do ‘Ají’ está mais direccionada para a América do Sul. O espaço fecha na última quinzena de Abril para pequenas remodelações e retoma a 1 de Maio com algumas novidades e os habituais jantares do Õtaka. Já a inauguração do ‘Ají’ ainda não tem data anunciada.

Anne Teixeira e José Pereira, proprietários e chefs do restaurante, estiveram emigrados na Suíça e o Õtaka surge do sonho de voltar a casa. Abriu em 2018 e, desde então, tem vindo a crescer e firmou-se como um dos restaurantes de fine dining mais conceituados de Ponta Delgada.
“Estávamos emigrados há sete anos na Suíça e abrimos em 2018 com o desejo de voltar para os Açores. Todos os anos tem sido um pouco melhor, a equipa cresceu e o nível de dificuldade da cozinha também aumentou. Agora, chegamos a um ponto em que queremos oferecer mais aos clientes e eles também nos pedem mais”, explicou José Pereira.
Por sua vez, Anne Teixeira afirma que o segredo para o sucesso do Õtaka tem que ver com a “consistência e qualidade. Para além da qualidade dos produtos, o nosso serviço também se destaca bastante.”

Obras de renovação…
O restaurante estará fechado para pequenas obras entre 14 e 30 de Abril e reabre a 1 de Maio com novidades. Entre elas, o reforço no bar com um cocktail station, um aumento da cozinha que irá permitir uma maior capacidade de frio e armazenamento e o aumento da garrafeira.
“O intuito das obras é melhorar a funcionalidade e eficiência do nosso serviço. À medida que o restaurante foi crescendo, o nível de dificuldade também aumentou. Pois, no início a nossa cozinha era mais simples e, apesar de ter os mesmos sabores, actualmente é uma comida mais detalhada. Num único prato podem existir 10 mise en place”, explica Anne Teixeira.
Adianta que sentiram a necessidade de “criar uma certa estrutura para atender a esta demanda. E, uma vez que vamos fazer as obras, também aproveitamos para fazer pequenas alterações a nível de design Um dos pedidos dos clientes foi, por exemplo, o de diminuir a luz branca da cozinha. E de forma que a esta continue a ser um espaço aberto, vamos colocar um móvel para que a luz não interfira tanto com a sala.”

O mesmo espaço
Dois restaurantes…
No entanto, ainda com data a definir, a grande novidade do Õtaka é a introdução de almoços com um conceito distinto: “Uma vez que já temos este espaço, e que só funcionamos aos jantares, surgiu a ideia de abrir aos almoços, não como Õtaka, mas como outro restaurante, outro nome e outra identidade.
No mesmo espaço vamos abrigar dois restaurantes diferentes, com fundamentos semelhantes e que prezam a mesma qualidade e consistência,” afirmam os chefs.
O almoço e jantar oferecerem experiências e conceitos diferentes e os empresários explicam que, por um lado, a escolha de acolher dois restaurantes sob o mesmo tecto tem que ver com a rentabilização do espaço. E, por outro lado, como referem “é uma oportunidade de dar uma experiência diferente ao público local e estrangeiro sem fazer com que Õtaka não perca a sua identidade.
O restaurante Õtaka distingue-se pela experiência de fine dining, “com mais pormenor, mais atenção ao serviço. Neste sentido, o conceito fine dining e wine pairing do Õtaka não se enquadraria ao almoço, uma refeição que por norma é mais rápida e descontraída. Para além disso, se tivéssemos o mesmo nome com uma carta diferente para almoço e jantar, iríamos criar uma certa confusão nos clientes”, explicam.
A cozinha do Ají by Õtaka
Foca-se na América do Sul
A cozinha do Õtaka é conhecida pela fusão entre a culinária japonesa e peruana – mais conhecida como Nikkei -, mas o seu restaurante irmão, uma versão mais descontraída destes sabores, está mais direccionado para a cozinha sul-americana.
Ainda com data de abertura a definir, “o Ají vai ser menos focado no Japão e mais direccionado para América do Sul, usando a excelente proteína que temos nos Açores, mas com um toque de comida de conforto, ou um tipo de prato que as pessoas possam partilhar. Não há um menu de degustação, pois é experiência mais simples e casual”.
“Ají significa ‘pimentas’ e na nossa cozinha usamos muito os ajís peruanos, como o ají amarillo, pimenta amarela; ají panca, uma pimenta vermelha seca; e o ají rocoto, uma pimenta vermelha, especialmente picante. E, claro, nos Açores também usamos muito o “ají” de pimenta da terra pois damos muito valor aos produtos locais.
A carta ainda não está completamente definida, mas estará sempre à volta do nome. Ou seja, vamos usar muitas pimentas diferentes: tem intensidade de sabor e um q.b. de picante e acidez, mas sempre com equilíbrio.”
O pratos do Ají ainda estão em fase de teste, mas o chef José Pereira revela que vão recuperar alguns dos favoritos dos almoços que fizeram no contexto da pandemia: “Vamos ter, por exemplo, o ‘Arroz verde de camarão’ que as pessoas adoravam, mas os restantes pratos ainda são segredo.”
Também está a ser criada uma carta de sobremesas para os almoços. No Õtaka estas já conquistaram alguma fama – “em especial o cheesecake” – e a chefe pasteleira garante que as novidades do Ají “serão igualmente saborosas”.

O compromisso dos Chefs
Para a reabertura que acontece a 1 de Maio, Anne Teixeira afirma que o compromisso continua o mesmo: “Consistência e qualidade. Queremos que os nossos clientes continuem a ter uma boa experiência, seja ela de fine dining com o Õtaka, ou de um almoço mais casual com o Ají. Temos a certeza que vão sair daqui felizes e satisfeitos. Depois, a fusão entre a comida e o serviço complementam-se muito bem e, apesar de ser uma carta diferente, vai ter a mesma qualidade, empenho e rigor que sempre aplicamos no nosso trabalho”, conclui.
Daniela Canha

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