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“Só publica nos Açores quem faz parte do rebanho ou se curva ao ‘rebanho’, o que já por si é sinal de fraqueza de pena”

O entrevistado de hoje é Vítor Teves, professor, poeta, curador, crítico de arte e artista plástico, que alcançou o Prémio Escrita MiratecArts 2021 com o trabalho denominado “O Arpoeiro”. Este escritor açoriano tem manifestado interesse pela produção regional em diferentes domínios, como a escrita, as artes plásticas e a poesia. Vítor Teves é licenciado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e é mestrando em Estudos Culturais e Interartes na mesma Faculdade. Publicou poemas em diversas revistas, como o Trama #1, #2; Apneia #2, #3; Zine mais Pornô #5; Caderno 5: Os pastéis de nada ali não valem uma beata – Antologia 2017; Bacana; Enfermaria 6; Gazeta de Poesia inédita; Diversos afins #127, tendo publicado, também, os livros “Cabra bem Cabra” e “Lamarim”, em 2019, sendo o seu último trabalho “Amarna-Odes Ultramodernas”.

Correio dos Açores – Quando aperce-beste da apetência pela escrita?
Vítor Teves – Em primeiro lugar, agradeço o uso da palavra “escrita” em vez da palavra “literatura” ou até “ poesia”. De facto, o que me interessa é uma “escrita” no sentido de Roland Barthes, uma escrita de “grau zero”, ou seja, e muito sinteticamente, uma escrita límpida, sem rugas, não necessariamente linear, e nunca banal. Aliás, é preciso começar por fazer aqui a distinção entre “concisão” e “banalidade”, estas palavras na nossa sociedade originam sempre uma enorme confusão. Um poema pode ser conciso e dizer inúmeras coisas e pode ser extremamente banal, e como tal não dizer nada, é a diferença entre um bom e um mau poema. Fui buscar a palavra “concisão” para falar da minha poesia, mas ela muitas vezes foge a esta ideia de “concisão”, normalmente ela é o seu oposto, é muitas vezes extremamente narrativa.
Respondendo à pergunta, e para não divagar muito: sempre gostei muito de ler, nomeadamente poesia, mas demorei muito tempo a perceber que tinha alguma apetência. Isso porque sempre tive consciência que estava a aprender e, ao contrário de outros poetas, sempre procurei retardar, o mais possível, a publicação de qualquer coisa. O meu primeiro livro foi aos 35 anos, e foi totalmente em formato digital; o em papel, pela primeira vez, só ocorreu em 2019, já com 36 anos – “Lamarim” (Editora Fresca, Poetria). Antes disso, o que existiu foram algumas revistas, alguns grupos de poetas, algumas publicações entre a Faculdade de Letras do Porto e a Faculdade de Arquitectura do Porto, tudo entre 2009 e 2017, ou seja, entre os meus 26 anos e os meus 34 anos.
Nunca acreditei, como ainda não acredito, em poetas-astros, poetas que ao publicar aos 18 anos se tornam em estrelas insulares. O meu entendimento da arte e da poesia foi sempre o inverso: é preciso primeiro aprender, viver, errar, descobrir, redescobrir, esquecer para depois fazer seja o que for bem feito ou que valha a pena. A ideia de criador aos vinte está completamente ultrapassada, quer seja na poesia, quer seja na pintura. Isto é, para mim, um facto que os Açores ainda não descobriram, e digo isso porque passam a vida a tentar descobrir a última grande novidade/estrela dos 20 anos – e os resultados são paupérrimos, e quando não o são, são somente mera cópia. O que estou a tentar dizer é que não há grandes criadores com menos de trinta anos, e sou eu que digo enquanto poeta, professor, artista plástico e crítico de arte. E isso é assim porque cada “meio” exige uma “longa e intensa aprendizagem”, quem não estiver consciente das dificuldades do seu “meio”, dificilmente consegue inovar.

