D. Armando Esteves Domingues começou a Semana Santa a celebrar a Missa de Domingo de Ramos
aos dirigentes escutistas dos Açores, reunidos este fim-de-semana no VI INDABA.
O bispo de Angra aproveitou a liturgia deste Domingo de Ramos para pedir aos dirigentes escutistas dos Açores, que estiveram reunidos em São Miguel este fim-de-semana, no VI INDABA Açores, que eduquem os jovens na valorização, respeito e consideração do outro como forma de impedir o radicalismo que as sociedades de hoje experimentam.
“Hoje, Jesus inicia um novo ‘raid’e desce à cidade de Jerusalém, desde o Monte das Oliveiras e entra como rei pacífico e humilde, sentado num jumento. Jesus encontra o barulho da cidade onde tantos apitam e são seguidos. Depois vêm outros e são igualmente seguidos. A cidade que temos hoje vai-se radicalizando na sua visão política, social e até religiosa. Ter uma opinião própria acerca da vida é bom, mas não nos fechemos às opiniões diferentes dos outros. Mostrai, caros dirigentes a pluralidade; ajudai os jovens a ver e a respeitar o outro, a considerá-lo”, disse D. Armando Esteves Domingues, durante a Missa de Domingo de Ramos, que celebrou na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Ponta Delgada.
“O outro é sempre o templo. Sejamos este movimento educativo capaz de levar o outro a tirar o melhor de si, ajudá-lo a experimentar a beleza do outro” insistiu recordando o percurso de Jesus desde o início da Quaresma quando se retirou para o deserto para reflectir e discernir e depois entra de forma triunfal em Jerusalém, de onde sai condenado com uma cruz às costas.
“É esta cruz que nos ajuda a olhar a missão com olhos mais valentes” disse o prelado diocesano.
“Quando surgiu a cruz, houve quem desistisse, quem não O conhecesse, quem dissesse mal Dele, mas Ele seguiu em frente, confiante”, lembrou D. Armando Esteves Domingues para lançar um segundo desafio aos dirigentes do CNE: “Sois empossados da liderança; a Igreja dos Açores precisa dessa liderança. Olhemos juntos para a função do escutismo e vejamos mais à frente: ajudemos as crianças a enfrentar estas cidades confusas, que se esqueceram de Deus. Ajudai a recolocá-Lo no centro”.
“Partilhai responsabilidades, trabalhai em equipa, fazei com que o outro seja capaz de desenvolver competências, mostrai que Deus, com a sua cruz, está no centro e é o seu exemplo a única forma de combater a radicalização” disse ainda, pedindo que a eucaristia “seja vida e não apenas mais uma actividade escutista”.
“Conto muito convosco; precisamos todos uns dos outros. Não nos fechemos e façamos com que este centenário (o CNE assinala cem anos da sua fundação na Região) faça memória, mas pense também o presente e o futuro do escutismo. Renovai e inovai. Deixemo-nos refundar no escutismo, na Igreja e no mundo”.
No rito da paz, D. Armando Esteves Domingues optou por improvisar uma oração própria onde não esquece as guerras da Ucrânia, de Israel e Palestina, no norte de África e todos os povos que não têm paz e vivem dias de morte. Para todos pediu “ao Rei da paz” para lhes dar “a Sua paz” e “abrir o coração dos homens e dos governantes libertando-os do ódio e da violência”.
D. Armando Esteves Domingues permanecerá na Terceira durante esta semana, presidindo a todas as celebrações na Catedral, algumas das quais serão transmitidas pela Antena 1 Açores e RTP Açores.
I.A.