Brigite Silva já vendeu biquínis para todo o Mundo, via Instagram. Começou por produzir scrunchies mas a forte adesão das suas clientes levou-a a produzir biquínis e malas de praia. Tem o sonho de fazer da moda a sua profissão mas admite que “nos Açores isto é muito complicado”.
Como foi o seu percurso até aos dias de hoje?
Foi sempre muito orgânico. Nunca forcei a que nada acontecesse. A costura surgiu na minha vida por acaso…. Fui a casa de uma amiga, durante a pandemia, que por acaso estava a costurar e pedi-lhe que me ensinasse a fazer scrunchies…. E assim começou a minha paixão pelas criações e pela costura.
Já tinha alguma visibilidade nas redes sociais, lembro-me de ter feita uma primeira publicação com a fotografia dos scrunchies e colocar a pergunta, “meninas, comprariam?”. A partir desse momento recebi imensas mensagens privadas e assim começou. Percebi rapidamente que poderia vir a ser um sucesso.
Sempre apostei num marketing indirecto, colocava nos stories as fotos das encomendas e identificava as clientes… desta forma as clientes acabavam por partilhar e os meus produtos chegavam assim a mais e mais pessoas.
No ano seguinte decidi aventurar-me nos biquínis e desde então o meu pensamento é sempre melhorar e inovar!
Profissionalmente, coincido o meu trabalho no Hospital Divido Espírito Santo com a costura, nos momentos livres. A nível pessoal fico muito limitada na época de maior venda, que é nos meses de Verão, mas com muito gosto!
Como surgiu o gosto pela moda?
O gosto pela moda acompanha-me desde muito cedo. Lembro-me de, por volta dos meus 5/6 anos, estar em casa e usar as roupas/ sapatos da minha mãe, assim como as maquilhagens. Fazia pequenos desfiles em casa para a família e deliciava-me nesses momentos. Portanto, sempre foi um gosto muito destacado em mim.
Como surgiu a ideia de criar biquínis? Sentiu que era uma área que estava em falta nos Açores?
Surge numa altura em que comecei a conhecer o mundo da costura. Comecei por criar scrunchies…. Correu muito bem e no ano seguinte decidi aventurar-me nos biquínis. Inicialmente a ideia era apenas produzir para mim; como não tenho curso de costura, não era intuito vendê-los. Partilhei as minhas criações com amigas e percebi rapidamente que muitas tinham interesse em ter um. Partilhei na minha rede social, Instagram, e foi um sucesso desde o primeiro post. Honestamente, não esperava que corresse tão bem.
E sim, sempre senti falta de algumas coisas cá nos Açores, uma delas, os biquínis personalizados, para cada corpo.
Em que diferem os seus biquínis?
A personalização. Além de ter uma tabela extensa em tamanhos, as minhas clientes podem escolher os tecidos, misturando-os ou não, escolher os modelos, dentro dos que tenho disponíveis na minha página. Ou seja, podem misturar modelos e criarem o biquíni da maneira que mais gostam e melhor lhes assentem.
Como tem sido o seu volume de negócios?
Felizmente tem corrido muito bem, a cada ano que passa, a minha marca chega cada vez mais, a mais pessoas.
Quais são as expectativas em termos de vendas para o ano de 2024?
Confesso-vos que sempre que início mais um ano, mais um lançamento… fico muito ansiosa sem saber como vai realmente correr. Mas tento focar-me nas estatísticas dos anos anteriores… Uma vez que tem vindo sempre a melhorar, acredito que 2024 também virá surpreender-me.
Além do mais, tento sempre melhorar, inovar e aperfeiçoar! Portanto tenho noção do que anda na moda e faço questão de a acompanhar. Sempre dentro dos meus gostos pessoais.
Quais foram as maiores dificuldades que sentiu como empreendedora?
A minha maior dificuldade é encontrar fornecedores localmente. Infelizmente tenho sempre de mandar produzir os tecidos no continente, assim como os envelopes para os envios e as peças de acrílico com o meu logotipo.
Tenciona fazer da moda a sua profissão?
Não é a minha ideia, tenho consciência que cá nos Açores, isso é muito complicado. Mas não escondo que era um sonho se isso acontecesse.
Já vendeu biquínis para que países?
Felizmente os meus biquínis já correram o Mundo. Já vendi para o Canadá, América, Bermudas, Luxemburgo, Suíça, praticamente todas as ilhas dos Açores, Madeira e Portugal continental, de norte a sul.
Para além de biquíinis também faz acessórios de moda. Pode falar um pouco sobre isso?
Neste momento o meu maior foco, são os biquínis. Em acessório aos biquínis, faço então os scrunchies a combinar e os sacos de praia. Acho um máximo, e como boa amante de moda, poder ter um conjunto na praia é ouro sobre azul.
Tem alguma mensagem que queira deixar aos leitores?
Agradecer! Agradecer todo o carinho, toda a confiança que depositam em mim e no meu trabalho! Há muito mais por detrás da minha marca e que só eu e as minhas clientes sabemos. Todas as mensagens de carinho que recebo de cada cliente assim como as mensagens ansiosas para os novos lançamentos! Sou muito grata por tudo isso! A minha maior felicidade é satisfazer os pedidos e ajudar as minhas clientes a sentirem-se o mais confortável possível com o meu biquíni vestido. Não quero ser só mais uma a fazer biquínis… quero fazer parte das boas memórias de Verão das minhas clientes e ser aquela marca a quem aconselham a familiares e amigas. E digo aqui em primeira mão que a colecção BRI para 2024, será lançada já no próximo mês de Abril.
Frederico Figueiredo