Considera que a escrita faz parte de si?
Durante muitos anos apenas escrevia um poema ou outro para a gaveta, passavam-se meses sem que eu escrevesse um poema. Fui juntando papéis. Mas tudo isso mudou desde a publicação do meu primeiro livro de poesia, em 2019. A partir dessa data, e também por questões de ter mais tempo, passei a escrever dezenas de poemas por semana, às vezes mais de cinco por dia. Posso dizer que foi entre 2019 a 2021 escrevi 80% de tudo aquilo que já publiquei. As razões prendem-se com o período da pandemia e também com as polémicas que me envolvi nesses anos. Aliás, as polémicas remontam a 2018 e vão até, sobretudo, 2022. Um período intenso de guerra por várias questões, três delas posso resumir brevemente: a) o uso assumido do erro na poesia e as acusações de que pretendia “destruir” a Língua; b) o acusar dos vários meandros relacionados com prémios nacionais e regionais; c) o ferir de Egos de papel.
Hoje só tenho uma resposta possível a esta pergunta: a escrita faz parte, inevitável, de mim; ela está tão presente como o desenho, a leitura, o respirar. Acabo um livro – imaginado todo de uma ponta a outra – e logo surge outro, com implicações completamente diferentes. À semelhança do desenho ou da pintura, a poesia (a escrita de poesia) é também pesquisa, isso quer dizer que não estou minimamente interessado em fazer rimas ou fazer do texto uma melodia. A poesia em 2024 está há muito para lá da mera questão do som, fazer rimas e sons, qualquer um faz – não é isso que me interessa. Nesse sentido, a minha poesia é uma poesia do silêncio ou se preferirem do intelecto. Nada de novo, basta olhar para Antero!

Porque regressa à ilha?
A primeira e mais básica razão é a mais simples: estava farto de viver no Porto, estava farto da grande cidade e, sobretudo, estava farto de estar longe da família. Em 2020, o Porto era já uma cidade que “não me pedia água” como diz Eugénio de Andrade. E depois, por razões mais familiares, dar um apoio aos meus pais, ainda que, felizmente, hoje estejam bem de saúde. E quatro anos depois, não sinto falta do Porto. Só me fazem faltam três espaços: Serralves, Casa da Música e Biblioteca da Faculdade de Letras do Porto. Mas ganhei muito mais tempo e qualidade de vida.

Como foi que o público acolheu o teu último trabalho “Amarna-Odes Ultramodernas”?
Sobre “Amarna-Odes Ultermodernas” ainda há pouco a dizer. Só há pouco tempo é que começou a circular. A primeira reacção de quem recebe o livro é rir com alguns poemas. Atrevo-me a dizer que a maioria ainda está a tentar compreender o meu primeiro livro – “Lamarim” (2019). Estou a ser irónico, mas é verdade ao mesmo tempo, alguns ainda estão a tentar descobrir se escrevi num poema “baba” ou “Bhabha”. Obviamente que no poema em causa só podia ser “Bhabha” porque falo da artista americana-paquistanesa Huma Bhabha, uma das mais entusiasmantes artistas da contemporaneidade. Isto para dizer que, se ainda estão a decifrar “Lamarim” ainda têm um longo caminho a percorrer até chegarem a “Amarna”. Já que existe ainda “Ninurta” (2020) e “Ócritus e As coisas Importantes” (2022).

Porque escolheste este título para a tua obra?
Há várias razões para o título, o mais directo é ser a cidade solar do faraó Akhenaton: Amarna, e como tudo aquilo que implica. Em vez do título, quero destacara capa realizada pelo meu companheiro (Daniel Soares) – escolhi esse trabalho porque ele aponta para um caleidoscópio, e nesse sentido, o livro é todo ele um enorme caleidoscópio. No fundo, são dez livros em contacto uns com os outros, há tanto aquilo que os une como aquilo que os separa. Além do título, existe um precioso subtítulo – Odes Alter modernas – e esse aponta para uma homenagem a Antero de Quental, às suas Odes Modernas. Aqui, neste livro, não temos “odes” propriamente ditas, mas tudo o que aqui se passa é do domínio de uma NOVA ERA: a Alter modernidade – definida por Nicolas Bourriaud. Quando o crítico de arte francês Nicolas Bourriaud propôs uma nova era para esta modernidade, em 2009, realizou em Londres uma enorme exposição – eu estava em Londres nessa altura com um amigo poeta do Porto – Nuno Brito. Resumidamente: é o anunciar de uma nova modernidade, uma modernidade mais global e interdependente. Na nota final são apontadas algumas características gerais desta nova era.

