Roveredo & Filhos, Lda. – Fábrica de Bolachas e Biscoitos, na Ribeira Grande, situa-se nas imediações do Centro de Saúde, na Rua de São Francisco. A fábrica é um negócio familiar desde 1938
A fábrica, que recebeu a visita do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 27 de Outubro de 2017, é uma empresa familiar, cuja principal actividade é a produção e comercialização de bolachas e biscoitos, segundo as receitas tradicionais.
A tradição mantém-se na descendência de Emanuel Roveredo, de 62 anos de idade. A Fábrica de Bolachas e Biscoitos é da família desde 1938 e o nosso entrevistado revela, que ali está uma pessoa da quarta geração, que é o seu filho.
Para além do Emanuel Roveredo, a mulher é também um dos rostos da Fábrica de Bolachas e Biscoitos, sendo que o filho é quem se encarregada da distribuição. O casal tem também uma filha, que trabalha por conta de outrem.
Produtos certificados pela natureza
da marca Açores
Quatro colaboradores também fazem parte da equipa para garantir uma boa produção de biscoitos e bolachas, e outras doçarias, entre elas, as Queijadas de Feijão da Ribeira Grande, um dos produtos certificados pela natureza da marca Açores.
Um dos segredos da Fábrica “é o saber fazer”, que no entanto podem ser perdidos quando ocorre a rotatividade de colaboradores. “Perde-se, porque há muita gente que transita aqui, que entra e que sai, e outros vão aprendendo”, justifica.
Nem mais. À medida que novas pessoas entram e outras saem, existe o risco do conhecimento diluir-se.
“A preparação passa por muita gente, mas com o tempo vai-se sempre aprumando as receitas para fazer face às exigências do mercado. Por outro lado, o mercado hoje em dia está diferente de outros de há muitos anos atrás e já são quase 100 anos de história”, complementa.
Aquela fábrica inicialmente estava ali instaurada por um cidadão, que tinha vindo do Brasil, o senhor Fábio Vasconcelos, que vendeu o negócio ao sogro de Emanuel Roveredo em 1938, não se sabendo, ao certo, o ano da sua fundação. A única certeza, que existe é A Fábrica de Bolachas e Biscoitos que já está na família Roveredo há 86 anos.
Acredita-se assim, que algumas das receitas possam ter tido origem no Brasil.
Posto de venda e Fábrica
A Roveredo & Filhos, Lda. tem o seu posto de venda na Rua de São Francisco, onde no mesmo edifício também está a Fábrica de Biscoitos e Bolachas, que produz produtos que trazem o certificado de origem da marca Açores.
A fábrica labora cinco dias por semana, mas Emanuel Roveredo também diz, que “por ser um negócio sazonal, por vezes são admitidos mais funcionários”.
Um dos mercados da Roveredo & Filhos, Lda. é o Canadá, mas também para o continente português e restantes ilhas do nosso arquipélago.
No momento não são exportados produtos para os Estados Unidos da América, apesar de já terem recebido algumas propostas nesse sentido. ”Já recebemos algumas propostas, mas não passou disso mesmo, porque não houve depois feedback. É um mercado mais complicado também, por causa das regras em vigor”.
No momento, apesar de haver épocas de alta e baixa temporada, “o negócio decorre dentro da normalidade. Por outro lado, vamos reforçando a nossa equipa de trabalho, consoante as encomendas que nos vão chegando, porque o que produzimos tem de ser logo colocado no mercado. Às vezes, mesmo com uma validade prolongada, não é ideal manter grandes quantidades de um produto em armazém. A qualidade pode ser afectada e é importante garantir que os produtos sejam sempre de alta qualidade”.
“Línguas de Gato” são os biscoitos
favoritos do Presidente da República
Na Roveredo & Filhos, Lda. – Fábrica de Bolachas e Biscoitos “não tem propriamente um produto mais vendido do que outros”, mas Emanuel Roveredo relembra, que “o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa prefere as Línguas de Gato, o que só por si, ao nível do país já é alguma coisa”.
O Verão é uma época crucial para o sector turístico, mas também para as lojas aumentarem as vendas, o que acontece também no posto de venda da Roveredo & Filhos, Lda. – Fábrica de Bolachas e Biscoitos.
Para já, Emanuel Roveredo descansa com a possibilidade do filho poder dar continuidade à tradição familiar. “Queremos o melhor para eles e o que consideramos suficiente hoje pode não ser o mesmo amanhã. Ele decidirá depois, o que será o melhor para ele. O ser da família e podermos perspectivar uma continuidade, diz-me muito”.
Emanuel Roveredo é natural da freguesia da Conceição. Começou a estudar na Ribeira Grande, mas depois foi concluir os estudos no Liceu Antero de Quental e não chegou a concluir o 11.º ano, porque entretanto o seu pai faleceu. Deste modo começou a trabalhar na Fábrica, onde permanece com todo empenho e dedicação.
Marco Sousa