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Comentadores – Astrosou Cometas?

Eleições e as estrelas das campanhas. Comentadores no centro! Jornalistas, consultores, muitos eram. Viraram comentadores.
Astros ou cometas?
Tiveram no centro das rádios e televisões. Estações ou canais, onde investidores apostaram em grande.
Numa altura onde alguma imprensa atravessa enormes dificuldades para sobreviver, face à concorrência desmedida das redes sociais.
Objectivo. Ganhar audiências, se preciso for, enveredar pelo “entretenimento” informativo. Arriscaram, e muito.
No centro, claro terão de estar os comentadores de sucesso. Com provas dadas aquém e além fronteiras.
Toda esta panóplia panfletária, tem de dar mostras ganhadoras, onde a inteligência assertiva tem de ser nuclear.
No “palco” do comentário, os protagonistas, os comentadores, tanto podem ser “astros” ou “cometas”.
Aos primeiros exige-se que brilhem com consistência e forte presença, que induza uma influência duradoura nos ouvintes ou nos telespectadores.
São eles que devem moldar os debates e as conversas de modo a terem superior impacto junto das audiências.
Aos segundos, aos “cometas”, são comentadores que aparecem de surpresa, têm opiniões pontuais e produzem um impacto momentâneo.
Normalmente são figuras provocadoras e controversas, mas que por isso mesmo, capturam o interesse do público, antes de saírem de cena e eventualmente operarem uma metamorfose e voltarem à ribalta com outra personalidade.
E, assim vai o mundo, incerto e imprevisível, se já não bastasse ao cidadão comum a boçalidade das investidas populistas demagógicas, tem também de ir levando com os comentadores provenientes da estratosfera cósmica.
Por outro lado, o fenómeno da polarização vai-se acentuando em detrimento duma saudável politização.
Enquanto a politização é essencial para a democracia, pois permite que os cidadãos discutem e participem activamente nas questões que afectam as suas vidas e das comunidades onde se inserem.
A polarização conduz à divisão extremista, no que às opiniões, ideologias e posições respeitam.
A consequência é a ausência de diálogos construtivos e o incremento das hostilidades, que irão barrar o encontrar de soluções e compromissos.
A polarização enfraquece a coesão social e mina a confiança nas instituições democráticas.
Ao contrário a politização promove a participação cívica e a discussão fundamentada e coerente.
Constatou-se que, não só estas questões estiveram arredadas do debate e do comentário, como a situação da conflitualidade internacional.
“Sombras de guerra total” voltam a pairar na Europa.
Se já não bastassem no século XX duas guerras mundiais, num espaço de vinte anos, com origem na Europa, que alguns procuram defender, e bem, por ter sido o Continente berço de civilizações, com destaque para a grega e a romana.
Mas, igualmente “ninho” gerador dos mais sanguinários ditadores dos últimos séculos.
No presente voltam a surgir novos títeres candidatos a tiranos, usando a manipulação e as mentiras para se reinventarem.
Aos comentadores e políticos, que nas últimas semanas de campanha eleitoral encheram os espaços audiovisuais, deveria ter sido recomendado que passassem uma “vista de olhos” pela recente obra de Sergei Guriev e Daniel Treisman, “ A Ditadura Adaptada ao Século XXI: como os novos tiranos se reinventaram”.
O primeiro antigo Economista – Chefe no Banco Europeu e o segundo professor de Ciência Política na Universidade da Califórnia.
Ambos desempenharam outras funções de amplitude mundial e com currículos académicos e profissionais exemplares.
Da referida obra, de leitura obrigatória, destacam-se as seguintes interrogações:
”A ascensão da ditadura da manipulação é um dos fenómenos mais surpreendentes do último meio século.
Mas durará?
Conseguem os regimes hoje vigentes em Singapura, na Rússia, na Hungria e no Cazaquistão sobreviver até meio do século XXI?
As autocracias violentas que restam mudarão do terror para o engano? Ou, pelo contrário, os ditadores da manipulação irão recuar para formas de tirania mais sangrentas e explícitas?”
Nicolás Maduro, Vladimir Putin ou Viktor Orbán, são referidos como exemplos de ditadores através da manipulação e de acções aparentemente democráticas, por comparação com Kim Jong-un, Bashar al-Assad ou Xi Jinping considerados ditadores do medo.
Será que os ditos “astros ou cometas” a continuarem a pautar o caminho da fama efémera, não se arriscam em tornarem-se estrelas – cadentes, isto é visíveis durante algum tempo e desfazendo-se de seguida?
Contudo, espera-se que os comentadores hajam de forma responsável, ética e imparcial, apresentando análises objectivas e fundamentadas, sem propagar desinformação ou preconceitos.
A diversidade de opiniões e perspectivas enriquece o debate político e promove uma maior compreensão dos diferentes pontos de vista.
Que ao fim do dia os valores democráticos da transparência, do pluralismo e do contraditório saem vencedores!

António Benjamim
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