No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril no concelho de Lagoa, a Câmara Municipal de Lagoa, através do Serviço de Educação e Cultura, em parceria com o Plano Nacional das Artes, irá promover a exibição do filme «Clandestina» de Maria Mire, no Sábado, pelas 21h00, no cineteatro lagoense Francisco d’Amaral Almeida.
O filme, produzido pela Terratreme, é baseado no livro “Memórias de uma falsificadora – A Luta na Clandestinidade pela Liberdade em Portugal”, de Margarida Tengarrinha, e constitui um documento que permite dar a conhecer melhor a estrutura de resistência ao regime fascista do Estado Novo em Portugal, a partir da experiência narrada de uma jovem artista que mergulha na rede clandestina do Partido Comunista Português. O filme estreou no festival Doclisboa, Festival Internacional de Cinema, 2023.
Para além da projecção do filme, todos os que marcarem presença neste evento na Lagoa poderão conhecer a realizadora do filme que falará após a exibição, permitindo uma conversa com os presentes. O filme é dirigido a maiores de 12 anos e a sua exibição é de entrada livre e gratuita.
No dia 12 de Abril, haverá a projecção do filme «Clandestina» numa sessão dirigida a alunos das escolas do concelho, no cineteatro lagoense Francisco d’Amaral Almeida, com o objectivo de dar a conhecer aos mais jovens a realidade do que foram os movimentos de resistência ao regime fascista e todo o ambiente que se viveu na altura do Estado Novo. Nesta sessão, marcará presença Maria Emanuel Albergaria do Plano Nacional das Artes.
Maria Mire nasceu em Maputo, em 1979. Neste momento, vive e trabalha em Lisboa. O trabalho artístico e de investigação que desenvolve é sobretudo centrado nas questões da percepção da imagem em movimento. Em 2016, terminou o doutoramento em Arte e Design, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, com a tese “Fantasmagorias: a imagem em movimento no campo das Artes Plásticas”. É professora e corresponsável do Departamento de Cinema/ Imagem em Movimento do Ar.Co. Colabora, igualmente, no PhD em Arte dos Media e Comunicação da Universidade Lusófona, assim como no Mestrado de Artes do Som e da Imagem da Escola Superior Artes e Design de Caldas da Rainha. Integrou diversos projectos artísticos colaborativos, dos quais se destacam o Coletivo Embankment, Plataforma Ma ou Patê Filmes. Tem desenvolvido diversos projectos colaborativos de crítica e especulação artística com Aida Castro. Realizou o filme “Parto sem dor”, que integrou a selecção oficial do INDIELISBOA 2020, e do Festival Caminhos do Cinema Português, Selecção Outros Olhares 2020, assim como a edição do PORTO FEMME – International Film Festival, onde recebeu o Prémio de Melhor Documentário da Competição Nacional.
De referir que esta iniciativa se insere no programa que a Câmara Municipal de Lagoa tem preparado no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, tendo já realizado duas actividades no mês de Março, uma inserida nas Comemorações do Dia da Mulher, outra com a presença do fotojornalista Alfredo Cunha e com um momento musical a cargo do Grupo de Cantares Tradicionais de Santa Cruz.