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Vítor Soares projectou o judo em São Jorge e ali nasceram verdadeiros campeões

Vítor Soares, Tiago Rodrigues e André Soares foram os convidados da tertúlia do Programa Desporto Açores, exibido às Segundas-feiras, das 20h00 às 22h00, sempre com convidados diferentes.

O Programa Desporto Açores é da autoria de Pedro Drumond Sousa, e transmitido através de várias plataformas digitais para diversas rádios da Região, para o território nacional e para a diáspora, nomeadamente Estados Unidos da América e Canadá.
Os três entrevistados são elementos de relevo no Judo Clube de São Jorge.

Quem são quem?

Tiago Rodrigues, treinador do JC de São Jorge, tem no seu currículo o facto de ter sido 12 vezes campeão nacional, representando em inúmeras ocasiões a Selecção Portuguesa de Judo.
André Soares, de igual modo treinador do JC de São Jorge, foi várias vezes campeão nacional representando também a Selecção Portuguesa de Judo.
Vítor Soares foi o fundador do Judo na ilha de São Jorge e actualmente é treinador de Judo de 3.º Grau, 4.º Dan. No momento é o Presidente da Assembleia Geral do JC de São Jorge.

Vítor Soares: “Não foi fácil”

Vítor Soares já fez de tudo um pouco no Judo Clube de São Jorge. Começou por ser atleta na ilha Terceira, mas também fez judo na lha de São Miguel no tempo em que cumpriu o serviço militar obrigatório e logo de seguida regressou a São Jorge, onde iniciou a leccionar como professor de Educação Física na Escola de Velas. Em 1987 funda o judo na ilha de São Jorge, numa primeira fase ligada a um clube desportivo escolar de Velas, dando-se assim início à pratica da modalidade na ilha. De início, revela, que “não foi fácil, mas desde cedo tivemos alguns resultados regionais e alguma representação nacional”. A necessidade de começar a treinar escalões de formação foi uma realidade, para, que “quando chegassem à idade competitiva já tivessem outra maturidade e assim poderem chegar a outro nível e, assim aconteceu com Tiago Rodrigues e André Soares, que faziam parte de um conjunto de atletas, que na altura começaram a treinar com 5/6 anos e passados alguns anos, quando chegaram à idade competitiva, ali à volta dos 11/12 anos começaram a competir já a nível nacional. Felizmente, as coisas começaram a correr bem e começaram a vencer competição atrás de competição. Isto depois foi uma bola de neve, e a partir de 2007, através de um programa de incentivo financeiro foi possível assegurar um treinador a tempo inteiro”.

Tiago Rodrigues
chegou a praticar voleibol

Tiago Rodrigues sempre gostou de praticar desporto, até porque a mãe é professora de Educação Física. Com apenas seis anos de idade começa a praticar Judo mantendo-se sempre entusiasmado, reconhecendo, que era bastante “competente ao nível da actividade física, só que no futebol tinha dois pés esquerdos” e esta realidade encaminho-o para o judo. Chegou a praticar voleibol, mas quando começaram a aparecer os resultados no judo, “esses resultados também contribuíram para criar um compromisso maior com a prática do judo. Sempre gostei muito de participar nos campeonatos nacionais, consegui estar algum tempo no alto rendimento, que proporcionou-me muitas viagens e experiências através da Selecção Portuguesa de Judo. Sair da ilha ajudou-me a decidir, se seria em São Jorge que queria viver e assentar, o que acabou por acontecer. Participei no Europeu, em Minsk, que adorei, mas também em campeonatos do mundo”.