Como aconteceu a incursão pela pintura?
Antes da poesia, esteve sempre a pintura. A pintura e o desenho foram sempre como respirar. Sempre me senti artista, sempre desenhei e pintei; embora seja o desenho o meu verdadeiro domínio. É curioso, mas a verdade é esta: sempre fui primeiro artista plástico e, só depois, poeta, mas, por razões diversas, tenho tido mais reconhecimento na poesia. A começar por esta entrevista que agradeço muito. Ela surge para falar do livro “Amarna” e não, por exemplo, para falar das duas exposições realizadas em 2023, em dois grandes espaços importantes de S. Miguel (no mínimo é curioso). As razões para isso são várias, mas aponto, à cabeça, a tristeza a que estão votadas as artes plásticas nas ilhas. Há muita pouca visão crítica e muito desconhecimento! Ou seja, o que digo é que apesar de tudo é mais fácil lerem um poema satírico e divertido, do que partirem do princípio de que o que faço plasticamente – uns “rabiscos” dizem – tem algum mérito. Depois, é o de sempre, é preciso curvar às capelinhas certas. Eu até curvava se visse nelas valor ou razões para serem elas a definirem a qualidade do meu trabalho. Ora, não acontecendo isso, e tendo eu consciência do valor daquilo que tenho feito, nada feito. Pode parecer mera arrogância, mas é a verdade, é o mesmo que pedir ao médico para se curvar ao doente. Basta ver ao redor: quantos artistas são formados em História da Arte? Generalizou-se a ideia imbecil que só é artista quem vem de Belas-Artes. Não faz sentido. Sei perfeitamente aquilo que faço em desenho e pintura, e quero continuar a fazer aquilo que só a mim agrada. Apesar de tudo, há sempre quem goste e aprecie e as duas exposições que fiz foram, as duas, enormes sucessos.

Fale-nos da tua participação no festival Mirateca do Pico.
Tenho participado com o Terry Costa desde 2021, creio. A primeira vez que estive no Pico foi quando recebi o 7º Prémio de Escrita Miratecarts, o prémio foi essa viagem. Gosto sempre de dizer que é o 7ª Prémio, o 7 tem maior sabor. Gostei de o conhecer e de conhecer todo o seu trabalho. Entretanto, já fui duas vezes ao Pico e devo ir uma terceira, muito em breve, ao Festival Pedras Negras. Sempre que posso, participo com a Mirateca e alguns são os projectos a caminho, alguns nos segredos dos Deus. Haja dinheiro e sairão coisas engraçadas. O Terry sabe que pode contar comigo para qualquer coisa. Gosto genuinamente do Terry, e do que tem feito pelos Açores. O Terry tem mais conhecimento do meio cultural dos Açores do que qualquer Director Regional, que, como sabemos, têm sido desastre atrás de desastre. Não me refiro ao actual!

Qual a maior paixão: escrita, pintura, poesia?
Durante muitos anos só via pintura e desenho à frente. Depois passei a dar mais valor à poesia. Mas a verdade é que, actualmente, não consigo decidir-me, nem tenho de. Gosto tanto de uma como da outra, como da outra. As três ocupam espaços e tempos diferentes, quer ao longo do ano, quer ao longo do dia. Na realidade é um trabalho contínuo – um ir da secretária do desenho para a secretária da escrita constantemente. A mão que desenha é a mesma mão que pinta e escreve. Desenhar é escrever e escrever é desenhar – Cy Twombly/ Roland Barthes.

