Com o andar da carruagem, a Guerra na Ucrânia arrisca-se a cair no esquecimento, perdendo assim importância na opinião pública, e sem a pressão da população, os governos não sentem o peso da responsabilidade para ajudar aquele mártir povo ucraniano, que vive num país invadido e com futuro incerto, pois Kiev depende dos apoios dos países ocidentais para enfrentar a Rússia.
Infelizmente, as sirenes continuam a tocar e, como tal, tudo muda, com o regresso aos refúgios, embora durante todos estes meses as populações habituaram-se a este ritual, mas criou-se uma ansiedade muito grande e o povo continua a viver dias de angústia, com traumas difíceis de sarar.
A guerra da Ucrânia são se confina apenas às fronteiras daquele país, mas chegou ao Ocidente, cujo impacto global é bastante prejudicial, a começar pelo quadro económico que fez subir os preços mundiais. A Rússia fez dos cereais ucranianos uma arma de guerra.
Desde o início se tornou claro que a Ucrânia sozinha não iria conseguir enfrentar Putin, pelo que se gerou uma onda de apoio do Ocidente que abraçou a causa ucraniana. Contudo, este apoio esvai-se a olhos vistos e as televisões voltaram-se para outro conflito, a mortandade de Gaza, e o martirizado povo da Ucrânia está a confrontar-se com a escala da Rússia nos ataques diários às suas cidades.
No entanto, apesar disso, é importante que a comunidade internacional continue a acompanhar e a tentar encontrar soluções para o conflito já que ele continua a ter consequências humanitárias, políticas e de segurança muito significativas, tanto para a região quanto para o mundo em geral.
Como tal, a diplomacia, os esforços de mediação e as iniciativas de resolução de conflitos devem continuar a ser prioridades para garantir que a situação na Ucrânia não seja esquecida e que se busque uma solução pacífica e sustentável para o conflito.
O Papa Francisco tem instado a que a Ucrânia levante a bandeira branca, posição pouco defensável pelos estados ocidentais.
É neste sentido que a Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre) lançou uma campanha para ajudar a curar as feridas da guerra de um povo que carrega a sua cruz, pelo que não os podemos abandonar.
Catarina Bettencourt, Presidente da AIS, fez um veemente apelo para que os nossos irmãos na Ucrânia sejam uma parte importante da nossa Quaresma.
A iniciativa, promovida a nível internacional, visa apoiar a população traumatizada pelo conflito e ser também um sinal de solidariedade para com o trabalho que a AIS está a ajudar um povo exausto, mas determinado a não desistir.
Desde o início da guerra, milhares de pessoas morreram, outros tantos ficaram feridos e cidades, vilas e aldeias foram destruídas; cerca de 10 milhões de ucranianos são hoje refugiados e estima-se que 40% da população depende de ajuda humanitária para sobreviver no dia a dia.
Uma visita recente de uma equipa da AIS ao país, caracterizada por visitas a diversas dioceses, contactos com dezenas de sacerdotes e religiosas, e recolha de dados, contribuiu para sublinhar a importância da campanha e constatar in loco que a Ucrânia é um país absolutamente em choque e indica que as populações se sentem esquecidas pelo resto do mundo.
A campanha tem exemplos concretos de como é que a Igreja da Ucrânia está a lidar com a guerra, como se tem vindo a mobilizar no apoio aos feridos, às famílias enlutadas, aos que estão deslocados, aos que choram os seus ente-queridos, como se auxiliam as viúvas e os órfãos, socorrendo milhares de pessoas, material e humanitariamente, e oferecem apoio psico-espiritual a doentes, feridos e familiares de falecidos, partilhando com eles o trauma do horror da guerra.
Por isso, uma forma simples de apoiar esta causa é consignar 0,5% do IRS, que não tem qualquer custo para o contribuinte e assim ajudar sem ter que gastar. Como se sabe, o donativo é retirado do imposto total que o Estado liquida, não afetando o que se tenha de receber das Finanças.
Assim, ao doar 0,5% do seu IRS, sem custos acrescidos, estará a ajudar a Fundação AIS no seu trabalho junto destas comunidades cristãs tão necessitadas. Para isso, basta que no Modelo 3, Quadro 11, Campo 1101, selecione a opção “Instituições religiosas” e insira o NIF da Fundação AIS: 505 152 304.
Vamos ajudar.
António Pedro Costa