A Associação para a Promoção e Protecção do Ambiente dos Açores, considerou ontem que os dias comemorativos “não podem servir apenas para cerimónias simbólicas e para ocupar a agenda mediática.”
O Secretário-geral das Nações Unidas tem sido dos dirigentes mundiais que mais tem alertado para “a emergência que a humanidade enfrenta com as alterações climáticas. Muitas espécies de seres vivos extinguiram-se recentemente num ritmo crescente e o futuro da espécie humana estará em risco se não for travada a escalada do aquecimento global”.
“Os ciclos de aquecimento e arrefecimento são alternados, mas o actual ciclo de aquecimento global tem tido acelerado pela emissão de gases com efeito de estufa, provocados pelo consumo humano”, refere a Associação.
Releva que “a frequência e a maior intensidade das tempestades na nossa Região têm sido confirmadas pelos serviços meteorológicos como consequência das alterações climáticas com os consequentes prejuízos humanos e materiais. São exemplos as derrocadas, as inundações, o galgamentos das ondas do mar e a intensidade do vento”.
Realça que as ilhas de Santa Maria, Graciosa e Pico “defrontam-se com dificuldades no abastecimento de água” e “é previsível que os períodos sem precipitação mais prolongados, sem que sejam tomadas medidas suficientes, podem vir a afectar todas as ilhas, nomeadamente para as actividades agrícola e pecuária”.
Entende que o investimento na floresta “é um dos meios para conseguir uma mais eficaz retenção da água. A floresta nativa, floresta da Laurissilva, tem um papel importante para a retenção e infiltração da água, alimentando as reservas interiores, os lençóis freáticos”.
No entender da Associação para Promoção e Protecção do Ambiente, “existem bons planos e meios humanos bem habilitados para a defesa da floresta, para o reordenamento do território, nomeadamente para a protecção dos cursos de água e nascentes”.
Considera que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera “presta um serviço imprescindível e louvável, na previsão e na prevenção e nos registos meteorológicos”.
“Falta criar a consciência da necessidade de existirem mais meios humanos, financeiros, técnicos e materiais, para que todos aqueles serviços sejam ainda mais eficazes,” refere. Considera que a sociedade “não pode estar desatenta, quando é alertada para a correcção de comportamentos. Para isso não contribui o aval e até o apoio de entidades públicas para eventos e procedimentos que contrariam todos os avisos e todas as indicações para a defesa do meio ambiente.”
A Associação “continua a insistir na necessidade da educação ambiental, através das escolas e da comunicação, fazendo apelo para que estes dias também sirvam para alertar e esclarecer a sociedade para as mudanças de atitudes que são necessárias”.