André Soares jogou futebol
em paralelo com o judo

Curiosamente, André Soares é filho do Vítor Soares, que ironicamente começou por revelar, que foi para judo “obrigado”. Esta declaração foi, obviamente, proferida a brincar, até porque, à semelhança do Tiago Rodrigues, também sempre gostou muito de praticar desporto, onde a sua disciplina favorita foi, de igual modo, a educação física, praticando também futebol durante bastante tempo, sempre em paralelo com o judo. Cedo começou a praticar judo, conjuntamente com o Tiago Rodrigues, sempre motivado a treinar, até porque “gostava bastante de competir, com algum sucesso. Fomos sempre crescendo com um grupo, que costumava a ter bons resultados e isso também ajudou-me a chegar sempre com muitas ambições aos torneios que entrávamos. Com o passar dos anos começamos a ter também acesso aos campeonatos nacionais, com perspectiva de sermos convocados para a Selecção Portuguesa de Judo e felizmente, que conseguimos integrar sempre as equipas das selecções, desde muito jovens, cadetes, juniores e seniores. Um marco importante foi termos conseguido alcançar o estatuto de alto rendimento e isso ajudou-nos a manter o percurso académico e desportivo. Podermos estar em grandes eventos, foi importante, porque tivemos muitas experiências e não deixaram de ser importantes para o nosso enriquecimento pessoal”.

Um dos melhores centros de treino
está na ilha de São Jorge

Um marco histórico no judo da ilha de São Jorge foi o facto de se ter conseguido um centro de treino, considerou Vítor Soares. “Neste momento, em São Jorge, fruto dos resultados que tivemos e do trabalho que foi experienciado, conseguimos uma construção de um espaço desportivo, que existe na ilha, que é sempre sombra de dúvida, o melhor espaço desportivo do nosso país. Portanto, é um centro de treino, que facilmente poderia ser um centro de treino de alto rendimento da modalidade, mas é um centro de treino de judo, que está aqui sediado e que custou 1,2 milhões de Euros. Foi uma obra que foi co-financiada, que inicialmente foi uma obra que foi promovida pelo clube, mas também pela Câmara Municipal de Velas, que numa fase inicial não conseguiu fazer a obra em tempo útil e que passou para o Governo Regional dos Açores, que muito bem conseguiu fazer essa obra, e temos aqui algo que ficará para sempre na nossa ilha”.
Ali já estiveram muitos atletas de vários sítios, alguns olímpicos, atletas e treinadores internacionais. O espaço pode ser utilizado por atletas da formação como também por atletas do mais alto gabarito internacional. Inclusivamente, antes dos últimos jogos olímpicos, a ilha de São Jorge esteve quase a ter a equipa nacional feminina da Alemanha ali a treinar, não tivesse havido a pandemia.
André Soares e o projecto Centro de Treino

André Soares, Director Técnico da Associação de Judo dos Açores considera ser possível, um jovem açoriano conseguir alcançar os Jogos Olímpicos. Actualmente, a Associação tem um projecto desenvolvido pelo próprio André Soares, inserido no Centro de Treino, “que tem a visão de colocar um atleta açoriano nos Jogos Olímpicos. Este projecto, obviamente, é faseado e inicialmente tem como missão afirmar o maior número de gente a nível nacional, para que possam depois integrar as selecções nacionais e mais à frente conseguirem progredir e entrar nas selecções nacionais de seniores. Inicialmente, é um projecto para juvenis, cadetes e juniores, porque são idades em que se começa a perceber o perfil dos jovens e os atletas mais atléticos e comprometidos com o treino são aqueles que têm maiores possibilidades de poderem ir aos jogos olímpicos. Estamos agora a começar o terceiro ano do projecto e a progressão que tem havido é bastante positiva, com a obtenção de nove medalhas nacionais, no último ano tivemos 13, mas este ano, em que só tivemos dois campeonatos nacionais, já vamos com 10 medalhas”.

Ranking apura atletas com mais potencial

Tiago Rodrigues sublinha a destreza nata dos açorianos na prática do judo, mas também a dificuldade de se perder atletas, quando chega a altura, de terem de estudar para fora da Região e prosseguirem com os seus estudos e essa “é uma fase em que se perde muitos e bons atletas”. Tem de haver acompanhamento e compromisso de todos. Nesse sentido, no Centro de Treino está também a ser desenvolvido um ranking, para se conseguir perceber quem são os atletas têm mais potencial.

Marco Sousa

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