O Desportivo de Rabo de Peixe viu ser-lhe retirado o ponto que havia conquistado na partida realizada em casa com o FC Alverca B (empate a 1 golo), tendo, ainda, sido subtraídos 2 pontos e atribuída derrota por 3-0.
Mesmo desconhecendo o sismo de moderada magnitude surgido cinco dias depois, ao não ganhar aquele desafio a equipa definiu o destino de regressar, após 4 anos, ao Campeonato de Futebol dos Açores.
A causa para a perda de 3 pontos foi um imperdoável lapso. A estrutura não se apercebeu que o defesa Jamil Rodriguez tinha acumulado no jogo anterior, em Mortágua, o quinto cartão amarelo, motivando, logo, a suspensão por 1 jogo. Mais. Não leu o comunicado que semanalmente, às sextas-feiras, é publicado pela Federação e enviado aos cubes com os castigos.
A prolongada ausência, de forma repentina, por motivo de saúde, do vice-presidente Artur Pimentel, que está directamente ligado a todas as situações do clube, pode ter contribuído para o lapso.
Ao colocar no jogo da penúltima jornada do Campeonato de Portugal o defesa Jamil, o Desportivo actuou de forma irregular. Daí as penalizações em pontos, a que se associam a multa de 1 275€ e o jogador a ter de cumprir mais 2 jogos de suspensão.
Este sismo acabou por não ser tão apregoado e com reflexos significativos porque não influenciou o desfecho final de uma época que, no início, não se perspectivava terminasse de forma negativa. Porém, não deixa de ser uma nódoa no sistema de controlo dos jogadores.
A acção por irregularidade do clube não se ficou por ali. Em Dezembro os clubes das provas federativas têm de informar a inexistência de dívidas relativas a retribuições, subsídios e outras compensações por despesas aos jogadores e aos treinadores. A direcção do clube de Rabo de Peixe fê-lo a 15 de Dezembro de 2023, mas faltando a declaração do Técnico Oficial de Contas ou do Revisor Oficial de Contas. A Direcção de Competições e Eventos da FPF pediu que fosse completada a informação até 22 de Dezembro. Embora com data de 17 de Dezembro, a certificação, assinada por um contabilista certificado, só chegou a 29 de Dezembro, fora do prazo.
Esta anomalia penalizou o clube em 102€ e se, se mantivesse no Campeonato de Portugal via a inscrição do número de jogadores diminuir para 23.
Estes exemplos são a prova da necessidade de os clubes, mesmo nestas divisões inferiores, se estruturarem na área administrativa. Hoje os requisitos, as exigências e os documentos são demasiados sendo insuficiente reservar parte do dia para resolver tantos e tantos assuntos.
Os clubes têm de perceber que competir hoje, até mesmo nas provas regionais, requere uma organização muito diferente e profissionalizada.
RACISMO num jogo de juvenis aconteceu, o que é de lamentar. Aos 66 minutos do encontro entre o União Micaelense e o CD Santa Clara, o jogador do União, Nicolau Cabral, chamou de “preto” a um atleta do clube adversário. O árbitro Pedro Amaral ouviu e expulsou, com cartão vermelho direto, o autor de tão infeliz atitude. Estes comportamentos discriminatórios têm repercussões de grande alcance pela forma injuriosa como são proferidos e são alvo de sanções nada meigas.
Não houve por parte do ofendido queixa, mas o Conselho de Disciplina da Associação de Futebol de Ponta Delgada abriu, a 26 de Março, um processo disciplinar e suspendeu preventivamente o jovem atleta.
A partida foi realizada a 17 de Março no campo Jácome Correia, em Ponta Delgada, e relativa à 6.ª jornada da série B da Taça de São Miguel. O jogo terminou com a vitória do Santa Clara por 2-1 e com uma expulsão para cada equipa, totalizando três.
Não têm sido frequentes estes descomedimentos envolvendo jogadores locais. O último abrangeu um atleta do Desportivo de São Roque. No jogo da jornada final do Campeonato de Futebol dos Açores da época passada, João Brum teve atitude semelhante para com um jogador do Sporting de Guadalupe, que enfrentava no campo de São Roque. O árbitro Vasco Almeida ouviu e expulsou o atleta. Foi punido com 4 jogos de suspensão pelo Conselho de Disciplina da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, entidade organizadora principal do “regional” de 2022/23.
