Edit Template

Crónica da Madeira: Se os partidos se entenderem ganha a democracia e estabiliza-se o país

“O otimismo da vontade tem
de se sobrepor, sempre,
ao pessimismo da razão.”

Já repetidas vezes temos dito que em Portugal passam-se coisas que nem o diabo se lembraria de realizá-las. Acontecimentos que deixam muitos portugueses incrédulos perante situações anómalas que em nada dignificam a classe política. O que se passou na Assembleia da República, Casa da democracia, atinge foros de loucura e de canalhice autêntica. Qualquer coisa que não cabe nas regras da democracia, tão proclamada pelos políticos, mas que raramente as cumprem. O que se passou na Assembleia, pela sua gravidade e originalidade, mereceu referências na imprensa internacional. A vergonha das vergonhas. Felizmente que por fim encontraram a melhor solução. Uma saída airosa, o que, naturalmente, apanhou de surpresa o líder do Chega.
Como é possível que o governo ainda não tinha tomado posse e já alguns comentadores, ao terem conhecimento dos nomes dos Ministros, desataram numa ladainha de críticas: o Ministro X não serve, por isto e aquilo. A Ministra Y também não serve, por isto e aquilo, e assim por diante, em relação aos outros Ministros.
Os Comentaristas (como diz a Mariazinha do mouco: aqueles Srs. Sabichões) encarregaram-se de dar, aos telespetadores, os perfis dos nomeados!
Penso que é sempre muito difícil avaliar as pessoas, a menos que se viva com elas, de manhã à noite. Sinceramente, alguns destes comentadores eram bem dispensáveis, pelo seu negativismo e profecias da desgraça. Pela leitura que fazem do futuro, prevendo que o governo não vai governar por muito tempo! Infelizmente, alguns comentadores prestam um péssimo serviço ao país, influenciando, com as suas opiniões, muito dos telespetadores. Opiniões onde estão subjacentes algum pessimismo e espírito de derrota, contrariando aquela máxima onde existe vida, existe esperança… Os portugueses precisam urgentemente de estabilidade, de paz. Um povo que acorda ainda pela manhã com esperança e deita-se à noite, desiludido com a falta de vontade e inteligência dos políticos para resolverem os dramáticos problemas da vida…
Nestes três dias apenas, após a posse do governo, tenho ouvido, da parte dos comentadores, as mais mirabolantes análises aos discursos do Presidente Marcelo e do Primeiro-Ministro. Eu gostei dos discursos, foram adequados ao momento e a situação que se vive.
Evidentemente que as palavras, ditas de uma certa maneira e num determinado local, têm o poder de construir ou destruir as pessoas. Por isso, quando alguns políticos, com uma linguagem agressiva, se dirigem às pessoas preocupa-me, porque daí resulta, às vezes, revolta, sobretudo naqueles menos informados. Discursos com uma carga de pessimismo próprios às depressões, roubando os sonhos de milhares de cidadãos. Não é por acaso que Portugal é um dos países europeus com mais pessoas depressivas.
Há poucos dias, participei numa reunião onde se tratou dos problemas que se afligem os portugueses. Um dos painéis foi sobre a política, de um país que comemorou 50 anos de democracia.
“Quanto aos políticos – disse um dos participantes – tendencialmente desiludem-nos por que se colocam geralmente para além do país”.
Temo vindo de governo em governo, a carregar a pesadíssima cruz da vida; de governo em governo sem que se resolvam os graves problemas das populações.
Afinal somos um país ou uma república em “guerra” permanente entre partidos? Não há democracia sem partidos, porém há regras que os partidos devem respeitar para que se cumpra a democracia e se enriqueça o país.
Independentemente das suas ideologias, os partidos devem-se entender, no essencial, para que o país funcione com equilíbrio e se resolvam os problemas. Como é possível que um governo que governa há três dias tenha já uma Moção de Censura do partido comunista?!
Daquilo que se ouve da boca dos líderes, o pior pode estar ainda para vir: vamos viver num inferno; vamos continuar a carregar a pesadíssima cruz da vida…
Sr. Pedro Nuno Santos, não tem de apoiar o governo, mas como democrata que é, tem o dever de compreendê-lo, naquilo que é necessário para que os portugueses não sofram mais com a pobreza, com salários miseráveis e com a injustiça social.
A sua não presença na posse do governo, revela arrogância e falta de educação. António Costa jamais tomaria a atitude de faltar a uma cerimónia de Estado…

João Carlos Abreu

Edit Template
Notícias Recentes
Psicóloga Inês Martins associa isolamento social e geográfico à elevada taxa de depressão e suícidio nos Açores
Hasret Kukul conheceu uma micaelense com quem casou na Turquia mas a insegurança no seu país fez o casal regressar à ilha
PS/A defende reforço e adequação das respostas de ATL na Região para crianças de 3 e 6 anos
Sportiva Azoris Hotels inicia campanha europeia
Sub-23 de volta ao Estádio
Notícia Anterior
Proxima Notícia
Copyright 2023 Correio dos Açores