Sexta-feira Santa, – em que Jesus é chicoteado, coroado com uma coroa de espinhos, com o rosto ensanguentado e, depois, faz o caminho até Calvário carregando uma coroa de espinhos, (é sempre que caía era chicoteado para se levantar) – é, na Páscoa, o dia da morte do Senhor.
E o Sábado tem um sentido muito próprio na Páscoa. É o dia que marca o intervalo entre a dor pela morte de Jesus e a alegria de sua ressurreição hoje, assinalada pelas 15h00.
Sobretudo Sexta-feira Santa, mas também o Sábado do Senhor, são dias de reflexão e de oração, jejum e penitência para os cristãos.
Todos constatamos que a Páscoa está maculada pelo materialismo. Para muitos, mesmo muitos, Páscoa sem folares, amêndoas e ovos de chocolate, já não é a mesma coisa. Há uma esmagadora maioria dos cristãos que não cinge a Páscoa apenas ao sentido espiritual de vivência dos momentos de sacrifício e dor de Jesus Cristo para, depois, viver intensamente a alegria da Ressurreição.
Esta dimensão materialista, na Páscoa, é mais praticada e aceite por uns cristãos do que por outros. Nos tempos de criança de muitos de nós, nem havia meios financeiros para ter a mesa recheada de ovos de Páscoa e amêndoas e a massa sovada era feita nos fornos de lenha que se tinha em casa e este e era um momento que antecedia a Sexta-feira.
E foram os nossos pais que nos incutiram que na Sexta-feira Santa e no Sábado do Senhor não se comia carne. Um hábito da Páscoa de outrora, que tinha um sentido muito próprio, e que hoje também se perdeu em casa de muitas famílias cristãs.
O clero, religiosos, movimentos e serviços pastorais vão vivendo a Páscoa, aceitando, tacitamente, estas práticas quase como naturais.
Agora, o que deve ser inaceitável na comunidade cristão é que os cristãos vivam a Sexta-feira Santa e o Sábado em festa e até com festivais públicos.
Não sendo cristão praticante, choca-me – como deveria chocar a todos os cristãos praticantes ou não – que se viva em festa nos dias de sacrifício e dor de Jesus Cristo no período pascal.
Sou leigo e vou ter sempre muito a aprender como cristão, mas festas e festivais num Sexta-feira Santo e num Sábado de Páscoa que deve ser encarado como um dia de silêncio e reflexão… ?
Ora, para a comunidade cristão, estás práticas têm de ser inadmissíveis e criticáveis.
João Paz