Que projecto tem actualmente em mãos?
Normalmente, tenho sempre mais do que um livro em mãos. Tirando papéis soltos, tenho três livros em fase final: “CONTEIRAS – Este caminho de Festa” (em fase de revisão, um livro que ficou muito bem colocado no Prémio Gaspar Fructuoso de 2023); “O colecionador de Cinzentos” (faço alterações) e, o último, “Another Fucking Open Call” – uma plaqueta programada para final deste ano. São três livros para três sítios diferentes. Além destes trabalhos de poesia, preparo lentamente “desenhos negros” para um futuro livro e preparo a minha próxima exposição de pintura, que será, desta vez, sobretudo, a óleo sobre tela. Mas nunca antes de 2025.

Considera ser fácil encontrar o próprio espaço no mundo literário açoriano?
O meio açoriano é super conservador e retrógrado por natureza. O que não quer dizer que não haja pessoas com mentalidade e vontade de mudança. Por um lado, vejo pessoas interessadas em ler coisas novas – desde amigos, colegas, etc -, mas, por outro lado, vejo os de sempre – que são normalmente algumas editoras, velharias aristocráticas, falsos críticos sem mérito a dificultar a entrada dos mais jovens ou dos que vêm de fora. E percebe-se bem porquê. Porque estão muito seguros dos seus egos e das suas posições, como se fossem eles próprios instituições que controlassem o tempo. As peripécias e as ordinarices de alguns pseudo -críticos são tantas que dizê-las publicamente é sempre manchar quer o jornal, quer ainda mais o ambiente das letras nos Açores. Sobre isso já disse bastante, inclusive no final do meu mais recente livro, esse “Amarna- Odes Altermodernas”. Em vez de alterarem as cabeças, para trazer novo ar, novidade, mudança, não! Repetem o velho santo no andor, como acontece num dos meus poemas, em que só há “damas de horror” na procissão. Contudo, e sendo os Açores de 2024 muito diferente dos Açores dos anos 40 e 60, a diferença vai-se impondo naturalmente e lentamente. Isto só demonstra que as fissuras fizeram e continuarão a fazer efeito, porque a mudança já está aqui!

Qual o maior desejo que pretende concretizar no imediato?
O meu maior desejo para breve é fazer um bestiário em parceria com o Urbano, o pintor. Além de ser o maior pintor açoriano, com qualidades plásticas e estéticas inegáveis, muito ao meu gosto, é um pintor que tem trabalhado muito com animais. É, a meu ver, o artista ideal para me ajudar com o meu bestiário. Mas sem pressas, até porque ainda nem lhe comuniquei ao pormenor esta ideia, que eu sei que alimentará com carinho e amizade. Sempre quis fazer um bestiário e talvez haja algum editor local que o queira publicar. Mas se não houver não me preocupe, basta mandar e-mail para Lisboa e faz-se o livro em Lisboa; quem perde é a insularidade.

Como é o dia-a-dia para além da pro-fissão?
Além das aulas – de tudo aquilo que implica – passo os meus dias a ler e a desenhar. A diferentes ritmos e a diferentes horas. Não consigo estar quieto. E, normalmente, no maior caos possível, porque a criação implica desassossego, repetição, abandono e recomeço. Felizmente, tenho uma vida que me permite viver esse caos 24h por 24horas. Quanto aos poemas, hoje são mais raros, mas isso não implica que num dia não faça dois ou quatro, e nenhuma versão do dia é sempre a final. Não há nada que saia perfeito num instante, a não ser no desenho. No desenho, aquele que me interessa, aquele que tenho desenvolvido, nenhuma linha é erro. Tudo faz parte do corpo final, tudo está certo.

