Através da USénior desta cidade da qual sou membro, fui convidado para a sessão comemorativa do quadricentésimo septuagésimo oitavo aniversário de Ponta Delgada como cidade, realizada na maior casa de espectáculos dos Açores, que dá pelo nome de Coliseu Micaelense.
Como era de esperar o nosso Presidente de Câmara, Dr. Pedro do Nascimento Cabral,divulgou uma série de investimentos a realizar pela edilidade ponta-delgadense a curto e médio prazo e que vão desde a construção de uma central de camionagem, à construção de um parque subterrâneo para cerca de 140 viaturas, na continuidade do parque já existente na Avenida Infante D. Henrique, ou Avenida Litoral, passando pela construção de novas casas e reabilitação de outras.
Divulgou também o ponto da situação sobre o andamento do processo das indemnizações a conceder aos comerciantes instalados no Mercado da Graça em Ponta Delgada, cujas obras de reabilitação têm sido uma “vergonha”, tanto nos custos que foram anunciados, como em demora.
Gostaria de partilhar com os meus leitores o que penso disto tudo.
Começando pela construção da Central de Camionagem nos terrenos livres da velha Sinaga devo dizer que, há já um bom par de anos, que escrevi sobre esta mesma matéria. E porquê ali e não noutro local? Justamente porque, apesar de não ser central, por ficar na zona oeste de Ponta Delgada, fica também ao lado da Avenida Príncipe Alberto I do Mónaco que dá acesso a toda a ilha através da segunda circular que lhe é contígua. A deslocação dos passageiros para o centro, ou qualquer outro lado da cidade,ficaria a cargo das minibuses.
Sobre os autocarros interurbanos, penso que se deveria alterar os percursos e localização de paragens, mais de acordo com as novas necessidades (hospital, centro de saúde, tribunal, etc).
Atendendo a que Sinaga está perto, ou sobre, o túnel lávico chamado Gruta do Carvão, haveria que ter os necessários cuidados com as fundações do edifício a construir ali.
Sobre a construção do parque subterrâneo, para dar continuidade ao já existente, não sei se a obra irá afectar a actual paisagem à superfície atendendo a que existem ali algumas árvores de grande porte como é o caso dos metrosíderos.
Sobre a construção de novas habitações e reabilitação das já existentes pouco há a comentar, atendendo à extrema necessidade que Ponta Delgada tem de novas habitações. Neste domínio qualquer beneficiação deste sector é sempre benvinda.
Voltando às obras no Mercado da Graça os frequentadores daquele espaço, como é o meu caso, acham que têm o direito de saber o porquê de tanta demora na reabilitação do dito. Sabe-se que a burocracia neste país é de uma lentidão atroz, que transforma as coisas simples em coisas extremamente complicadas, julgo que para dar trabalho aos gabinetes jurídicos. Porém, por vezes, há que dar um murro na mesa.
Antigamente, ou melhor, durante o antigo regime, havia um princípio de que não havia problema algum, por mais “bicudo” que fosse que, um requerimento, bem e atempadamente feito, não resolvesse. Neste caso particular do Mercado da Graça o senhor Presidente, por inerência do cargo evidentemente, já deveria ter alertado os envolvidos para a urgente resolução deste imbróglio. Isto porque, quem não contribuiu para este estado de coisas é que, como diz o nosso povo, está “pagando as favas”.
Se calhar até já o fez, mas o resultado é que não está à vista. Daí a necessidade de voltar a insistir. Fala-se que é preciso construir um depósito de água. Com depósito, ou sem depósito, as obras naquele mercado têm de ser reiniciadas urgentemente.
Até parece que estão a brincar com as pessoas que ali vão fazer compras.
Já não há pachorra!
P.S. Texto escrito pela antiga grafia.
7ABRIL 2024
P.S. Texto escrito pela antiga grafia.
7ABRIL 2024
Carlos Rezendes Cabral