A INDISCIPLINA nos recintos despor-tivos da ilha de São Miguel provocada pelo inadmissível comportamento dos assistentes continua. A última preocupante arruaça foi a 24 de Março, num jogo de juniores que apurou os quinto e sexto classificados da Taça de Honra de futsal, opondo o Atalhada FC ao CD Santa Bárbara, da Ribeira Grande, ganho por esta última equipa por 5-3.
Os distúrbios no pavilhão neutro da escola Gaspar Frutuoso, na Ribeira Grande, tiveram grave reflexo no desenrolar da partida, pelo que o Atalhada FC tem de efectuar o próximo jogo como visitado sem público e foi multado em 2 040€, a segunda punição pecuniária mais grave desta época. Em primeiro está a multa de 2 550€ aplicada ao Maia Clube Açores, pelo mau comportamento dos espectadores num jogo, imagine-se, de infantis.
Mas os castigos da partida de juniores, arbitrada pela dupla Marco Tavares/Ana Paulino, atingiram intérpretes no jogo. Dois jogadores do Atalhada FC foram suspensos com 2 jogos por ofensas corporais. Um outro atleta do clube da Lagoa foi penalizado por 2 jogos por injúrias e um colega de equipa com 1 jogo por dupla advertência.
O treinador do CD Santa Bárbara, por ofensas corporais, foi castigado com 15 dias de suspensão e com 51€ de multa. Um jovem atleta do mesmo clube sofreu 1 jogo por acumulação de “amarelos”.
Em resumo, foram um clube, um treinador e cinco atletas suspensos. Só que os castigos são brandos para os actos registados. Para muitas pessoas só quando as punições doem é que tomam juízo.
Devido ao mau exemplo dos assistentes, onde estão incluídos familiares dos jogadores, desde o início da época já houve 46 multas a 21 clubes. A indisciplina provocada do exterior dos recintos de jogo atingiu 13 desafios de seniores (8 no futsal). As restantes 33 multas são dos escalões de formação. Somam 25 no futebol e 21 no futsal.
Penas mais pesadas não corrige na totalidade, mas ajuda!
TRISTE E REPUGNANTE o que se viu escrito, a tinta vermelha, no sábado, dia 30 de Março, no muro nascente do campo Jácome Correia, em Ponta Delgada.
A equipa de Sub-19 do Santa Clara ali realizou o jogo com o Mafra (4-1) da fase de subida da Segunda Divisão nacional de futebol (os restantes dois serão, em principio, também disputados no mesmo campo), por impedimento de utilizar o recinto do complexo desportivo Pedro Pauleta, onde jogou os dois anteriores encontros como visitado.
Alguém, naturalmente acompanhado, decidiu escrever “todos juntos são uma vara (porcos)… toda a merda é Santa Clara”. Devem vangloriar-se de um feito gerador de rancor, de ódio e de suspeições provavelmente infundadas. Não se entende o porquê de passar aquela estúpida mensagem, que até foi factor motivador para os atletas do Santa Clara.
A autarquia de Ponta Delgada, gestora do recinto, mandou pintar o muro rapidamente, apagando a imagem de uma pseudo rivalidade que é tão vaga e ineficiente.
O TORNEIO DO UNIÃO MICA-ELENSE de Sub-11 foi mais um êxito desportivo e organizativo. A mudança para o complexo desportivo do Lajedo, encetada no ano passado devido à queda da árvore de grande porte situada no interior do campo “Jácome Correia|”, obrigando à sua prolongada interdição, foi feita numa semana antes do início da 15.ª edição.
Este ano, com planeamento antecipado, todos os espaços foram ocupados com definições de áreas. Os locais de diversão e de alimentação localizaram-se fora da zona competitiva. Lojas das fotografias tiradas ao longo dos jogos e de artesanato, tendas VIP e de acolhimento e bancadas preenchidas, jogos emotivos e bem disputados, com arbitragens pedagógicas, dão ao evento uma áurea que o distingue e não foge aos torneios do género que se disputam no país e no estrangeiro.
Nem a chuva e o vento foram obstáculos para o êxito de uma organização em envolve dezenas de elementos ligados ao União Micaelense, superiormente dirigidos pelo cérebro do certame, Arsénio Furtado. A prata da casa sabe fazer do bom e do melhor.
José Silva