Os Açores têm sido berço de muitos escritores portugueses. Acha que continua a existir apetência dos jovens açorianos para publicarem livros?
Os Açores é um ninho de qualidades várias. As letras, as passadas e as actuais, estão cheias de gente de valor, mas isso não quer dizer que tudo é bom. Não! Há muito bom peixe vendido como cardume que não vale uma sardinha. Da produção actual feita nos Açores, refiro-me a autores que vivem nas ilhas, e retirando um ou outro autor que chega ao continente, a maioria fica pelo caminho. Daquilo que é visível, e de conhecimento de todos, só publica nos Açores quem faz parte do rebanho ou se curva ao “rebanho”, o que já por si é sinal de fraqueza de pena. Autor que é autor, escreve e ponto, sem medos, sem concessões. Uma minoria, aqui e ali, vai apresentado os seus livros – e confesso que estes “pirilampos” – mais ou menos incomodativos – é que se tornam mais interessantes. O programa ‘Açores Hoje’ tem feito um trabalho meritório neste sentido, de repente, sem darmos conta, aparece um novo autor ali marcando diferença.
No meu caso em particular, e embora esteja a viver em S. Miguel, todos os meus livros – à excepção de “Ninurta” (Tipografia Micaelense, 2021) – têm sido produzidos no continente: “Lamarim” (2019), “Ócritus” (2022) e “Amarna” (2023) – todos eles com apresentação e textos do melhor da poesia nacional: Rosa Maria Martelo, Tatiana Faia, Pedro Eiras, Paulo Rodrigues Ferreira e Rui Tavares de Faria. Isto tudo para dizer algo, muito óbvio, eu sou uma excepção no panorama das ilhas. E quem tem o melhor a falar sobre si, precisa do pior regional? Não, eu não preciso degustar Mula Vel O que eu vejo, de uma forma geral, é que os “ditos jovens” das letras dos Açores, na realidade, “não existem”. Não existem, não porque não haja rapazes e raparigas a escrever, mas porque não lhes é dado lugar algum. Nenhum! Quando acontece uma antologia, de qualquer coisa, ninguém sabe apostar e incentivar seriamente nesses melhores; assim, eles aparecem e desaparecem. Onde estão esses rapazes e raparigas de letras? Eu, como açoriano que sou, como conterrâneo, acho uma verdadeira perda, uma perda constante. Tirando um ou outro que se safou – pelos meandros do mesmo – o resto é o deserto. E, depois, pergunta-se que panorama é este: Uniforme! Demasiado uniforme. Pois claro! Uniforme, aborrecido, banal. Ainda não houve um editor que apostasse seriamente a resgatar autores entre os 25 e os 40, numa colecção que fosse plural e sem bênção de capelinhas barrocas. Falta visão!
Sobre publicar nos Açores, no meu caso, não posso dizer, eu nunca publiquei nos Açores! Continuam a fingir que não me vêem! Porque eu incomodo, pois, o objectivo sempre foi esse, regressei para agitar as águas do charco. Para muitos era um favor que saísse dos Açores. Há, inclusive, quem esteja a rezar para que o mar se retire, não fosse a máscara cair antes do tempo. E, o mais engraçado, é que são eles a dar força a tudo aquilo que digo! Tudo!

Que autores açorianos destaca das tuas leituras?
Actualmente, e depois de alguma proximidade nesses últimos três anos às letras açorianos, tenho a confessar que pouco me interessa a produção actual das ilhas. E isso não significa que não saiba quem anda a passear-se nos escaparates. A poesia que me interessa e que continuarei a ler é a de Antero, Nemésio, Santos Barros, alguma Natália Correia, Pedro da Silveira e poucos mais. A maioria da sua produção actual – refiro-me à poesia – não me interessa absolutamente nada: ou porque está presa a parâmetros tradicionais; ou porque apenas revela repetição, mau gosto estético e muita ignorância, nomeadamente, a dita erudita dos mais velhos. Estes últimos tentam entrar nos eruditos meios pictóricos com claro insucesso, misturando conceitos e escrevendo barbaridades: uns ficaram enredados nos “sudários” do “Pollock” (repetidos até à exaustão) e outros na psicanálise familiar duvidosa. Ou seja, tudo fraco “Conhecimento”!
Antero de Quental era grande demais para se preocupar com os poetinhas das ilhas.

António Pedro Costa
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