O Governo dos Açores distribuiu uma nota informativa onde defende que “quer acompanhar cada vez mais de perto o processo dos cabos submarinos de fibra óptica”.
Como o Correio dos Açores noticiou em ‘primeira mão’, foi anteontem assinado o contrato de fornecimento do novo sistema de cabos submarinos de fibra óptica que ligará o continente aos Açores e à Madeira em anel, que se designará por Atlantic CAM.
O contrato, de valor superior a 154 milhões de euros, foi assinado pela Infraestruturas de Portugal (IP) e pela empresa seleccionada para a implementação desta infra-estrutura, a Alcatel Submarine Cables (ASN). Este novo sistema irá substituir o actual Anel CAM, que se encontra em fim de vida útil.
O Director Regional das Comunicações e da Transição Digital (DRCTD), Pedro Batista, presente na sessão, sublinhou que este é “um dia feliz para os Açores e para Portugal, mas que infelizmente chega com quatro anos de atraso”.
“Esperamos agora ter a possibilidade de acompanhar mais de perto este projecto e que o mesmo não conheça mais atrasos”, frisa o responsável.
Neste processo, sublinha ainda Pedro Batista, “subsistem questões importantes” para as quais a Região ainda não obteve resposta.
Em causa está, por exemplo, “saber quem e como se garante o funcionamento da actual solução, até que o novo sistema esteja concluído e em exploração e saber quando é que a República vai endereçar o tema da substituição da ligação de cabos submarinos inter-ilhas, entretanto também já em final de vida útil e responsável pela conectividade digital das ilhas da Região entre si e de sete destas ao resto do mundo”.
O Director Regional quer também saber “de que forma a redução de 50% dos preços prevista será transferida para as pessoas e empresas dos Açores e como se garantirá à Região o acesso aos novos dados científicos com origem na componente SMART”.
Os cabos agora utilizados no novo Atlantic CAM são de uma nova geração e contam ainda com uma nova tecnologia (Science Monitoring And Reliable Telecommunications), sendo que a redução de preços da exploração desta infra-estrutura é superior a 50% face aos que são actualmente praticados.Pretende-se que o Atlantic CAM possa potenciar Portugal como plataforma atlântica de amarração de cabos submarinos, que se constitua como principal e central interligação entre o Atlântico e a Europa, principal porta de entrada de cabos submarinos com origem no continente americano e importante alavanca para a Rede Europeia de Datacenters e de Comunicações.