Se não foi a melhor exibição da época da equipa do Santa Clara, andou por lá perto. O treinador Vasco Matos assumiu no final do jogo em Viseu, que ditou o oitavo empate no Campeonato da Segunda Liga de futebol, ter sido “dos melhores jogos do conjunto”.
O empate a um golo frente ao Académico não revela a superioridade que a equipa demonstrou em quase todo o jogo. As estatísticas nem sempre coincidem com a realidade de um desafio. Há jogos em que o maior número de ataques, de remates e de pontapés de canto e a maior posse de bola deriva das contingências dos momentos do jogo. Já aconteceu ao Santa Clara ganhar com menos posse de bola em seis contendas e menos remates em três.
O que se passou em Viseu foi evidente desde a primeira parte. Uma equipa muito personalizada, com um futebol de elevada qualidade, que antes de sofrer o golo teve três situações de golo flagrantes. Safira não foi eficaz na finalização, assim como Ricardinho e Pedro Ferreira.
O golo de Marquinho (28m), no primeiro remate enquadrado com a baliza, dos 6 que o Académico executou na primeira parte, 3 deles para fora, abalou por minutos a equipa. Só que rapidamente se reergueu, continuando com a superioridade e a perder mais uma boa ocasião para marcar.
O Santa Clara terminou a primeira parte com 15 ataques (9 do Viseu), 12 remates (6), 5 cantos (0) e 5 faltas (10). São dados demonstrativos do que apresentou em campo.
Na segunda parte continuou a equipa de Ponta Delgada a manter o ritmo ofensivo, acentuado com as entradas de Gabriel Silva e de Rafael Martins. O número de ataques aumentou de 15 para 17, terminando o jogo com 32, enquanto o Viseu se ficou pelos 18. Os remates totais foram 23 (o segundo maior número, ficando atrás dos 27 contra o AVS), mas só aos 82m, novamente de bola parada (ao sexto dos oito cantos), é que Sidney Lima cabeceou para o merecido e tardio golo.
A confirmar que o Académico de Viseu esteve por baixo no jogo, apesar do ex-treinador e de má memória para o Santa Clara, Jorge Simão, não tê-lo reconhecido, está nos 18 ataques, nos 12 remates, num único canto e nos 37% de posse de bola que obteve nos 54,35 minutos úteis do encontro da noite de Segunda-feira.
Os 63% de posse do Santa Clara iguala o que alcançou no jogo em casa com o Penafiel, mas não supera os 68% na partida com o Lank Vilaverdense, jogos que também terminaram empatados.
Nos 6 minutos de compensação, que se estenderam a 9, o jogo foi animado. Houve um penálti claro que favorecia o Santa Clara, com a mão de Rodrigo Pereira a desviar um centro de Gabriel Silva não assinalado pelo árbitro e pelo video árbitro e uma expulsão de Adriano revertida pelo video num erro clamoroso de mais um árbitro da nova geração.
Com a vontade tremenda de chegar à vitória, o Santa Clara desguarneceu a retaguarda, tendo, por duas vezes, visto o golo perto do Académico.
A equipa da ilha de São Miguel permanece em primeiro, a 6 pontos do terceiro classificado Nacional, quando faltam 10 jogos. Tem de adicionar mais 15 pontos, pelo menos, aos 53 que possui para a subida directa à Primeira Liga.
Como o Santa Clara joga Sábado (14h30), no Seixal, com o Benfica B, a caravana fica no continente, realizando a preparação em Freamunde.