Analistas políticos têm vindo a opinar:
Em que medida a ideologia Social – Democrata, seus princípios e valores, têm sido implementados nos Açores?
Quando observem os 50 anos de evolução do regime de Autonomia Democrática nos Açores.
E os dois partidos que o têm suportado e alternado no poder.
Ambos reclamando-se de sociais – democratas.
Há quem venha defendendo que apenas em escassos períodos a ideologia social – democrata, na sua genuidade e coerência consequente, tenha sido implementada nos Açores.
Certos estratos sociais mais favorecidos, a tal se oponham, quando determinados governantes pretendiam concretizá-la.
Os ganhos eleitorais acabavam por prevalecer.
Daí se poder retirar alguma explicação para os fracos indicadores sócio – económicos com que os Açores estão confrontados, quando comparados com outros territórios onde os valores e princípios do socialismo democrático foram levados a cabo com sucesso.
Nunca é demais trazer há colação alguns dados históricos desta ideologia.
Na Internacional Socialista, muitos de seus membros designam-se como sociais – democratas, como é o caso do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), porque a social – democracia é historicamente uma das correntes políticas mais influentes dentro dessa organização.
A social – democracia surgiu no final do século XIX e início do século XX como uma alternativa ao socialismo revolucionário.
Defendia a transformação gradual e pacífica da sociedade por meio de reformas sociais e económicas dentro do sistema capitalista.
A social – democracia buscava conciliar os princípios socialistas de justiça social, solidariedade e igualdade com a aceitação dos valores democráticos e a busca por mudanças através das instituições democráticas.
Durante o século XX, a social – democracia ganhou popularidade em vários países europeus, tornando-se uma força política relevante.
A social – democracia e o socialismo democrático são dois termos frequentemente utilizados para descrever abordagens políticas que buscam uma combinação de elementos socialistas e democráticos, geralmente considerados parte da tradição política de esquerda.
Portugal, Madeira e os Açores são exemplos únicos onde a organização partidária ocorrida a seguir à Revolução dos Cravos, viu surgir na área do poder dois partidos com programas que mais os aproximavam do que os dividiam.
Deixando escassa margem para alternativas democráticas através doutras forças partidárias com ideologias diferentes, que só viriam enriquecer o quadro de soluções para a ultrapassagem dos graves problemas com que ainda as suas populações se defrontam.
O regime Democrático sairia mais fortalecido.
Curiosamente, ou talvez não, quando militantes de um ou de outro partido, são questionados se são sociais – democratas ou socialistas democráticos, são unânimes ao afirmarem não existirem diferenças no fundamental ideológico.
Daí que tenha vindo a aparecer quem defenda um movimento social e democrático que absorva no seu seio toda a militância destes dois partidos.
Que se revejam ideologicamente e nas grandes linhas estratégicas nos valores da social – democracia.
Defensora do socialismo humanista, reformista e de esquerda ancorada nos princípios da doutrina social da Igreja e com leitura crítica do marxismo.
Os cidadãos que legitimamente têm dado mostras de algum desconforto por integrarem esses partidos, por não estarem suficientemente à direita, pois que optem por partidos que melhor correspondam aos seus ideais.
Só na diversidade ideológica estruturada, acordos de regime existirão sólidos e coerentes.
Quanto aos militantes que nas duas forças partidárias se reclamam da verdadeira e genuína social – democracia, devem unir-se e constituir uma verdadeira Alternativa Social e Democrática para os Açores (A. S. D.A.).
Só assim se preservará e consolidará a Democracia e o legitimo debate ideológico entre esquerda e direita sem ambiguidades, combatendo os extremismos radicais e totalitários.
As recentes eleições nos Açores e todas as consequências daí decorrentes quanto à governabilidade e estabilidade políticas, levaram alguns cidadãos a afirmarem que se tornava premente a reflexão com serenidade da “arrumação” partidária nos Açores.
Tema, aliás já por diversas vezes trazido à ribalta por diversos observadores da “Causa Açoreana”.
Os partidos em Democracia são fulcrais.
Partidos políticos não são clubes de futebol.
Na direita democrática os Açoreanos que nela se revejam deverão organizarem-se partidariamente para disputarem eleições.
Assim alternativa aparecerá e robustecerá a Democracia e os Açores poderão evoluir para outros patamares de Organização Politica e Administrativa.
Sociais – Democratas Açoreanos Uni-Vos! Juntos constituirão o futuro dos Açores Livres e Democráticos.
António Benjamim