Missa Crismal será um dos pontos altos com a presença de mais de 40 sacerdotes de várias ilhas, “sinal da comunhão em torno do bispo” refere o pároco da catedral.
A Semana Santa, que começou no Domingo de Ramos com a celebração da Missa da Paixão do Senhor, tem o seu cume no Tríduo Pascal, que será presidido pelo Bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues. Será um momento em que a Sé de Angra assume o lugar de catedral diocesana, onde se esperam “muitos fiéis”.
“Queremos realçar o sentido desta Semana tão importante para os católicos e congregar os fiéis que queiram participar nas nossas celebrações” referiu ao Sítio Igreja Açores o pároco da Sé, padre Hélder Miranda Alexandre.
“Começamos já no Domingo de Ramos, com uma procissão a partir da Praça Velha até à Sé, a onde celebramos a Missa da Paixão do Senhor; depois a Missa Crismal no dia 26, às 11h00, com mais de 40 padres e depois o tríduo pascal” que terá transmissão na Antena 1 e na RTP Açores e na VITEC Azores, nomeadamente as celebrações da Paixão, na Sexta-feira Santa (hoje) e a Vigília Pascal, no Sábado, às 15h00 e 21h00, respectivamente.
Durante o Tríduo Pascal, que começou ontem com a Missa da Ceia do Senhor, seguida de oração comunitária, haverá Ofício de Leitura e Laudes na Sexta-feira (hoje) Santa, com Via-sacra e a Procissão do Senhor Morto.
A missa de Páscoa será às 11h00, no domingo, e terá um baptismo. Também esta celebração será transmitida pelos meios de comunicação social.
Na missa vespertina de ontem, Quinta-feira Santa, houve o rito do lava-pés, envolvendo os jovens que celebrarão o sacramento do Crisma.
O senhor Bispo lavou “os pés a jovens que se preparam para o sacramento do Crisma na paróquia e outras crianças da catequese dando continuidade ao que tem sido a JMJ, procurando fazer uma ligação aqueles que são os desafios a pensar na pastoral juvenil da Igreja dos Açores”, disse ainda o padre Hélder Miranda Alexandre.
É a primeira vez que o sacerdote organiza a Semana Santa na Sé como pároco e este momento representa também o regresso do sacerdote ao “terreno” já que esteve durante uma década como reitor do Seminário de Angra.
“É uma enorme responsabilidade mas também uma grande alegria por regressar ao terreno; temos muita gente a trabalhar, já preparámos um lausperene em jeito de pórtico para esta semana maior e, por isso estamos todos entusiasmados para fazer o melhor: acolher todos e a trabalhar para que nada falte”, disse ainda.
Durante estas celebrações irá ser utilizado um novo evangeliário. Trata-se de uma “peça única e original”, desenhada e concebida pelos monges de Singeverga.
“O tema é o lema episcopal de D. Armando Esteves Domingues `eis a tua mãe´, do Evangelho de São João, e na frente tem uma imagem de Maria junto à Cruz e, na parte de trás, a árvore da vida. Por dentro, uns fios de ouro para simbolizar a intervenção divina. É uma peça muito bonita para ser lida e contemplada”, refere ainda o sacerdote.
A celebração dos últimos dias da vida de Cristo começa pela evocação da sua entrada messiânica em Jerusalém e a bênção dos ramos.
No início da vida cristã encontra-se o Domingo como única festa, com a única denominação de “Dia do Senhor”; por influência das comunidades cristãs provenientes do judaísmo, surgiu depois um “grande Domingo”, como celebração anual da Páscoa.
A partir do séc. IV, com os decretos que garantiam a liberdade de culto aos cristãos, começaram a celebrar-se na Terra Santa os acontecimentos da Paixão e morte de Jesus Cristo, nos locais e às horas em que eram relatados nos Evangelhos.
Na Idade Média, esta semana era chamada a “semana dolorosa”, porque a Paixão de Cristo era dramatizada pelo povo, pondo em destaque os aspectos do sofrimento e da paixão; muitas igrejas locais dão ainda vida a essa tradição dramática, que se desenrola em procissões e representações dos momentos da prisão, julgamento e crucifixão de Jesus Cristo.
Os momentos centrais da Semana Santa começam na quinta-feira, dia em que se celebram a Missa Crismal e a Missa da Ceia do Senhor.
Antigamente, na manhã deste dia celebrava-se o rito da reconciliação dos penitentes, a quem tinha sido imposto o cilício em Quarta-feira de Cinzas.
A manhã é preenchida pela Missa Crismal, que reúne em torno do bispo o clero da Diocese, na qual são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o santo óleo do crisma.
Na quinta-feira, com a Missa vespertina da Ceia do Senhor tem início o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor: é comemorada a instituição dos Sacramentos da Eucaristia e da Ordem e o mandamento do Amor (o gesto do lava-pés).
No final da Missa, o Santíssimo Sacramento é trasladado para um outro local, desnudando-se então os altares.
Na Sexta-feira Santa (hoje) não se celebra a Missa, tendo lugar a celebração da morte do Senhor, com a adoração da cruz; o silêncio, o jejum e a oração marcam este dia.
O Sábado Santo é dia alitúrgico: a Igreja debruça-se, no silêncio e na meditação, sobre o sepulcro do Senhor e a única celebração primitiva parece ter sido o jejum.
A Vigília Pascal é a “mãe de todas as celebrações” da Igreja, evocando a Ressurreição de Cristo.
Cinco elementos compõem a liturgia da Vigília Pascal: a bênção do fogo novo e do círio pascal; a proclamação da Páscoa, que é um canto de júbilo anunciando a Ressurreição do Senhor; a série de leituras sobre a História da Salvação; a renovação das promessas do Baptismo, por fim, a liturgia Eucarística.
No domingo, será a Missa da Ressurreição do Senhor.
O Bispo de Angra presidirá a todas estas celebrações na catedral açoriana.
I.A.