O líder parlamentar do PSD/Açores, João Bruto da Costa, exortou ontem o Governo Regional da Coligação PSD/CDS/PPM “a dar continuidade às boas políticas implementadas nos últimos anos”, lembrando que estas foram sufragadas nas eleições regionais de 4 de Fevereiro.
“Viemos exortar o Governo dos Açores a cumprir aquilo com que se comprometeu com os açorianos não só nas últimas eleições de 4 de Fevereiro, bem como para com este Orçamento para 2024 [chumbado em Novembro último], nas principais medidas que foram sufragadas pelos açorianos como boas políticas”, afirmou.
João Bruto da Costa falava aos jornalistas, à saída de uma audiência com o Presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, realizada no âmbito da auscultação sobre as antepropostas do Plano e Orçamento da Região para 2024, acompanhado do vice-presidente partido José António Soares e do secretário-geral social-democrata, Luís Pereira.
O líder parlamentar do PSD/Açores destacou a “celeridade com que o Governo da Coligação deu início ao processo do Plano e Orçamento para 2024, logo após a aprovação do Programa do Governo, para que não se perca mais tempo na implementação de boas políticas para os açorianos”.
Em declarações à comunicação social, o presidente da bancada do PSD/Açores saudou o Presidente do Governo por “cumprir a sua palavra no que toca à continuidade das políticas e na valorização do capital humano, assumindo os compromissos das eleições, o que é muito importante para que as pessoas acreditem nos seus governos”.
“Este trabalho aposta não só no capital humano, mas incide igualmente na manutenção dos impostos mais baixos da Região, através da aplicação do máximo possível do diferencial fiscal com o Continente, como também na melhoria dos rendimentos da agricultura, das pescas, do fim dos rateios, na continuidade da Tarifa Açores e melhoria das acessibilidades”, prosseguiu.
PS/A “dialogante” manifesta
preocupações…
João Castro, por seu turno, realçou, que “ainda não existe ante-proposta de Plano nem de Orçamento para 2024” e que, apesar do PS/A se manter como um “partido dialogante”, compete “à coligação, que suporta o Governo Regional dos Açores, a responsabilidade primeira neste processo, tendo em vista a geração de soluções para a governabilidade dos Açores, para os Açorianos”.
Encabeçando a comitiva socialista, o líder parlamentar do PS falava em Ponta Delgada, após reunir com o Presidente do Governo.
O líder parlamentar do PS no Parlamento dos Açores apresentou algumas “preocupações” em nome dos socialistas como a “problemática da demografia associada às questões da coesão, ao combate à pobreza e à redução de desigualdades sociais”, bem como a “execução dos fundos comunitários e o necessário aumento da sua execução, face aos recursos que podem ser disponibilizados ao serviço da economia regional”.
João Castro manifestou também preocupação com o “problema das acessibilidades e da mobilidade” que “se tem vindo a agravar nos últimos tempos”, que deixou de ser uma “questão circunstancial” e está a “evoluir por uma questão estrutural”.
“As dificuldades de mobilidade são hoje uma realidade da nossa Região, quer a mobilidade interna, quer o contacto com o exterior, quer mesmo em quem nos visita na perspectiva do turismo, que tem a sua mobilidade dificultada”, frisou.
João Castro manifestou, ainda, preocupação com a questão da “dívida da Região, que já atinge um valor superior aos 3.000 milhões de euros”, um crescimento que se “agravou em 2023” e, sobretudo, com o défice”, que “tem vindo a aumentar de forma exponencial”.
“Se não forem encontradas ferramentas para atenuar e reduzir a dívida e o défice da Região, corremos o risco de criar dificuldades acrescidas para o futuro, que poderão comprometer as próximas gerações”, alertou o socialista.
“O PS/Açores é um partido dialogante e existe para, em defesa dos Açores, no respeito pelo seu programa eleitoral, sufragado recentemente, numa aproximação a esse compromisso, que compete em primeira instância ao PPD e à coligação, obviamente que o PS não exclui qualquer possibilidade, dentro deste quadro”, assegurou o o socialista João Castro.
CHEGA “está sempre disponível…”
O CHEGA voltou ontem a mostrar disponibilidade para “a estabilidade, para o diálogo e para trabalhar em prol da melhoria de vida dos Açorianos”, apelando a que não haja “palas políticas por vaidades e casmurrice, para o bem das novas gerações de açorianos”.
O líder parlamentar do CHEGA, José Pacheco, fez-se acompanhar da deputada Olivéria Santos, numa reunião com o Presidente do Governo, José Manuel Bolieiro, no âmbito das auscultações sobre as ante-propostas de Plano e Orçamento Regional para 2024, tendo referido que o voto nos dois documentos estruturais de governação “vai depender das circunstâncias”.
“O Governo tem mostrado esta disponibilidade para incluir algumas das nossas propostas. Se tivermos vertido nos documentos aquilo que os eleitores do CHEGA confiaram, estamos disponíveis para aceitar”, referiu o líder parlamentar do CHEGA que considerou ainda ser precipitado falar de documentos que ainda não se conhecem em concreto. “Supomos que seja semelhante aos documentos que já vinham de trás. Havia disponibilidade do Governo de incluir algumas medidas do CHEGA, por isso, vamos fazer esta caminhada e trabalhar para o bom Povo Açoriano”, argumentou ao reforçar que “um orçamento pode causar grandes danos aos açorianos e estamos disponíveis para arranjar soluções”.
Em concreto, José Pacheco falou das necessidades habitacionais da Região e das medidas que foram já apresentadas pelo CHEGA para aumentar a disponibilidade de habitação “a preços acessíveis para fixar os jovens nas suas freguesias e nas suas ilhas”.
Mas na área da agricultura também “há trabalho a fazer, nomeadamente ao nível do preço do leite, para melhorar o rendimento dos produtores”. Lembrando José Pacheco que o Governo Regional apresentou recentemente uma medida que “implicaria que fossem os contribuintes a pagar, quando o preço do leite pago à produção não fosse o ideal”. Mas, alertou o líder parlamentar do CHEGA, além do diálogo é preciso um acompanhamento permanente, dando o exemplo do penúltimo Orçamento “em que nos disseram que era tudo muito bonito, mas quase nada foi executado e sem diálogo.”